Cumpri de novo desejo iniciado há cinco anos quando reparei neste centenário "roble", mantém-se firme e viçoso, nos terrenos da antiga quinta grande, junto a estação de Meleças.
Tem cada vez mais "lenha" seca na copa, no entanto, aspecto geral é saudável, vai durar ainda muitos anos se não for "derrubado".Seria conveniente,alguém com poder e meios, mandasse cortar os ramos "mortos" , ficava mais vistoso.
Sem dúvida carvalho, de mais idade existente na área urbana do Município Sintrense.Longa vida "velhinho amigo".Como referi em anterior apontamento, idade da árvore rondará 400 anos.
Em Setembro de 2013, encontrei pela primeira vez um gigantesco carvalho, que cresce na antiga quinta grande de Meleças situada na Rinchoa,limites das freguesias de Rio de Mouro e de Belas no Município de Sintra , área metropolitana de Lisboa, Portugal.
Desde dessa altura quando desponta, finalmente, o tempo primaveril, como sucedeu hoje, um sol luminoso e quente adorna o dia, depois de persistentes temporais de chuva vento e frio,fui qual romeiro visitar a árvore.Talvez seja das minhas remotas origens asturianas,o carvalho impressiona-me pela majestade do tronco e espessura da folhagem.Árvore poderosa símbolo de força, aliás a palavra latina "robur" que significa carvalho, quer dizer força, a grandiosidade da sua copa assemelha-se á cobertura de um templo.
No meu anterior apontamento escrevi: a casca que falta no tronco, devia ter sido utilizada no curtimento de peles. Poderá ser; hoje observando com mais atenção , posso afirmar a árvore deve ter sido atingida por um raio, que danificou o tronco e secou muita ramaria.
O exemplar é robusto, resistiu, apresenta aspecto de grande vigor vegetativo. Medi o perímetro do tronco á altura do peito (PAP), verifiquei a dimensão de 2,95 metros. O tronco de um carvalho em condições favoráveis de solo e água , como é o caso, cresce cerca de 6 cm por década a idade deste será de cerca 450 anos.Oxalá continue motivo de inspiração sabedoria e força que os nossos antepassados celtas atribuíam ao carvalho. A mais antiga árvore do rincão sintrense aonde está.
A Quinta Grande é uma propriedade situada no lugar de Meleças, no concelho de Sintra. Era uma exploração agrícola de que se conhecem referências em documentos muito antigos. As suas terras produziam com abundância, por serem férteis, e disporem de água para regadio proporcionada pela Ribeira da Jarda que a atravessa.
A quinta foi urbanizada, restando da sua antiga função uma estreita faixa junto ao curso de água. Nesta zona são visíveis as ruínas dum forno destinado ao fabrico de cal. Para a cozedura do calcário o forno teria de seraquecido com a queima de lenha, possivelmente obtida nas proximidades.
No local ainda se detectam vistosos sobreiros e carvalhos negrais de pequeno porte.
A avenida que termina na quinta designa-se "dos carvalhos", reminiscência da existência, não há muito tempo de árvores daquela espécie. Quem sabe se alguma lenha para o forno não seria cortada deste arvoredo?
Como testemunho dessa época resiste um Carvalho de porte grandioso que descobrimos por acaso no local.O seu robusto tronco serve de suporte a rede dum galinheiro, instalado sob a sua copa. Ridícula utilização duma árvore notável.
O carvalho plantado na berma do caminho perto do acesso à Estação Ferroviária de Meleças, do lado da Rinchoa, percorrido diariamente por centenas de pessoas apressadas, talvez por isso passe despercebido.
Pela sua altura cerca de 15 metros e diâmetro do tronco, terá mais de 200 anos.Apesar de umas pernadas secas, o seu aspecto vegetativo é bom.
