Amados Choupos.
Quando surge oportunidade retorno ao pequeno choupal onde em diversas ocasiões largava o fiel amigo cão companheiro de passeatas, que infelizmente morreu.
Adoro o bosquete composto de choupos altivos que sobrevivem no município português de Sintra, no meio de zona densamente povoada. Resistiram as arremetidas da nortada, os troncos mostram a inclinação provocada com a força do sopro de "eolo". No amargurado quotidiano português ao entardecer o renque das arvores alinhadas, contribue para proporcionar sensação dum tempo crepuscular, pressentida mas inexplicável. Simbolicamente árvore ligada ao declínio e a morte, segundo várias correntes iniciáticas a madeira do caixão de Jesus Cristo seria de choupo. Na mitologia grega do choupo obtinha-se a única lenha apropriada aos sacrifícios oferecidos a zeus. Relativamente ao porvir acuidade é porventura maior se contemplamos um choupo, o escuro das folhas, em vez de esperança remete-nos para as recordações. O triunfo do capital desbragado e corruptor, abriu caminho a colocação em cargos de decisão, de índividuos detentores de credenciações concedidas não por mérito mas por traficância mercantil. Alcandroados em postos de mando não sabem que fazer dessa inépcia resultam angústia, desespero e miséria, envolvendo o "orbe" qual pandemia.
Amados choupos austeros inspiradores, já não há esperança? A dor sacríficio e lágrimas, as quais os deuses vos associaram estão aí, caminhamos no meio da ulmácea alameda a luz do sol filtrada na ramaria que vento sacode, repete reflexos luminosos na erva seca do chão. O pensamento leva-nos as palavras de R. Tagore "Meu PAI permite que a minha Pátria acorde"se despertar, talvez, o pesadelo termine.