O conceito de cultura popular em abordagem simples, é a forma como uma comunidade se adapta ao meio envolvente. Seguindo esta perspectiva, deparamos no Município de Sintra, entre as povoações de Bolelas e Amoreira um caso relacionado com a necessidade de resolver problemática relativa ao aproveitamento de água e método seguido pelos habitantes a solucionar. A questão relacionava-se com utilização da água para fins diversos. O manancial brota numa encosta declivosa. A obra revela engenho e capacidade de aproveitar as condições naturais e edificar conjunto integrado multifuncional.
A fonte empreendimento da Câmara Municipal de "CINTRA" ostenta a data de 1922, inicio da função da "bica" "dar de beber a quem tem sede ". Água escorre para amplo receptáculo feito de cantaria ladeado duas lajes que servem de bancos seguidamente por efeito gravítico vertida num tanque destinado a bebedouro do gado. A cota do terreno permitiu encaminhar, por idêntica "facilidade" da natureza, o elemento líquido a lavadouro coberto utilizado pelas aldeãs das redondezas não só para lavagem da roupa mas também para colocarem a conversa em dia,sentadas em rude banco de pedra aguardando quem sabe a vez se iniciar a "faina"?! As sobras da água deste sistema encaminhadas através de "levada" talhada em pedra regavam e ainda regam os campos junto ao vale. Três funções para melhor render a água escassa. A arquitectura atesta a harmonia entre o que se desejava obter de benefício preservando a rusticidade do sítio à beira do caminho em íngreme lomba. Um bom exemplo de cultura popular.
Em sintonia com medidas de austeridade os governantes deveriam ter em consideração o acelerado empobrecimento de estratos diversificados da população impelidos para situação de pré-mendicidade.O poder vigente será de cariz liberal.Parece-nos adequado desta ponta ocidental da Pátria relembrar as preocupações sobre a penúria, do governo igualmente liberal de 1822, medidas preconizadas por Silva Carvalho. Podem ser inspiradoras face as dificuldades da maioria do Povo. Deixamos á consideração aquilo que o estadista propunha quanto aos "mendigos"
& 1º. A nenhum indíviduo se permitirá mendigar sem licença da autoridade policial da sua residência,perante a qual terá de justificar a impossibilidade de ganhar o sustento,por motivo atendível,como doença.idade,ou outros aceitáveis.
2º.Nenhum mendigo exercerá este ofício fora dum perímetro vinte e cinco quilómetros,ao redor da terra da residência,na licença,será declarada esta clausula.As autoridades,obrigarão os contaventores a saírem do local onde residem.
3ºEm consequência do determinado no & 1º,todo o mendigo deverá obter uma licença para mendigar na terra a que chegar.
Qualquer rendimento por questões de equidade e justiça social,deve ser declarado ao fisco, a entidade reguladora da actividade promulgará medidas consideradas necessárias ao cumprimento desta obrigação.Antes do estado de miserablismo é necessário garantir o da pobreza mitigada.Os pobres causam a ruína dos ricos quando vivem acima das suas possibilidades,não há crime mais hediondo devem ser punidos quando isso ocorra.
Posteriormente à "descoberta" de que demos notícia ontem, encontramos noutra seccão do painel outro acto de vandalismo,este tem "assinatura" em dia de reflexão, um bom motivo para reflectir.O valor moral do exemplo devia ser practicado.Enfim...
O painel de azulejo autoria da ilustre pintora Graça Morais, colocado na Estrada Marquês de Pombal,artéria adjacente á estação ferroviária de Rio de Mouro,linha do comboio de Sintra foi de novo vandalizado.Gente de extremada incultura, por desdita própria e desgraça nossa,não respeitaram a bela obra de arte de grande valor estético, que deve ser admirada e protegida.Já anteriormente nos indignamos com acto semelhante, felizmente o nosso alerta permitiu repor a situação.De novo é preciso agir com celeridade,para demonstrar a quem ousou conspurcar o painel, que continuamos atentos.Não permitiremos acções desta laia.A Câmara Municipal de Sintra ,e a Junta de Freguesia de Rio de Mouro,irão certamente tomar medidas necessárias para "limpar" o painel.Basta de vandalismo.Viva a inteligência.
Circulávamos pela antiga estrada real de Lisboa a Mafra, denominada pelo regime republicano estrada nacional 117, no trecho entre o Sabugo e Pêro Pinheiro, passado o lugar de Palmeiros, conotação peregrina dos círios Marianos do Cabo Espichel e da Nazaré um pouco adiante saímos da via, tomamos a direcção de Falimas,Casal do Gosmo. Meio quilómetro percorrido, paisagem e silêncio contribuem para esquecer estarmos a quatro léguas do centro de Lisboa e uma da vila de Sintra.
