IMPORTANCIA VINICOLA DE RIO DE MOURO , SINTRA I
Já referi neste espaço o antigo carácter agrícola da Freguesia onde moro, há mais de meio século.
Descobri agora novos elementos ilustrando ainda mais relevância que a produção e comercialização de vinho, assumiam neste rincão do território do município sintrense, até ao fim da segunda guerra mundial em 1945
Numa acção dos serviços da inspecção da actividade económica, organismo do Ministério das Economia,foi levantado no dia 17 de Outubro de 1933, auto de transgressão a António José da Luz, abastado proprietário de Rio de Mouro, também armazenista de vinhos, pois no seu armazém encontraram tonel de 3.800 litros (190 almudes), contendo vinho em fermentação.
Os fiscais interrogando o representante da firma, obtiveram resposta, o vinho pertencia ao seu sócio,o tal abastado proprietário, sendo da lavra das vinhas das suas quintas nas redondezas, estava no armazém a fermentar, porque não havia outro local onde o pudesse estar, embora reconhecendo que era ilegal ter vinho em fermentação.
Interessante, facto deste individuo declarante, ser nem mais nem menos do que J. Correia de Freitas, antigo presidente da Junta de Paróquia de Rio de Mouro, mais tarde vereador da Camara Municipal de Sintra, personagem importante da região cujo nome foi atribuido a uma artéria de Rio de Mouro Velho.
Agora se entende ódio de estimação que nutria por Cupertino Ribeiro, este sendo proprietário da fabrica de estampagem de chitas e algodões em Rio de Mouro, desviava para a fabrica mão de obra fazendo, falta na actividade agrícola de que vivia o sr. Freitas.
Rebanhos ovelhas, queijo, azeite e muito vinho caracterizaram do ponto vista económico a nossa freguesia, a qual até 1952, tinha por limites a ribeira da Jarda desde Vale de Lobos ao Cacém.
No sector vinícola eram famosas nos anos vinte do século passado as Caves de Rio de Mouro. Isso são contas de outro rosário para mais tarde.