EPISÓDIO SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, NO MAR SINTRENSE
Decorria 1943 fase mais aguda do ultimo conflito bélico a nível mundial. Portugal mal grado a "neutralidade colaborante" do governo do Professor Oliveira Salazar, conheceu em diversas ocasiões na sua área de jurisdição territorial e marítima agruras da guerra.
No mês de Maio daquele ano ,numa segunda -feira dia dez, o navio pesqueiro "CABO DE SÃO VICENTE", com arqueação bruta de cem toneladas, tripulação constituída por 18 homens, e propriedade da Sociedade Comercial Marítima, quando se encontrava na faina da pesca, foi sobrevoado por aeronave, segundo a imprensa "de nacionalidade desconhecida", aquela dirigiu rajada de metralhadora sobre a traineira, em clara atitude agressiva e aviso. O capitão do barco deu ordem de abandonar o barco .Pouco depois quando salva vidas já se afastara do navio, o avião largou duas bombas no convés, o navio afundou-se rapidamente.
Os elementos da tripulação recolhidos , por outro pesqueiro da mesma empresa que se encontrava perto, foram transportados para Lisboa, sãos e salvos. A noticia do Diário de Lisboa revela receio do governo português, não fomentar na população animosidade contra os alemães. Sabemos agora o bombardeiro protagonista da ação foi um "Focke-Wulf", da força aérea alemã, estacionado na base aérea Bordéus-Merignac, sueste de França, este tipo de avião considerado pelos aliados "o flagelo do Atlântico", era quadrimotor equipado com motores BMW, podia voar até 6000, metros de altitude , e o raio de ação alcançava 4400, quilómetros, á velocidade média de 350 Km/h.
Os factos ocorreram na área do mar sintrense a 23 milhas da Ericeira no paralelo do Cabo da Roca. A segunda guerra mundial também tocou o "nosso" cantinho.