DESASTRE, LINHA FERROVIÁRIA DE SINTRA
Jornal de Sintra, nº 1528 de 30 Junho 1963, na primeira pagina, inseria a noticia.
Sem qualquer outra informação, facilmente depreendemos ter sido "cuidado e zelo " da comissão de censura, sempre vigilante para não causar alarme, como então se dizia.
Aconteceu, resumidamente, o seguinte :
Dia vinte e três de Junho,uma terça-feira. cerca das 17 horas e vinte minutos, na estação de São Domingos de Benfica, já demolida, situada junto a Mata de São Domingos, a seguir ao edificio dos Pupilos do Exercito; comboio rápido procedente do Rossio com destino a Amadora, chocou com traseira de comboio de mercadorias 12 vagões , carregado de cal parado na estação.
O maquinista do rápido, não respeitou sinal vermelho da sinalização. Resultado três mortos e 42 feridos alguns deles em estado grave.
O estrondo do embate, silvo estridente de sirenes das ambulâncias dos bombeiros, anunciavam ter havido tragédia.
Vivia com meus pais no Bairro dos Guardas, no Forte de Monsanto, não muito distante da estação, por isso corri para lá, pude observar cenário horrível. muita gente a sangrar, gritos, de pessoas presas nos destroços; o rápido seguia lotado, até admira numero de vitimas mortais , não ter sido logo maior, porque alguns feridos,acabariam por falecer nos hospitais.
Ao ler a " local " do Jornal de Sintra, facilmente se compreenderá a " mordaça " existia no Portugal Salazarista, até para " calar " as desgraças.