A Serra das Ligeiras está situada na freguesia de Rio de Mouro, concelho de Sintra na área metropolitana de Lisboa, Portugal. Do cume vislumbra-se amplo panorama, desde a Serra da Carregueira a norte, Serra de Sintra a oeste, a sul Oceano Atlântico. Nela existiam as antigas minas de ferro de Asfamil que nos ocupamos já neste espaço. Actualmente nas vertentes da elevação, encontrámos propriedades de apreciável dimensão, aproveitadas para a cultura de trigo e forragens. Os terrenos estão limpos, por isso nestas paragens é possível observar aves de rapina, águias e milhafres, na faina da caça, belo espectáculo, quando planam no ar, e depois em voo picado veloz na direcção do solo para atacarem coelhos, ratos e por vezes outros passáros.
As terras das Ligeiras, pertenciam a moradores da aldeia de ASFAMIL, povoado de tipo comunitário, o nome significa A-DAS-FAMÍLIAS. Os terrenos circundantes seriam de fruição comum, a maioria ficava na serra. LIGEIRAS, quer dizer união de uma coisa com outra, laço, vínculo, o prefixo Lig, significa, empenhar a palavra, fechar, cerrar, envolver. A exploração da terra seria feita de maneira consensual sem dificuldade simples e informal, sem constrangimentos, isto é: ligeiramente.
O topónimo igualmente está em concordância com o aspecto do sítio "airoso,agradável, com boa vista", enfim "ligeiro".
Na área metropolitana de Lisboa, a grande pressão urbanística nos anos 70 a 90 do século XX, provocou impactos ambientais, que pareciam irreversíveis. O Município de Sintra foi um dos que mais sofreu com o tipo de ocupação desenfreada do solo.
Felizmente a partir de finais dos anos 90 graças a aprovação do primeiro PDM (plano de urbanização municipal), e medidas complementares que se tomaram, como melhoria da rede de esgotos, separação efectiva de águas residuais das águas pluviais, limpeza e tratamento das linhas de água, designadamente a regularização dos leitos de cheia a consolidação dos taludes, das ribeiras a situação foi melhorando.
O resultado está à vista, aos poucos a fauna própria dos cursos de água está de volta. Os "patos bravos" como eram conhecidos os construtores civis que sem quaisquer preocupações estéticas ou de protecção da natureza, foram os "obreiros" do urbanismo que ainda temos. Agora estão a ser substituídos pelos verdadeiros patos selvagens que frequentam as águas das nossas ribeiras de novo próprias para os seus mergulhos e "passeios". A foto obtida em 5 do corrente, em pleno meio urbano, um pouco abaixo do local onde a água que vem da vertente da Fonte de Nossa Senhora das Mercês, que brota junto da capela do mesmo nome,entra no antigamente designado rio das enguias, aqui existiu uma represa que deu nome á quinta "da prêsa", a imagem mostra um razoável numero de palmípedes que nadavam nas águas com que as últimas chuvadas fizeram encher a ribeira, toda esta "ninhada",visivelmente satisfeita, é observável a partir da entrada do Centro de Saude de Rio de Mouro.
A capacidade de renovação da natureza é imensa, por muito mal que os néscios façam, a situação pode reverter-se. Oxalá suceda o mesmo com a situação social e politica para onde nos conduzem...