AVENIDA DAS ARVORES DE JUDAS
Leal da Camara, como já escrevi e demonstrei seria membro da carbonária, a exemplo do seu grande amigo, Aquilino Ribeiro.
A urbanização idealizada para a Rinchoa, foi concretização de "fantasia" baseada nos ideais da carbonária. Mestre Leal da Camara deixou "encriptada" a intenção, convencido se alguém afecto a ditadura Estado Novista, pudesse imaginar tal coisa, teria problemas.
O ideário carbonário, postula sendo denominada "maçonaria florestal", os seus membros deveriam conhecer pelo menos três espécies de árvores e respectiva madeira , a saber :
Acácia espinhosa de cujos ramos havia sido feita coroa de espinhos, colocada sobre a cabeça de Jesus, quando expirou na Cruz. O ulmeiro de cuja madeira teria sido feito o ataúde de Jesus Cristo, finalmente, a figueira onde Judas o traidor segundo as escrituras, arrependido se enforcou.
Para não dar " pistas " Leal da Camara atribuiu nome avenida das Acácias, avenida dos Ulmeiros; depois por via das dúvidas passou a Choupos.
Finalmente, não deixou que Figueira, fosse nome de qualquer artéria da urbe, para continuar a preservar segredo,
No entanto, denominou Avenida das Olaias, a rua defronte da sua casa. Olaia, igualmente, conhecida por árvore de Judas; assim, figueira de modo " fantasiado ", de acordo com a sua propensão fantasista, está contemplada.
Também, este nome, sempre presente a porta de sua casa, não deixava esquecer facto um perigo dos "amigos ", é a traição.
E assim demonstro, até numa simples urbanização nem tudo é tão simples como aparenta.