A OBRA NUNCA ESTÁ COMPLETA
Leal da Câmara, criador de beleza,homem de convicções espirituais,espírito amargurado e triste, costuma dizer-se , "todos os humoristas são tristes",além de talentoso caricaturista, desenhador de " saloios" para ganhar o sustento,Leal da Câmara,usou sempre as regras da geometria.
Podemos afirmar Leal , conhecia a letra " G ", procurando na gnose do martinismo, deísta, maneira deixar mensagem, de espiritualidade naquilo que desenhava.
Na urbanização concebeu para os terrenos da quinta grande na Rinchoa,deixou como " assinatura ", a praça octogonal no centro da urbe,

Circulo com 36 metros de diâmetro, numero preferido dos pitagóricos, considerado o da solidariedade cósmica, a soma dos primeiros pares com os primeiros ímpares (20 + 16 ), grande quaternário ,é também a soma dos cubos dos três primeiros números.
Multiplicando 36 por 10,numero da grandeza infinita obtemos 360,anuidade e principio de todos ciclos cósmicos,
Fantasiou forma octogonal para a " praça " oito é numero do equilíbrio perfeito, octogonal a forma da base de quase todas as pias baptismais,baptismo rito inequívoco da iniciação.
Atravessando canteiro avenida das pimenteiras,pimenta algo provoca ardor ou arde " sem se ver". Leal da Câmara, pela gnose ansiava subir escada de Jacob, passar de novo ao tempo homogéneo, não sujeito a contagem. Ascendia, quando voltava seria arcanjo protector contra o heterogéneo onde o tempo é mensurável , tem " duração ", dureza existencial , a qual seria mais suportável ,desvelando conhecimento. Fico por aqui, Leal da Câmara, um ser humano fascinante e misterioso.

