A PRAIA DAS MAÇÃS NA HISTÓRIA DA REPÚBLICA
Antes e após o 5 de Outubro de 1910, a Praia das Maçãs era sítio de veraneio de simpatizantes e, depois da revolução de personagens marcantes do regime republicano. Na Praia das Maçãs ou simplesmente: "A Praia", como a designavam os sintrenses, ocorreram episódios interessantes. Para quem desejar conhecer com pormenor, sugiro a leitura do livro do ilustre sintrense - José Alfredo da Costa Azevedo "Velharias de Sintra VI" p.p.99-182.
Curiosamente na revista ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA nº 398 de 6 de Outubro de 1913, pode ler-se :"Os civis que guardam a casa da Praia das Maçãs onde está veraneando o chefe do Governo (Dr. Afonso Costa), de há muito verificavam que vultos misteriosos passam, nos atalhos próximos buscando ocultar-se como a espreitarem a residência. De dia para dia foi-se apertando a vigilância tendo uma noite descoberto que cinco indivíduos faziam a costumada manobra depois de terem enterrado alguma coisa na areia, e que se verificou depois ser uma mala de bombas". O atentado como se sabe fracassou, repare-se que quem vigiava a casa eram civis. Nos primórdios da República a desconfiança dos novos dirigentes na eficácia das forças da ordem, fez com que se formassem comités de de defesa que assumiam a missão de garantir a segurança dos líderes republicanos.
A casa de veraneio de Afonso Costa é referida como sendo o antigo Hotel Levy. O que José Alfredo afirma ser o Hotel Royal. Como a "Ilustração" é da época deve estar correcta. Não restam dúvidas que tudo isto se passou na Praia das Maçãs. A foto é elucidativa...
Título: "A casa da praia das Maçãs (antigo hotel Levy), onde habita o Chefe do Governo, e que os sindicalistas Miguel Gaião, Jaime Granja e mais três, procuravam atacar". Empresa Pública do Jornal O Século, Joshua Benoliel, lote 08, cx. 01, negativo 11