As courelas de pasto bordejadas por renques de arvoredo viçoso,lembram um pedaço do "bocage" gaulês. A calma e vastidão da paisagem com a serra sintrense ao fundo contribuem para a sensação de "lonjura " que nos invade. Prosseguimos um quilómetro adiante termina o asfalto, no sítio do Casal do Gosmo. Retrocedemos por entre sobrais e zambujos. De repente numa curva a altura do Casal das Vivas, deparamos na berma com um sublime freixo que tinha escapado a nossa atenção. Paramos, um habitante do sítio com aspecto de respeitável longevidade aproximou-se, metemos conversa ficamos a saber ter uma idade avançada, perguntamos sobre a árvore que motivara a nossa paragem. Respondeu dizendo ser freixo já grande no tempo do seu avô.
O ancião afastou-se, observamos a árvore sem preocupação de rigor medimos o tronco a altura do peito, verificamos ter mais de três metros de perímetro. O fuste altivo grandioso está de acordo com tão robusto suporte. Estamos em presença duma árvore certamente centenária. Desconhecemos se no Município de Sintra existirá outro idêntico. Descoberta feita por acaso que deixamos para desfrute de quem nos visita.
Um monumento vivo,digno de veneração porque é um hino à glória de Deus e "presente" para admirarmos no seio da natureza donde viemos e para onde voltaremos um dia.
Quando iniciamos o labor solitário e desinteressado de "construirmos" este espaço, nunca pensamos ser fonte de inspiração a alguém!
O Senhor Vice Primeiro Ministro, segundo a imprensa em 3 de maio p.p., na Ovibeja afirmou :"O Alqueva é a auto-europa da agricultura." Ficamos radiantes. Em 26 de janeiro de 2013 no post: "O mar outra vez não", escrevemos:
"A teses que o nosso futuro está no mar, voltam de novo, quem sabe se não deriva esta convicção das elites dirigentes continuarem a meter água "..." a esperança está em utilizar a água do "mar" que é o alqueva para desenvolver uma grande indústria agro-alimentar de produtos com procura no mercado global e garantir o auto-abastecimento de Portugal". Anteriormente em Março de 2009, sob o título "A nossa árvore comum porta do ocidente",escrevemos:"O novo "império" pode estar no Alqueva. A descolonização das mentalidades está por realizar".
Quando Aquilino Ribeiro visitou a empresa onde trabalhei durante a maior parte dos 43 anos que descontei para a segurança social, num encontro com o pessoal no refeitório promovido pelo grupo recreativo um operário colocou uma questão, só possível vinda de quem tivesse consultado o livro. Aquilino comovido terá dito: "vocês leram os meus livros". Poderiamos afirmar o mesmo, se o ministro não leu o meu blogue, demorou cinco anos a perceber a "prenominação" de 2009. Se não consultam o blogue devem passar a fazê-lo, quem sabe pode ser útil!? Vamos continuar, se ficarmos "afónicos" seguiremos o conselho dos antigos: "Estou rouco estou rouquinho, tapadinho da garganta, manda o médico que beba água de açucena branca".
Uma das facetas da personalidade de Leal da Câmara, manifestava-se pela sua persistente preocupação em congregar vontades cultivar o convívio entre pessoas e entidades, interessadas no progresso da Rinchoa sítio escolhido para viver o tempo final da vida. Na localidade deixou obra cada vez mais valorizada e compreendida, tarefa difícil. O rumo traçado na concretização dos seus objectivos, passou por aglutinar em torno da "ideia" um conjunto de indivíduos com interesses ligados a Rinchoa, organizados numa estrutura denominada Comissão de Iniciativas e de Melhoramentos da Rinchoa-Mercês. A Comissão "Composta sempre dos mesmos, um verdadeiro bloco cimentado, por já velha e mútua amizade e até grande familiaridade, á qual se vêm juntar novos prosélitos... que substituirão o pequeno número de fundadores, verdadeiro senado desta instituição a que estas duas povoações devem o seu desenvolvimento e propaganda "Era a opinião do mestre sobre a comissão à qual presidiu até ao falecimento.
O trabalho da Comissão, frutificou a urbanização da Quinta Grande entre a Rinchoa e Meleças, é actualmente um exemplo de urbanismo de qualidade no concelho de Sintra. A "fantasia" do mestre concretizou-se, as marcas do seu pensamento e acção ficaram "impressas" na paisagem, o simbolismo das artérias da urbe, a rotunda octogonal que assinala o centro da urbanização, "grito de Alma" de Leal Da Câmara só foi possível com a "cumplicidade dos seus "irmãos" da Comissão.
