DESTA ÁGUA NÃO BEBEREIS
Durante séculos o abastecimento de águas as populações rurais de Portugal, foi deficiente , sendo por isso frequentes epidemias de febre tifóide.
O concelho de Sintra , malgrado ser próximo da capital, apresentava o mesmo nível de carências. Em 1865, grassou grave epidemia. cujas causas foram atribuídas a insalubridade de águas para beber; procedeu-se a inquérito do qual resultou informação interessante :
" Na Azoia, a caminho do Cabo da Roca,o povo usa as águas de uma ribeira, que passa no meio da povoação, carregada de imundices; no Algueirão a fonte pública fica inferior a estrumeiras que inquinam a água ao ponto de que no Verão se lhe nota a cor, cheiro e gosto de estrume; na Abrunheira fica igualmente a fonte inferior ao tanque das lavadeiras o que dá azo a que durante o estio se corrompa "
" Nas povoações acima indicadas há nos pateos das casa grandes estrumeiras, e nas ruas delas charcos e pântanos , e que estas causas reunidas concorrem para o desenvolvimento das febres tifóide que ultimamente ali apareceram."
Foi ordenado a Câmara municipal de Sintra para fazer construir chafarizes ou fontes nestas e noutras povoações .E se proibissem estrumeiras dentro dos povoados.
Foram construidas algumas fontes, diversas de " chafurdo " ,e a problemáticas das febres tifóde recorrentes, manteve-se até não há muito tempo, sobretudo em pequenas aldeias do campo " saloio".
Em várias procedeu-se a abertura de poços de onde a água era extraída através de bombas manuais, de restam exemplares como o da foto, e que coroa poço já seco.
A questão do abastecimento de água de qualidade a todo o Município de Sintra e concelhos circunvizinhos só ficou resolvida com as alterações sociais e políticas da Revolução de 25 Abril 1974.