Quando falamos em produção de vinhos no concelho de Sintra, o mais populoso da área metropolitana logo a seguir a Lisboa, vem a memória a região demarcada de Colares, todavia a importância vinícola, não se restringia ao rincão colarejo.
Antigamente o território sintrense produzia quantidade importante de vinho, destinado abastecimento da capital do País e também exportação. A qualidade do mosto digna de nota, permitiu existência de numero significativo de produtores. Uma zona rica em vinho, freguesia de Rio de Mouro, incluía terrenos actualmente integrados nas freguesias de Agualva-Cacém e Algueirão Mem-Martins.
Historiadores como Pinho Leal e Esteves Pereira, reportam essa característica. O ilustre republicano Ribeiro de Carvalho, na quinta do Zambujal situada no Cacém, produzia vinhos em qualidade e quantidade. Na quinta de São Pedro, onde está o hipermercado Continente, Cemitério paroquial de Rio de Mouro na encosta do eucaliptal do Monte da Parada, estavam plantadas videiras da casta sanguinhal. A vinha manter-se-ia até a década 50 do século XX, quando a pressão urbanística começou a "arrasar" tudo.
Sendo verdade, parece lendário. Numa antiga casa quinta em Rio de Mouro Velho, tive ensejo de constatar a justeza da história: lagar de pedra, pipas de grande capacidade, utensílios para engarrafamento, diversos apetrechos relacionados com a faina vitivinícola guardados em espaçosa construção propositadamente erigida para adega, atestam a antiga actividade "báquica". Nas freguesias urbanas do concelho de Sintra o terreno foi chão que já deu uvas.
Após porfiados trabalhos finalizei a difícil tarefa,mas gratificante de esclarecer origem do topónimo CACÉM, actualmente integrado na cidade Agualva-Cacém, Município de Sintra Portugal. Até década 50 do século XX Cacém fez parte da Freguesia de Rio de Mouro, igualmente do concelho de Sintra. Agualva pertenceu ao município de Belas,extinto em 1855.
Segundo investigações antigas Cacém significa "que divide " ou "repartidor". Partindo deste pressuposto desenvolvemos as pesquisas.O lugar do Cacém não seria de fundação coeva, porque em Janeiro de 1509, Dom Manuel I rei de Portugal, mandou publicar "carta de coutada de Lisboa, desde a porta de S.Vicente pelo caminho de Sintra, à ponte de Agualva e pela ribeira de Barcarena até ao mar, onde era proibido matar lebres e perdizes, sob certas penas".
Nesta época Cacem se existisse seria insignificante, não é citado no documento. O território desta região abundante em caça e nomeadamente de perdizes, como aconteceu até ser construido o "tagus park" junto da estrada Cacém Paço de Arcos.
Aquela determinação régia estipulava "nom CACEM perdizes nem perdigões do derradeiro dia de mayo ate primeiro dia de Agosto".
Assim definitivamente Cacém quer dizer couto onde é proibido caçar sem autorização. Couto era igualmente nome de medida antiga, equivalente ao côvado, como sabemos medida serve para repartir. Sem dúvida Cacém significa,"lato sensu" coutada, extrema, sítio onde se dividem propriedades e "jurisdições".Curiosamente está situado a igual distancia de Lisboa e, da sede do concelho,Sintra.
O título não deve ser entendido como verrinada, nada disso, é indício que no âmbito de "serviço público" que pretendemos prestar com os conteúdos deste espaço, partilhamos o que investigamos e descobrimos, assim vamos publicar novos elementos acerca do personagem que em vida ostentou aquele titulo nobiliárquico.
Massamá, populoso "bairro" do município de Sintra, e muito conhecido em todo o Portugal, durante séculos foi território de extensas e produtivas propriedades pertencentes a conventos, burgueses e nobres, alguns da vetusta classe e da novíssima elite "criada" após triunfo da revolução liberal portuguesa de 1820. Quem era o Visconde de Massamá?
