Na frontaria de casa meio arruinada, situada no desaparecido lugar da Cova da Onça, freguesia de Rio de Mouro, Sintra nas imediações do recinto da Feira das Mercês encontrei, pequeno painel de azulejos, representando cena da vida campestre,no caso faina da vindima.
Analisei com atenção toda a composição "azulejar", o que pareciam figuras vulgares, colocadas ali como decoração, revelou-se "documento" importante para conhecer a actividade agrícola da região de Rio de Mouro , na primeira metade do século XX.
O traje dos tipos humanos era usual na charneca saloia, carro de bois,tem pormenores construtivos idênticos aos que Fernando Galhano, designou ser "carro saloio ",cujo detalhes, omito para não alongar o texto.A composição pictórica,reporta-se indubitavelmente a zona saloia.
Este "documento" confirma a riqueza vinícola do termo de Sintra, particularmente, das terras de Rio de Mouro,onde aliás viveu,na quinta do Zambujal ilustre republicano Ribeiro de Carvalho, conhecido também como grande produtor de vinho,as vinhas ocupavam encostas do casal dos porqueiros e quinta da barroca;na quinta da Ponte Rio de Mouro "antigo", há pouco tive ocasião de visitar vetusto lagar de esmagar uvas, ao lado do qual cobertas de pó e teias de aranha, apodrecem duas pipas de 1000 litros de capacidade.
A casa um dia destes ,vai ruir , assim se perderá documento histórico valioso, não será possível, retirar o painel de azulejo ,a tempo? Oxalá
Acerca do mural de azulejo obra da Pintora Graça Morais, colocado junto à estação ferroviária de Rio de Mouro Rinchoa, escrevemos neste espaço, diversos apontamentos sobre o que consideravamos falta de atenção e cuidado dispensados. Em determinado momento, conseguimos que fosse reparado um acto de vandalismo praticado contra o mesmo.
No entanto, outras situações que careciam de alteração para ser admirada em toda a sua plenitude, só agora foram rectificadas. As colunas de iluminação que não permitiam a visão plena do painel. Desde 2007, tínhamos solicitado a sua retirada para o outro lado da via: finalmente foi realizado esse trabalho.
Faltam alguns pormenores como a limpeza do mural com água desmineralizada, a remoção da sinalética de transito e um aviso a proibir afixar publicidade sobre os azulejos como alguns fazem.
Não será um custo incomportável, apesar das condições de "austeridade" que nos amarguram a existência: Autora relativamente ao seu processo criativo disse "pretendi com a figuração despertar a imaginação e proporcionar um certo bem estar a quem vive ali o seu dia a dia.Pensei nos alunos da escola que fica próxima do local dessa intervenção" (Escola Secundária Leal da Câmara). É necessária iluminação condigna para que mesmo de noite a obra possa ser admirada e beleza das imagens transmita a mesma clara e radiosa sensação do belo que á luz do sol "proporciona".
Oxalá os jovens estudantes das escolas próximas se tornem guardiães e admiradores duma obra de arte,pensada por Graça Morais, para toda a comunidade mas muito especialmente para eles.
Com a ajuda de quem ama a nossa terra, iremos continuar a pugnar pela dignificação de algo que muito valoriza Rio de Mouro e o concelho de Sintra do qual já é mais um "ex-libris".(comparar a imagem abaixo, com as que publicamos em identica data de 2010)
No post que publicamos em 29 de Julho de 2007, manifestamos o nosso descontentamento pelo estado de abandono em que se encontra o painel de autoria da ilustre figura da cultura portuguesa, que é GRAÇA MORAIS, colocado na zona envolvente da estação ferroviária de Rio de Mouro, no município de Sintra.
Há poucos dias colocaram iluminação numa das componentes da obra de arte, que está nas paredes do viaduto do caminho de ferro. Pensámos: finalmente, vale mais tarde que nunca! Verificamos hoje que era melhor terem ficado quietos, porque:
OS TUBOS COM OS CABOS ELÉCTRICOS, AS CAIXAS DE APARELHAGEM E AS BRAÇADEIRAS DE FIXAÇÃO, foram instalados directamente sobre os AZULEJOS DO PAINEL, vandalizando assim a obra de GRAÇA MORAIS!
Não há palavras para tamanho atentado à cultura. Quem tem culpa? Não sei, mas daqui lanço um apelo reparem rapidamente esta asneira, para continuar a ter esperança que em Portugal ainda é possível acreditarmos nas instituições. Estou muito indignado! Se estiverem de acordo os que visitam este "blog" protestem.