ESCRAVATURA NO TERMO DE SINTRA SEC:XVIII
Nas recentes jornadas, sobre História Local, Sintrense,promovidas na Quinta da Riba Fria em Sintra, pela Associação Cultural Algamares,onde proferi palestra, acerca do Casal dos Almargens, existiu na freguesia de Rio de Mouro,referi facto das tarefas agrícolas daquela, extensa propriedade, serem realizadas com recurso a mão de obra escrava.
Durante debate seguinte alguém considerou relevante a informação porque nunca ouvira falar de tal situação.
Na altura tive oportunidade de afirmar, ser frequente, nas quintas do terno de Sintra, designadamente na área de Paiões , Rio de Mouro, São Marcos e Meleças, a existencia de escravos.
Acrescento, testemunho, confirmando outra situação. Na quinta grande de Meleças, situada onde hoje está, parte baixa da Rinchoa, primitiva, zona das Avenidas das Faias, e Robinias, ser cultivada por mão de obra escrava.
Registo paroquial de óbito,ocorrido em vinte nove de Outubro, de 1754,podemos ler "Manoel Gomes, casado com Catarina Inácia, ambos pretos, escravos, de Dona Maria Joaquina, viúva de Diogo José, da quinta de Meleças."
Enterramento, no interior da igreja, revela a inexistência de qualquer discriminação do foro eclesial.
Curiosamente, tres meses depois do falecimento, a viúva de Manoel Gomes, deu a luz criança do sexo masculino.
O recurso a mão de obra escrava, entre outros factores, tinha origem no facto da maioria dos naturais, preferir viver da caridade, pedindo a porta dos conventos em vez de trabalhar...