MATURIDADES A SETE ANOS! VEJAM ISTO..NO DIA DA "ESPIGA".
O Presidente do Ministério, Passos, Pedro, nada de confundir com Passos, Manuel; e o seu Ministro da Fazenda, deviam meditar na portaria publicada no D.G. em Outubro de 1905, emanada da Direcção Geral de Administração Politica e Civil -2ª Repartição, relativa a um assunto do Municipio de Sintra,do teor seguinte:
"Hei por bem autorizar, nos termos dos artigos 55º nº1, 57º e 425º do código administrativo, a Câmara Municipal do Concelho de Cintra a contrair um emprestimo de 34.020$000 réis, amortizável em trinta anuidades não excedentes a 2.371$425 réis cada uma, a fim de ser aplicado exclusivamente às obras de construcção do edifício dos paços municipais e repartições públicas do mesmo concelho da cadeia civil, e de um matadouro central e dois. auxiliares.
Paço, em 9 de Outubro de 1905= REI = Eduardo José Coelho"
Curiosamente um governante de apelido "coelho", assinou o despacho. O autor do projecto da cadeia e paços municipais, o Arquitecto Adães Bermudes, está sepultado no cemitério de Rio de Mouro,faleceu em Paiões aldeia da mesma freguesia sintrense,no ano de 1947. Era membro da maçonaria, loja Fiat Lux, com o nome simbólico de Afonso Domingues. O empréstimo, acabou de ser pago em 1935, num tempo "feito de SAL e AZAR", como escreveu Fernando Pessoa.
Agora muitos se congratulam,pelo facto de terem conseguido da troika "maturidades" de sete anos,para pagar uma dívida de 78 mil milhões de euros, concerteza para conseguir amortizar tal soma, vamos necessitar de trinta ,ou cinquenta anos.É preciso renegociar.Afinal em Portugal só á custa de empréstimos se realizavam obras.Essa fábula de viver acima das possibilidades,é conversa de quem lhe "pica a cevada na barriga,"e devido a tradição familiar ou outras prerrogativas,tem o privilégio de aceder á "pilhagem legal",que o exercício de altas funções no aparelho do poder permite.
Em 1905, a responsabilidade de construir cadeias e matadouros pertencia aos Munícipios. Actualmente pretendem transferir cada vez mais atribuições e competências para os mesmos. No futuro quem terá a "batata quente", para obter financiamentos voltarão a ser, maioritarimente ,as Câmaras Municipais, constituidas por elementos eleitos, e não por "ministriáveis" que fazem gala de afirmar, não terem sido" eleitos para coisa nenhuma". É verdade, são designados para espalhar sofrimento e dor, promulgando medidas com o objectivo de empobrecer as pessoas, não honrar os compromissos do Estado, elaborando previsões económicas sempre erradas, e por via disso, fazendo do quotidiano de milhões de portugueses um rosário de amarguras. Talvez as coisas melhorem no futuro, se os decididores prestarem contas ao eleitorado. Isto não está a ficar "maturo" = a maduro, está a ficar podre. Ah! não esqueçamos: um povo sem esperança,não espera nada do provir, é um povo desesperado.É caso para dizer"que grande espiga"!