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Tudo de novo a Ocidente

A SITUAÇÃO DA RAIVA EM "CINTRA"

Nas nossas indagações em busca de elementos perdidos nas intrincadas teceduras do tempo, encontramos um memorando do professor Luiz Figueira (Alfundão, Ferreira do Alentejo 1894-11-09; Lisboa 1969). Médico bacteriologista assistente no Instituto Câmara Pestana, director do laboratório do Hospital do Rego em Lisboa, bastonário da ordem dos médicos deputado à Assembleia Nacional procurador na Câmara Corporativa durante o estado novo salazarista (1934-1974). O memorando publicado em Março de 1925 continha elementos  relativos à incidência da doença da raiva. Depois de fazer comparação com outros países europeus, concluía da gravidade da situação no nosso País. No ano de 1924 foram tratados em Portugal 3452 pessoas com aquela patologia, em Lisboa 555. Só no concelho de "Cintra", grafia da época, naquele ano teriam sido mordidas por cães danados 149 pessoas.Calamidade para cuja resolução a Câmara Municipal de Sintra, tomou medidas  o periódico dava nota: Da administração do concelho de Cintra pedem-nos para tornarmos publico o seguinte:

 

"-Foram dadas convenientes ordens aos oficiaes de diligencias para abaterem por meio de striquinina todos animaes da raça canina que sejam encontrados na via pública sem açamo. Esta ordem é de execução permanente e não exclue os cães de guarda ou perdigueiros desde que não tragam açamo."

 

O jornal formula o desejo: Oxalá o público se compenetre da necessidade que há em fazer diminuir tão terrível mal. A Assembleia da República aprovou recentemente, legislação destinada a proteger os animais, esta deliberação da edilidade sintrense seria hoje considerada barbara e desapropriada. A doença há noventa anos era grave problema de saúde pública, entretanto controlado por meio de vacinação massiva e obrigatória de canídeos.No entanto se as condições sociais e económicas continuarem a degradar-se, consequência de cortes e esbulhos de rendimentos complementado com elevadíssimo numero de desempregados, próprios deste tempo para alguns, de austeridade,pode ressurgir.

Neste infortunado Portugal de 2014 o mal deixou ser canino, propagou-se numa forma mutante aos entes humanos se fosse mortífero metade do país estava morto ou moribundo. Meditemos na justeza do édito camarário, desde que não usassem açamo até cães de raça seriam liquidados.Actualmente as punições são somente para "rafeiros" sem pedigree. Cães de raça embora raiventos são poupados. Não estaremos muito longe da verdade se caracterizarmos o estado social de Portugal como "estado de cão...danado". Não cito o nome do periódico estou farto de ser copiado sem divulgarem a fonte, é caso para terminar com um brado: Que raiva.

 

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