Agora parece toda a gente, despertou para a importância simbólica e afectiva das antigas estradas de Portugal, por onde antes das " autovias " surgirem com profusão, fluía o trafego rodoviário,
A estrada nacional 118, a qual apelido há muitos anos de " via Ribatejana " porque atravessa toda a lezíria da margem esquerda do Rio Tejo desde inicio em Alcochete, até ao Gavião.
Não tem conto as ocasiões que nela já circulei. O " antigo " caminho para a Pampilhosa da Serra, fazia por aqui, passando pelo celebre cruzamento do Porto Alto, até a Ponte da Chamusca,
Belo percurso por entre vinhedos arrozais e plantações de meloais e melancias. Samora Correia, Benavente ; Salvaterra de Magos, Almeirim Alpiarça e Chamusca, era por íamos passando,
Hoje fiz trajecto de Gavião a Porto Alto, descobri pouco abaixo de Santa Margarida da Coutada, alturas de Constancia o marco quilométrico indicativo da distancia 118 Km,achei engraçado e aqui fica ponto marcante da mítica e sempre pitoresca EN 118.
Quinta-Feira da Ascensão que ocorre quarenta dias após a Páscoa, está actualmente associada a uma tradição de origem campesina, e por isso é feriado Municipal, em muitas zonas de Portugal onde durante séculos a cultura dominante foi o trigo. Na região de Lisboa é feriado em Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Vila Franca de Xira, Benavente, Cartaxo e Salvaterra de Magos.
A vertente pagã desta efeméride de celebrar a espiga, era uma maneira de chamar a atenção para o facto do Verão estar a chegar e com ele a época das ceifas. No antigo Egipto a espiga simbolizava o ciclo natural dos mortos e do renascer - "A espiga contém o grão que morre seja para alimentar seja para germinar". Cristo subiu ao Céu neste Dia um dos mais belos do simbolismo Cristão.
Antigamente porque era um dos dias santos do calendário católico mais respeitados, ninguém trabalhava, daí uma "cantilena" que se recitava na Beira, que o meu saudoso avô Augusto Cortez, me ensinou:
O período Pascal pode ser motivo para diversas reflexões,conforme o significado que lhe seja atribuído. Na nossa civilização "judaico -cristã" a Páscoa está relacionada com o Equininócio, quer dizer igualdade de luz e trevas, porque nesta ocasião a parte clara do dia é idêntica a parte escura. Segundo os ensinamentos transmitidos ao longo de gerações todos nós só dispomos na nossa vida de um dia dividido em vinte e quatro horas. Deste modo a unidade de tempo que define a vida é a HORA ,daí dizer-se :chegou a hora ,em boa hora ou há horas para tudo.
A Páscoa ou melhor o Domingo de Páscoa por ser a primeira festa móvel regula todas que se seguem, entre as quais a de Quinta Feira de Ascensão, dia em que segundo as escrituras Jesus teria subido ao céu. Para não se confundir com a Páscoa judaica a Igreja Católica celebra o Domingo de Páscoa, no primeiro Domingo depois do quatrozeno da Lua de Março, ou seja aquele que se segue à Lua Cheia mais próxima do equinócio da Primavera a 21 de Março. Deste modo a Páscoa não pode deixar de ocorrer no espaço compreendido entre 22 de Março e 25 de Abril.
Apesar do cariz sagrado a ela atribuído, a relação com o ritmo da natureza está demonstrada. Na maioria dos casos calha em Abril
que deriva do latim "aperire" porque parece que a terra se começa a abrir para dar novas produções, a Páscoa é o tempo de passagem para uma nova realidade.Todavia a Páscoa também simboliza o meio, o lugar da virtude, porque antes decorrem os quarenta dias da Quaresma e após começam a contar os quarenta dias para a Ascensão. Curiosamente na região agricola que circunda Lisboa a Quinta -Feira de Ascensão é o dia do Feriado Municipal de: Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Vila Franca de Xira, Benavente e Cartaxo. É um dia santificado muito importante e está relacionado com a preparação da colheita dos cereais.
A Páscoa na nossa região é a ocasião em que florescem as "pascoínhas" de que deixamos uma imagem recolhida perto de Sintra.