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Tudo de novo a Ocidente

PLANO RODOVIÁRIO DE 1945 MUNICÍPIO DE SINTRA

O boletim oficial   " Diário do Governo ", I série - número 102 de 11 de Maio, inseria  plano rodoviário nacional , apresentado pelo Ministro das Obras Públicas e Comunicações, Augusto Cancela de Abreu; diploma estipulava a designação da estradas nacionais, do modo seguinte :

 - Estradas Nacionais de 1ª classe ( Itinerários principais).

  - Estradas Nacionais de 1ªclasse.

 - Estradas Nacionais de 2º classe.

 - Estradas Nacionais de 3ª classe.

 - Estradas Nacionais de 3ª classe ( Ramais ).

 A numeração até 100, destinava-se aos itinerários principais. De 101 a 200, as de 1ª classe, de 210 a 300. as de 2ª classe, de 301 a 400, as de 3ª classe.

No municipio de Sintra, segundo o plano , existiriam as estradas seguintes :

Estrada nacional 8, Cascais - Alenquer ( Cascais , Mafra , Torres Vedras , Alenquer.)

Estrada nacional, 117  ( Lisboa - Portas de Benfica - Queluz - Pero Pinheiro.)

Estrada nacional , 247  Peniche ( proximidades ) - Cascais, passando por , Porto de Lobos , Lourinhã, S. Pedro da Cadeira , Ericeira, Sintra , Colares, Cabo Raso, Cascais 

Estrada Nacional 249, Lisboa - Sintra , inicio em Benfica,passando por Amadora , Cacém- Sintra ( Estefânia ).

Estrada Nacional 250, Caxias- Sacavém, e pssagem por , Cacém,Caneças, Loures.

Estrada Nacional 375, Alcainça-Sintra, passando por estação de Mafra, Cheleiros, Odrinhas,Azenhas do Mar, Colares, Sintra.

Estrada Nacional 8-1 Ponte de Lousa - Pero Pinheiro ; passando por Almargem do Bispo. 

Estrada Nacional 9-1 Cascais , Malveira da Serra , Linhó.

Estrada Nacional 117-1 Queluz, Carnaxide , Algés.

Estrada Nacional 117-2 Pendão, Carenque.

Estrada Nacional 247-3 Pé da Serra , Sintra

Estrada Nacional 247-4, Azóia , Farol do Cabo da Roca.

Estrada Nacional  249-2 Massamá , Apeadeiro de Barcarena.

Estrada Nacional 249-3 Cacém , Leião, Porto Salvo, Paço de Arcos

Estrada Nacional 249-4 Estrada 249, Albarraque, Abóboda, S. Domingos de Rana , E.N.6-5  ( Sítio do Barão )

Estrada Nacional 250-1, Venda Seca, Meleças, Algueirão, Granja do Marquês

As rodovias referidas  ainda existem quase todas , para não se perder memória delas aqui fica o contributo.

Cabo da Roca terminus de uma das estradas.

PB276061.JPG

 

 

VESTÍGIOS DE PASSADA IMPORTANCIA

 Os sítios nunca deixam de ostentar nem que seja somente pelo topónimo, factos importantes da história.

No Município de Sintra, numa as suas mais remotas, " fronteiras " existe  povoação conhecida  por nome  de significado ainda oculto ; que  desejava, " decifrar": Mastrontas . Pertence a união de Freguesias de Almargem do Bispo, Montelavar e Pêro Pinheiro . 

Embora durante séculos,estivesse integrado no alfoz de Montelavar.Mastrontas; situada perto de Negrais, zona territorial onde se demarcavam antigas circunscrições ,Cheleiros, Mafra, Alcainça e  "Cintra ".Este facto obrigava a quotidianos cuidados para impedir possíveis usurpações de terrenos alheios.

Mastrontas,foi cabeça de " vintena ou vintana " onde residia o juiz dela, A vintana de Mastrontas , compreendia no Século XVIII, segundo  memórias paroquiais de 1758, os lugares de Mastrontas, Vale de Figueira,Serrados, Santa Eulália,Covas de São João, Alfouvar de Cima , Feteira,Cabeça,Anços,Barreiros,Ribeira dos Tostões,Ribeira do Farelo.

Como podemos constatar, alguns daqueles lugares, não pertencem já ao concelho de Sintra, o que corrobora a relevância de Mastrontas ,  local onde residiam " vigilantes " guardiões dos marcos e mastros que sinalizavam  estremas concelhias desde a idade medieval.

Mastrontas significa : área  dos " marcos " e " mastros " , Na localidade   residiam  pessoas zeladoras das propriedades dos senhores das terras fossem eles do feudo ou do trono. Alias, o termo " tronar " quer dizer : " estar em posição dominante, " exercer grande influencia ", imperar ". Mastrontas, terá sido em tempo coevo . " "Mastronas " ; por corruptela acabou na forma actual.

A linha do oeste, passa por aqui, onde há até, uma passagem de nível, observando a linha na direcção a Mafra e Malveira,vemos logo a seguir a Mastrontas ,  grande curva, e a ferrovia desaparece  de repente, " engolida " pelo arvoredo do bosque. Simbolicamente também a antiga relevância do povoado se esfumou nos meandros da História.

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 Ruinas de " passada " inportancia que esta casa em ruina na beira da estrada para aldeia demonstra

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TOPONÍMIA SINTRENSE - PALMEIROS

Na antiga estrada real de Lisboa a Mafra, passando por Belas, actualmente denominada estrada nacional 117, entre as povoações de Sabugo e Morelena, deparamos com o sítio  de Palmeiros.O que resta do primitivo povoado, fica pouco afastado da estrada junto ao caminho vindo do lado da aldeia de Cortegaça. Esta via corresponde a um antigo trajecto que ligava Sintra a Palmeiros. Quem circula na E.N.117 não repara nem relaciona, este "descampado", com as suas reminiscências jacobeias.

Palmeiro,quer dizer: pessoa que vai em romagem ,peregrino, romeiro. No percurso das peregrinações durante a idade média existiam albergarias ou pousadas para descanso do peregrinos, cujo funcionamento estava a cargo de indivíduos chamados "albergueiros" ou membros de instituições religiosas, as confrarias. Esta albergarias destinavam-se a repouso e alimentação dos romeiros pobres, principalmente aqueles que dirigiam para Santiago de Compostela, grande centro de romagem ao longo da idade média europeia.

Na região oeste de Portugal há notícia de albergarias em Mafra, Cheleiros, Alcainça, Azueira, S.Pedro da Cadeira, Enxara do  Bispo, Sapataria etc. No concelho de Sintra, Palmeiros e Fonte da Aranha, perto da ermida de Nossa Senhora da Piedade da Serra, no cimo do Vale de Lobos. A zona antiga da aldeia de Palmeiros dispõe duma fonte junto a um regato que corre quase todo ano, deveria ser por aí a localização do albergue. Nas Caldas da Rainha por determinação da rainha Dona Leonor, os romeiros a  São Tiago podiam descansar uma noite no Hospital que ali fundou.

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Palmeiros significa local onde os peregrinos podiam descansar recuperando forças para prosseguirem a jornada da sua devoção, quase sempre, para Compostela. A toponímia é repositório de belas e evocativas memórias e um "caminho", para conhecimento e descoberta que o símbolo do peregrino a Compostela: o bordão a vieira e  cabaça, sintetizam perfeitamente.

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