O boletim oficial " Diário do Governo ", I série - número 102 de 11 de Maio, inseria plano rodoviário nacional , apresentado pelo Ministro das Obras Públicas e Comunicações, Augusto Cancela de Abreu; diploma estipulava a designação da estradas nacionais, do modo seguinte :
- Estradas Nacionais de 1ª classe ( Itinerários principais).
- Estradas Nacionais de 1ªclasse.
- Estradas Nacionais de 2º classe.
- Estradas Nacionais de 3ª classe.
- Estradas Nacionais de 3ª classe ( Ramais ).
A numeração até 100, destinava-se aos itinerários principais. De 101 a 200, as de 1ª classe, de 210 a 300. as de 2ª classe, de 301 a 400, as de 3ª classe.
No municipio de Sintra, segundo o plano , existiriam as estradas seguintes :
Estrada nacional, 117 ( Lisboa - Portas de Benfica - Queluz - Pero Pinheiro.)
Estrada nacional , 247 Peniche ( proximidades ) - Cascais, passando por , Porto de Lobos , Lourinhã, S. Pedro da Cadeira , Ericeira, Sintra , Colares, Cabo Raso, Cascais
Estrada Nacional 249, Lisboa - Sintra , inicio em Benfica,passando por Amadora , Cacém- Sintra ( Estefânia ).
Estrada Nacional 250, Caxias- Sacavém, e pssagem por , Cacém,Caneças, Loures.
Estrada Nacional 375, Alcainça-Sintra, passando por estação de Mafra, Cheleiros, Odrinhas,Azenhas do Mar, Colares, Sintra.
Estrada Nacional 8-1 Ponte de Lousa - Pero Pinheiro ; passando por Almargem do Bispo.
Estrada Nacional 9-1 Cascais , Malveira da Serra , Linhó.
Estrada Nacional 117-1 Queluz, Carnaxide , Algés.
Estrada Nacional 117-2 Pendão, Carenque.
Estrada Nacional 247-3 Pé da Serra , Sintra
Estrada Nacional 247-4, Azóia , Farol do Cabo da Roca.
Estrada Nacional 249-2 Massamá , Apeadeiro de Barcarena.
Estrada Nacional 249-3 Cacém , Leião, Porto Salvo, Paço de Arcos
Estrada Nacional 249-4 Estrada 249, Albarraque, Abóboda, S. Domingos de Rana , E.N.6-5 ( Sítio do Barão )
Estrada Nacional 250-1, Venda Seca, Meleças, Algueirão, Granja do Marquês
As rodovias referidas ainda existem quase todas , para não se perder memória delas aqui fica o contributo.
A Feira das Mercês de 2014, realizada pela Câmara Municipal de Sintra em colaboração das juntas de Freguesia de Algueirão Mem-Martins e Rio de Mouro, foi um sucesso. O evento decorreu no recinto do cruzeiro e sendo local circunscrito, permitiu condições de desafogo e segurança a quem decidiu visitar a feira e assim desfrutar agradáveis momentos de lazer e convívio. Os locais de venda destinados aos feirantes, abrigados em vistosas e funcionais tendas, estavam criteriosamente implantados, os caminhos para circulação, devidamente assinalados com gravilha espalhada no solo, protegia o calçado dos frequentadores contra a possível lama, felizmente este ano não surgiu porque não choveu.
A animação proporcionada por bandas de música, fadistas ranchos folclóricos e outras manifestações, surpreendeu agradavelmente. Os carrosséis e passeios de pónei para os mais jovens, completavam a oferta lúdica. Na gastronomia desde a tradicional carne de porco ás mercês, leitão assado à moda de negrais, sandes de porco no espeto e as famosas peras pardas cozidas, terminando nas sobremesas de queijadas e frutos secos, nozes e passas havia muito por onde escolher. Este ano para digestivo era possível beber "ginja" de Óbidos. A água pé não era grande coisa, faltou o frio para apurar, contrariamente as castanhas de excelente qualidade.
No último domingo da feira a organização promoveu um passeio em carro de bois, a jovens vestidas com trajes usados pelas gentes da região há cem anos. O carro de bois, como não podia deixar de ser, do tipo"saloio" usado antigamente em todo o distrito de Lisboa. O exemplar que observamos veio da Abrigada no concelho de Alenquer, porque no concelho de Sintra, não deve ser já possível encontrar um "veículo" em condições de circular. Carro tradicional da região saloia, era constituído pelo cabeçalho, uma peça direita que na extremidade dianteira possui um furo para passagem da passadeira da canga, e pelo leito de forma rectangular. Neste carro as rodas são providas de raios o que não era vulgar. No conjunto uma peça interessante que suscitou a curiosidade dos milhares de visitantes, e valorizou a componente pedagógica do certame, este ano objecto de especial cuidado da organização. Enfim uma realização que deve ser repetida, para manter uma tradição secular. E já agora para o ano fazemos votos que a veneranda imagem de Nossa Senhora das Mercês, roubada da capela, tenha aparecido e os autores do sacrilégio punidos. Oxalá.
O período Pascal pode ser motivo para diversas reflexões,conforme o significado que lhe seja atribuído. Na nossa civilização "judaico -cristã" a Páscoa está relacionada com o Equininócio, quer dizer igualdade de luz e trevas, porque nesta ocasião a parte clara do dia é idêntica a parte escura. Segundo os ensinamentos transmitidos ao longo de gerações todos nós só dispomos na nossa vida de um dia dividido em vinte e quatro horas. Deste modo a unidade de tempo que define a vida é a HORA ,daí dizer-se :chegou a hora ,em boa hora ou há horas para tudo.
A Páscoa ou melhor o Domingo de Páscoa por ser a primeira festa móvel regula todas que se seguem, entre as quais a de Quinta Feira de Ascensão, dia em que segundo as escrituras Jesus teria subido ao céu. Para não se confundir com a Páscoa judaica a Igreja Católica celebra o Domingo de Páscoa, no primeiro Domingo depois do quatrozeno da Lua de Março, ou seja aquele que se segue à Lua Cheia mais próxima do equinócio da Primavera a 21 de Março. Deste modo a Páscoa não pode deixar de ocorrer no espaço compreendido entre 22 de Março e 25 de Abril.
Apesar do cariz sagrado a ela atribuído, a relação com o ritmo da natureza está demonstrada. Na maioria dos casos calha em Abril
que deriva do latim "aperire" porque parece que a terra se começa a abrir para dar novas produções, a Páscoa é o tempo de passagem para uma nova realidade.Todavia a Páscoa também simboliza o meio, o lugar da virtude, porque antes decorrem os quarenta dias da Quaresma e após começam a contar os quarenta dias para a Ascensão. Curiosamente na região agricola que circunda Lisboa a Quinta -Feira de Ascensão é o dia do Feriado Municipal de: Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Vila Franca de Xira, Benavente e Cartaxo. É um dia santificado muito importante e está relacionado com a preparação da colheita dos cereais.
A Páscoa na nossa região é a ocasião em que florescem as "pascoínhas" de que deixamos uma imagem recolhida perto de Sintra.