Nuno José Severo Ribeiro de Carvalho, teve como progenitores, Pedro Ribeiro de Carvalho, e Vitória Margarida, neto paterno de Luís Ribeiro de Carvalho e Dona Maria Rita, materno Francisco Mendes Pena e Roza Maria, nasceu na freguesia da Ajuda, concelho de Belém, sendo baptizado, na igreja paroquial em 26 de Junho de 1824, foram padrinhos o Marquês de Loulé D. Nuno José Severo de Mendonça Rolim Moura Barreto e Nossa Senhora do Cabo. Curiosamente o padrinho atribuiu ao baptizando o próprio nome de baptismo, o Marquês, depois Duque de Loulé detentor de avultadíssima fortuna, protegeria o afilhado toda a vida.O pai de Nuno Carvalho trabalhava no paço por isso acompanhou a família real para o Brasil, casou em idade serôdia com Dona Vitória muito mais nova, no dia 2 de Setembro de 1823, o casal teve um único filho.
Nuno Severo concluiu o curso de medicina na Escola Médica de Lisboa. Ingressou na função pública, pertenceu ao quadro de pessoal do Hospital de São José, atingiu o cargo de cirurgião chefe. Desenvolveu trabalho político sendo aderente do partido político liderado pelo padrinho, o qual como é sabido, exerceu vários cargos ministeriais, foi primeiro ministro, presidente do ministério, designação do cargo na época. O Duque de Loulé presidia ao ministério quando se construiu a cargo das obras públicas do reino, o chafariz de Massamá (1863), água que ainda hoje corre nas bicas, nascia numa propriedade do futuro Visconde que graciosamente permitiu a captação.
Vereador da Câmara Municipal de Lisboa, teve responsabilidade do pelouro dos cemitérios e arborização das ruas, contribuiu para a consolidação do cemitério ocidental de Lisboa (alto de s.joão), mandou plantar os primeiros jacarandás em algumas artérias da capital portuguesa. Eleito deputado teve acção parlamentar relevante.
Estas actividades e amizade do padrinho permitiram constituir apreciável património, no qual se incluíam extensas propriedades em Massamá e Carenque. Casou duas vezes não teve descendência. O titulo de Visconde de Massamá, concedido a D. Nuno Severo José Ribeiro de Carvalho, pelo Rei Dom Luís por decreto de 29 de Janeiro de 1885. Faleceu em 28 de Outubro de 1885, às nove horas da noite numa quinta situada no lugar da Buligueira freguesia de Dois Portos, Concelho de Torres Vedras. Residia habitualmente na freguesia de São José, concelho de Lisboa. O caixão seria depositado em jazigo próprio no cemitério ocidental de Lisboa.
Ironia do destino o titulo de Visconde de Massamá, durou menos de um ano, com a morte de D. Nuno José Severo Ribeiro de Carvalho, extinguiu-se. Esclarecemos este apelido Ribeiro de Carvalho não está relacionado com outro semelhante relativo ao ilustre republicano que viveu no Cacém igualmente concelho de Sintra.
O interessante livro de D.ELVIRA LOPES: "Vila Verde Cem Anos de História", editado pela Associação da Defesa do Património de Sintra na página 162 contém referencia, à professora D. Emília das Neves e Silva, esposa de outro docente António Joaquim das Neves, Mestre Neves, a quem dedicamos o nosso post de 20 Maio de 2011. D.Elvira Lopes, assinala que D.Emília, leccionou em Vila Verde, freguesia de Terrugem, pelo menos até 1915, e conclui que teria sido substituída "não sei se por morte ou aposentação".
Infelizmente D. Emília Neves e Silva, não chegou a gozar da reforma, faleceu no dia 19 de Fevereiro de 1917 aos 54 anos de idade, havia nascido na freguesia e vila de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra a 3 de Agosto de 1862. Desaparecia assim uma das "mais distintas professoras do ensino primário e que à sua nobre profissão se consagrava apaixonadamente" este e outros louvores foram publicados quando do falecimento ocorrido na sua casa no Cacém, na época situado na freguesia de Rio de Mouro. O prestígio que desfrutava levava as famílias que costumavam passar o verão em Sintra a não querem outra professora para os seus filhos. António Joaquim Neves e D.Emília Neves e Silva, ensinaram várias gerações de crianças sintrenses,sendo conhecidos no seu tempo "os professores de Cintra"
O seu marido morreu dez anos depois, conforme lápide "memória", existente na antiga escola, conde ferreira, onde está o "posto de atendimento ao cidadão de Sintra" junto do edifício dos paços do concelho. Deveria igualmente ser colocada ao lado outra lembrando a competente e querida professora D.Emília Neves e Silva. Nunca é tarde para uma homenagem merecida e justa, a uma notável personalidade da nossa terra.