Este "distinto" carvalho negral, sobrevive a curta distância duma grande urbe, sendo ummonumento deveria ser considerado de interesse público, para figurar num roteiro das ÁRVORES MONUMENTAIS de Sintra. Devido as suas grandes ramadas àsua folhagem espessa o carvalho simbolizava um Templo vivo, porque convida a permanecer e meditar sob a sua sua sombra. O carvalho era para os antigos, a ÁRVORE.
Quem sabe se este não será o derradeiro exemplar do que deve ter sido um frondoso carvalhal? Merece ser admirado e conhecido, deixamos por isso, registo para memória entretanto, é mais um motivo para frequentar um local de bucólica beleza antes que o "progresso" o confine a casario e a uma estação de comboios na chamada, linha do Oeste Português.
O Sobreiro é uma árvore nativa da Europa e do Norte de África.Em Portugal abunda em diversas regiões sobretudo no Alentejo. No entanto na toponímia vamos encontrar evidência da sua presença em nomes como: SOBRAL, SOBREIRA, SOBRALINHO, SOBREIRAL... dispersos por toda a geografia Lusitana. No começo da nacionalidade as matas de sobreiros eram muito extensas. O aproveitamento da sua lenha para a produção de carvão para aquecimento, e fabrico de sabão, a utilização da madeira na construção de navios motivou o derrube dessas matas restringindo a sua importância quase só a extracção da cortiça. Esta obtém-se ao fim de algumas décadas de crescimento da árvore.
O sobreiro cultiva-se também como planta ornamental, em quintas, é possível encontrar exemplares com aspecto mais espectacular do que no estado de cultura silvestre.
Em Sintra o Sobreiro tem condições favoráveis para crescer de modo espontâneo e vigoroso. Este facto complementado pela existência de Quintas, permite observar na região sobreiros seculares de que já aqui falamos caso da SOBREIRA DOS FETOS.
No entanto na RUA TRINDADE COELHO, um pouco adiante do largo daquela, onde começa o CAMINHO DOS FRADES deparamos com vários indivíduos centenários exibindo a sua cortiça virgem. Um tem um tronco gigante encastrado no muro que circunda uma propriedade, no interior da qual se avistam sobreiros ornamentais de provecta idade.
Tudo isto a escassos metros da muito visitada QUINTA DA REGALEIRA. Os sobreiros em Sintra não estão devidamente referenciados para serem admirados pelos seus fustes envolvidos em espessa e rugosa casca, eficaz agasalho nas nevoentas frias noites de SINTRA.
Num recôndito lugar do Portugal profundo, esquecido e cada vez mais desabitado um velho carvalho ROBLE agoniza. Conheço a árvore há algumas décadas. Por exames efectuados supõe-se ser exemplar do século XII. Algum tempo, um grande incêndio destruiu outros carvalhos adjacentes.
Este meu "AMIGO" sofreu danos de monta, sempre admirei o seu fuste grandioso em diversas ocasiões desfrutei da sua fresca e dilatada sombra.
Acompanho o definhar do seu majestoso tronco, e tenho procurado passar de vez enquanto para ver o seu estado. A última vez constatei o seu aspecto debilitado, o caule está mais apodrecido, como todas as velhas árvores também esta vai morrendo de pé. Quero partilhar com quem lê estes meus textos a mágoa de nada poder fazer para alterar o curso do inevitável. Deixo a imagem duma árvore, sinónimo de FORÇA, adorada em todas as antigas religiões como "divindade suprema do céu", já com os sinais duma evidente decadência.
A idade secular deste "ROBUR" é mais um motivo para que vá agonizando, o fim já se vislumbra . Na NATUREZA tudo acaba. Não se deve "rezar" pelos vegetais, mas nada impede que os que admiram e respeitam as árvores se comovam com o definhar dum GIGANTE COMO ESTE. Deixo o adeus sentido a uma ÁRVORE MORIBUNDA que no término da sua existência continua sublime, como se fora um TEMPLO, grandioso e impressionante.