PARA AS RUAS DA AMARGURA NUNCA MAIS
Aprovado na generalidade no Parlamento da República, pela maioria dos Deputados que suportam o governo, o orçamento do Estado para 2013, transformou-se num dos mais amargos e deploráveis da História de Portugal.
O conjunto de medidas que o mesmo contém, é a prova evidente do desprezo que as elites possidentes votam ao que vai restando da população. Com a taxa de natalidade que o medo da miséria inculca nas pessoas, caminhamos para a extinção como povo. Aquilo que nos estão a fazer é uma vingança daqueles que sempre odiaram o progresso conseguido a favor dos mais desprotegidos, como consequência do 25 de Abril de 1974, nunca um País miserável e "salazarento" tinha alcançado em pouco mais de 30 anos os níveis de desenvolvimento humano do PORTUGAL de hoje, por isso os senhores do Mundo para que tal não sirva de exemplo, resolveram remeterem-nos para as Ruas da Amargura donde tínhamos saído. Magistralmente, Manuel Laranjeira numa das suas cartas a D.Miguel de Unamuno, escrita em 1908, parece que adivinhou o que nos estão a fazer:
"Esta desgraçada terra de Portugal. Desgraçada é a palavra.
O pessimismo suicida de Antero de Quental, de Soares dos Reis, de Camilo, mesmo do próprio Alexandre Herculano (que se suicidou pelo isolamento como os monges) não são flores negras e artificiais de decadentismo literário. Essas figuras de trágica desesperação irrompem espontaneamente, como árvores envenenadas do seio da terra portuguesa. São nossas, são portuguesas: pagaram por todos: expiaram a desgraça de todos nós (...).
Em Portugal chegou-se a este princípio de filosofia desesperada-o suicídio é um recurso nobre, é uma espécie de redenção moral. Neste mal fadado País, tudo o que é nobre suicida-se; tudo o que é canalha triunfa."
Como não queremos suicidar-nos, a canalha que se cuide, porque não será fácil "retornarmos" à miséria para onde querem que voltemos. Antes da rua da amargura ainda temos nas avenidas da Liberdade, que a Constituição da República nos proporcionou, muito espaço para impedirmos a "brutalidade" que nos querem impor. Ai temos temos...