Foto de D.Emília com o marido e filhos (arquivo de família).
Em Novembro do pretérito ano de 2011, neste espaço cultural,escrevemos chamando a atenção para a excelência dos bitoques e pregos especialidades culinárias do universo gastronómico sintrense. A confecção alcança apurado sabor olfacto tentador e apelativa apresentação nas "bitoquerias" da zona de Rio de Mouro, Rinchoa e Cacém no concelho de Sintra. Acompanhamento dilecto para saborear cerveja a copo, tirada como deve ser, pregos e bitoques, malgrado a sua difusão por inúmeras paragens em Rio de Mouro fica o "berço" hodierno do qual irradiaram: "O arco Íris"café restaurante, situado na Avenida Infante D. Henrique, uma das principais artérias da urbe, perto da estação ferroviária da "vila", teve importância pioneira, no sentido de guindar estes "pratos" à condição de "vedetas" alimento delicioso de quem pretende gastar pouco dinheiro e beber, regaladamente umas "bejecas".
Aquele restaurante com a sua "chapa" constituem uma espécie de "escola de formação", por onde passaram alguns proprietários de "bitoquerias" das redondezas e mais além. Exemplo do que relatamos ainda em Rio de Mouro, Rua do Rio, defronte do Centro de Saúde Dr.Joaquim Paulino, inaugurado em 1986, deparamos com o "Zé do Prego" restaurante que abriu portas mais ou menos nessa época, por iniciativa do senhor Zé; durante dilatado tempo, esta" individualidade" muito estimada pelos seus clientes, "virou " com mestria, na chapa do "arco iris", milhares de pedaços de carne, tenra e suculenta, cortada de forma adequada, matéria prima de pregos e bitoques de "comer e chorar por mais" aguçavam o apetite dos "habitués " que assistiam á feitura do "petisco" sentados nos peculiares bancos colocados altura do grande balcão corrido da casa. Regalava observar o profissional competente na azáfama estender a "chicha" estrelar ovos fritar batatas regar a quente superfície metálica com cerveja base, do molho das "guloseimas", tudo feito com a alegria e desembaraço. Não causou estranheza quando decidiu trabalhar por conta própria. No "Zé do Prego", a perfeição continuou, muitos dos seus "admiradores " passaram a clientes no novo "poiso". No roteiro da "zona demarcada", os pratos desta "bitoqueria", merecem não só "estrelas" mas também elogios de quem aprecia pitéus.
Acerca do caminho de ferro do Oeste, muito haverá a descobrir. Quando surgiu a ideia da sua construção,enunciaram-se um conjunto de considerandos,na base dos quais ,aquela linha seria imprescindível para o desenvolvimento do País,conforme despacho de 21 de Agosto de 1884 assinado por António Augusto de Aguiar,aqueles considerandos,eram de índole,económica, social.turística e militar.Parte do teor daquele documento,é o seguinte:
"considerando que esta via férrea é destinada a ligar parte do país ao norte do Tejo com a capital do reino,quando estiver interrompida a linha do leste pelas inundações.Considerando igualmente que o serviço internacional para Espanha e norte dos Pirineus,se fará no caso de estar interrompida ,pela linha de Torres vedras.Além disso em caso de guerra esta via férrea terá de prestar serviços importantíssimos para a defesa militar do reino e da capital,por ser meio de comunicação mais seguro para o transporte de tropas e de material de guerra,para Lisboa e para as províncias do norte,dando igualmente melhor comunicação e mais fácil acesso as linhas de defesa da capital,que a torna uma LINHA FÉRREA ESPECIAL na rede de viação acelerada do reino.Considerando que a linha férrea de Lisboa, Torres Vedras à Figueira da Foz,é destinada a servir uma das zonas mais povoadas e produtivas do reino".E exemplificava "A vila das Caldas que além de ser muito industrial e comercial,possue um dos melhores estabelecimentos termais da Península,Leiria capital dum distrito susceptível de grande desenvolvimento.Figueira da Foz praia das mais concorridas do País.As importantes matas que o Estado administra entre o Porto de S.Martinho e a Figueira da Foz,serão atravessadas pelo caminho de ferro"(fim de citação).