Os membros da da Comissão eram nove, elegeram sempre Leal da Câmara para presidente;por isso considerava-se: "Mestre Eleito dos Nove". O que remete para o nono grau do rito escocês da maçonaria a que Leal pertenceu, naquele grau é feita a apologia da democracia e direito dos povos escolherem os seus governantes.
Para perpetuar a amizade dos nove com o seu eleito, plantaram nove árvores no pátio da antiga escola primária, edifício construído graças ao empenho da comissão. As árvores são "memória" lembrando a fraternidade, igualmente sinal inequívoco do amor pela liberdade e democracia num tempo de opressão autoritária, característica do Portugal salazarista. Local emblemático e simbólico do "estado livre da Rinchoa" como apelidou o "mestre eleito" Leal da Câmara.
Não precisamos procurar fora do sítio onde moramos, um poeta para assinalarmos esta data, aqui nasceu no século XVIII vulto cimeiro da arcádia lusitana, o arcade Domingos Maximiano Torres autor duma bela écloga, na qual refere a nossa terra, Rio de Mouro no termo de Sintra.
No dia 2 de fevereiro,celebra-se uma das significativas festas do calendário litúrgico,a festa da Purificação da Virgem Maria conhecida como festa da Candelária ou das Candeias.A efeméride recorda a apresentação no templo do Menino Jesus,levado pela Virgem Maria e São José,cerimónia realizada quarenta dias após o nascimento do Menino;simbólicamente quarenta é o numero da espera e da preparação.Na Bíblia essa particularidade em diversos capítulos é citada:quarenta anos reinou David,o dílúvio durou quarenta dias, Moisés quando fez quarenta anos foi chamado por Deus.Jesus pregou ao longo de quarenta meses, apareceu aos seus díscipulos quarenta dias antes de ascender ao céu.Quarentena o tempo que aguardava quem fosse suspeito de doença infecciosa,antes de poder entrar num determinado local.
Rosseau considerava conveniente para assumir o governo dum estado,ter quarenta anos;curiosamente a idade do Professor Oliveira Salazar ao ser empossado presidente do conselho ,em conformidade com a constituição política de 1933.
Candeia é sinónimo de vela círio tocha,pequeno aparelho de iluminação.Em tempos os participantes na festa de Nossa Senhora das Candeias,transportavam círios ou candeias.
Sem dúvida ocasião para glorificar a apresentação de Jesus no templo, figura sagrada,portador duma auréola de Luz luminosa, brilhante e pura.
Na região ocidental de Portugal a devoção mariana é muito praticada, a tradição dos círios,manifesta-se no culto a Nossa Senhora da Nazaré,Nossa Senhora do Cabo Espichel,e Nossa Senhora da Peninha.Existem no concelho de Sintra oragos como Nossa Senhora da Luz,em Cortegaça,união das freguesias de Almargem do Bispo Montelavar e Pero Pinheiro,ou Nossa Senhora da Purificação,de Montelavar, relacionados com as "candeias".
Este ano coincide com um domingo a festa será, porventura, celebrada com mais pompa.Dia da padroeira da vila de Mourão na provincia portuguesa do Alto Alentejo ,junto á barragem do Alqueva
A primeira das avenidas traçadas por Leal da Câmara, na urbanização da quinta grande na Rinchoa concelho de Sintra, é denominada "Avenida das Acácias" paralela à Calçada da Rinchoa, com uma extensão de setecentos metros e largura de doze.
O nome atribuído demonstra que Leal conhecia o significado simbólico da acácia, associado a valores religiosos. A madeira da arca da aliança seria desta árvore, a coroa de Jesus Cristo na Cruz, teria os espinhos da acácia espinhosa. Igualmente nos rituais da maçonaria de que Leal da Câmara foi membro representa a imortalidade; segundo a tradição judaico-cristã o "lenho" desta planta é indestrutível.
A acácia está relacionada a todos os processos de iniciação e conhecimento de coisas transcendentais que Leal perfilhava. Era intenção realizar na Rinchoa uma obra singular, baseada no triunfo da luz solar sobre o obscurantismo e mesquinhez que predominavam na sociedade portuguesa dos anos quarenta do século XX. No seu pensamento, deveria ser a "acácia da flor doirada a mimosa do oriente" e não a da flor branca, a falsa acácia do ocidente a robínia.
Na avenida existem sómente acácias junto ao lote 27 do projecto inicial, pertença de um dos amigos do Mestre. Aquele plantou duas árvores não só para estar de acordo com o plural do nome, mas também porque a companhia ajuda a concretizar os sonhos e as fantasias...
Seria conveniente plantar em toda a artéria árvores iguais. O porte sendo pequeno, não traria inconvenientes aos moradores. Pelo contrário as flores doiradas das acácias na primavera transformariam a avenida num traço "luminoso"de acordo com a ideia de Leal.