A ideia concretizou-se,quando se executou o troço de Alcântara em Lisboa á vila torrejana,previa-se passagem pela vila de Sintra, dali seguiria para Torres Vedras, servindo a zona dos mármores de Pêro Pinheiro.As forças vivas de Sintra não queriam o caminho de ferro próximo,a classe dirigente local,vislumbrava na facilidade de acesso "invasão" de estratos populacionais diferentes da burguesia e nobreza,habituais visitantes da urbe.Vingou este ponto de vista. A linha a partir da estação do Cacém,continuou na direcção de Torres Vedras,afastando-se da sede do concelho de Sintra,apesar disso, construíram-se neste concelho, diversos apeadeiros e estações: MELEÇAS,TELHAL,SABUGO,PEDRA FURADA.Durante um século a linha do oeste, como passou a ser conhecida ,teve papel de relevo na rede ferroviária nacional.Infelizmente o carácter especial que no começo lhe atribuíram foi esquecido,hoje(2013) é percorrida por pouco tráfego,as estações ,ostentam sinais de abandono,e "ar saudoso"dos comboios e do bulício dos passageiros.A estação do Sabugo,na imagem, ilustra isso.Deveria ser preservada, tem pormenores construtivos de interesse histórico e de "arqueologia ferroviária",as sua instalações,talvez aproveitadas para dar a conhecer esta" linha especial "traçada ao longo da costa ocidental de Portugal.
A formação geológica do Concelho de Sintra, e também de grande parte do território circundante da capital de Portugal, englobando os Municípios do que hoje se designa por "grande Lisboa" é propicia à existência de muitas nascentes de águas mineiro medicinais, que brotam das falhas tectónicas, próprias duma região de origem vulcânica, com forte sismicidade sobejamente conhecida, responsável por diversos sismos, alguns com consequências nefastas como foi o de 1 de Novembro de 1755.
Estas nascentes, foram objecto de estudos hidrológicos, como resultado destes a sua importância económica despertou o interesse de muitas empresas, as quais vislumbravam na sua exploração uma possibilidade de negócio. Foi o caso da fonte da Quinta do Zambujal, actualmente pertencente à freguesia do Cacém. No entanto até aos anos 50 do século XX, englobada na de Rio de Mouro. A quinta teve vários proprietários um deles o Republicano Ribeiro de Carvalho, nela residiu.
O alvará de concessão atribuido em 19 de Maio de 1909 era do teor seguinte: "Eu El-Rei faço saber, tendo-me sido presente o requerimento em que a firma comercial e industrial Gomes e Cª com sede nesta cidade de Lisboa, pretende explorar a nascente de água minero medicinal do Zambujal, situada na freguesia de Rio de Mouro, concelho de Cintra, hei por bem conceder definitivamente, por tempo ilimitado, a respectiva licença".
As águas do Zambujal, tinham indicação terapêutica para o tratamento de dispepsia (digestão difícil, azia) e doenças de pele. A concessão era por tempo ilimitado,todavia em 1935, acabou por inactividade. Um apontamento final, a sede da firma concessionária, estava estabelecida na Rua de Cascais, no bairro lisboeta de Alcântara, num prédio que durante alguns anos, albergou um estabelecimento de café e restaurante, muito em voga...até falir.
Jacome Ratton foi um industrial e empresário agrícola que nasceu em França em 1736, e faleceu em 1820 ou 1821 em Lisboa. Naturalizou-se Português tendo sido um dos mais dinâmicos participantes na politica de desenvolvimento económico promovida pelo Marquês de Pombal.
Ratton teve a intenção de construir uma fabrica de chitas, que não concretizou. Nas suas "Memórias"escreveu:"Desvanecido o projecto da fábrica de chitas, lembrei-me de estabelecer uma de papel fino, parecendo-me ser igualmente proveitosa, senão de maior utilidade. Fiz para este fim um estudo particular naquela arte, (...) fui ver uma pequena fábrica de papel inferior, que julgo existir ainda no rio do papel, adiante de Queluz, na estrada que vai de Lisboa para Sintra, a qual trabalhava com uma só tina, e por pilões em razão da falta de água; por cujo motivo me não fez conta". Esta fábrica situava-se onde hoje está o edíficio desactivado da tinturaria Cambournac, visível do IC19 na curva do "papel".
Ratton iria realizar este seu projecto construindo a fábrica de papel em Tomar.Curiosamente no concelho de Sintra, em Rio de Mouro, seria instalada em 1790 uma fábrica de estamparia de chitas,sobre a qual publicamos uma artigo na revista SINTRIA I-II (1) 1982 -1983, intitulado "A Fábrica de Estamparia e Tinturaria de Rio de Mouro e o Inquérito Industrial de 1881". Este estabelecimento fabril laborou até aos anos trinta do sec. XX, o que restava do edifício foi demolido em 1982. A foto que publicamos está inserta no nosso trabalho,atrás referido, o qual tem sido utilizado por gente sem escrúpulos que não indicam a autoria quando copiam o texto para os seus "escritos". Finalmente a casa onde viveu Jacome Ratton em Lisboa é actualmente sede do Tribunal Constitucional: o Palácio Ratton.
Recentemente lemos uma execelente reportagem no Jornal I, dedicada à boa mesa do nosso concelho, com incidência na Freguesia do Cacém e onde justamente se chama a atenção para o facto de embora muita gente continue a chamar "dormitórios" aos nossos bairros, também em matéria de oferta gastronómica, não estamos a dormir, é tempo dos vizinhos de Lisboa e doutros munícipios saberem onde comer barato com sabor e qualidade, designadamente: pregos e bitoques.
Seria imperdoável que como Sintrense há mais de três décadas e "utente" da "rota do prego e do bitoque" não esclarecesse, que esta especialidade tem como berço a Freguesia de Rio de Mouro, onde o restaurante "Arco Iris" fundado há cerca de cinquenta anos, assumiu desde o inicio a condição de detentor da melhor chapa e excelente matéria prima para pregos e bitoques. Por ali passaram a maioria dos que foram abrindo os seus negócios no ramo, graças ao que aprenderam naquela casa. Na nossa opinião o Arco Iris continua a presentear-nos com os melhores pregos do universo gastronómico. No entanto é justo assinalar que noutros locais este alimento de "faquires" se serve, igualmente muito bem. Sem esquecer que o pão dos pregos é fabricado na Rinchoa, em diversas padarias e pastelarias, uma das quais, ainda utiliza lenha para aquecer o forno. Tudo conjugado faz com que, Rio de Mouro deva ser considerado como Zona Demarcada do Prego e do Bitoque, única em Portugal. O Arco Iris situa-se, junto á estação ferroviária, é frequentado por muitas pessoas entre os quais o nosso ilustre conterrâneo famoso actor, grande apreciador de pregos e bitoques. O corte da carne, a chapa de aço inoxidável ampla e sempre impecavelmente limpa, o molho de cerveja, o allho esmagado, o batimento prévio da carne com martelo apropriado antes de ser grelhada, o pão aquecido barrado com manteiga para albergar a dita, tudo feito á vista do cliente, assim surge o prego. O bitoque é servido no prato, com molho de cerveja e batata frita em separado. O título tem razão de ser, e se duvidam experimentem, estas deliciosas iguarias da mesa sintrense. Bom apetite.
O programa Polis que está a transformar radicalmente, o centro Cacém e da Agualva, implicou a demolição de várias construção que durante décadas foram o ex-libris daquelas povoações.
Um dos edifícios que foi demolido, foi, “o velho café Central” que ficava junto à ponte da Agualva, e, do plátano que em boa hora foi preservado.
É uma árvore de grande porte, quase centenária, e que pelo desafogo com que ficou, pode tornar-se rapidamente num exemplar ainda mais admirável.
Seria bom que o seu nome fosse “Plátano do Café Central” para lembrar um local de tertúlia, dos habitantes do Cacém e da Agualva, e onde agora, sob a sua copa imponente, podem continuar as suas amenas cavaqueiras.
Este plátano assinala o sítio da velha ponte da Agualva, que fazia parte do antigo caminho da Porta de S. Vicente de Lisboa para Sintra.
O Plátano do Café Central é também uma “memoria” qual marco da coutada que da Agualva seguia pela ribeira de Barcarena até ao mar, onde El-Rei D. Manuel I caçava perdizes.
Enfim, o “Plátano do Café Central” merece fazer parte da história do município Sintrense, e a administração da Cacém Polis, deveria solicitar às entidades competentes a sua classificação de interesse público.