Casal de Cambra actualmente, freguesia no concelho de Sintra, situa-se num território onde se verificaram profundas transformações ao longo de pouco mais de um século, local de viligiatura dos cónegos da câmara eclesiástica de Lisboa - "celeiro" das freiras de Beja - maior aglomerado de génese ilegal da Europa, recuperado com esforço e "cabedais" de moradores e Município.
Durante meio século, pela fama de propriedades curativas das águas, ali afluíam multidões procurando alivio dos padecimentos. Nos primórdios do regime republicano.
Publicava legislação que outorgava o alvará de concessão permitindo exploração das águas medicinais existentes na localidade.
Note-se documento refere: "Casais de Câmara" por isso a concessionária era denominada por: "Empresa das Aguas de Casais".
Vestígios do balneário, podem ainda ser observados no jardim de Casal de Cambra no "Parque 25 de Abril". Na época que muita gente rumava as nascentes, era frequente ouvir-se em Lisboa: "vou a águas para Casal de Cambra ".
A importância do manancial, relevante , daí ser referenciada nas cartas geográficas concelhias.
A ermida de Santa Marta erigida há cera de 400 anos por volta de 1600, cumpriu função de templo durante dois séculos. Entrou depois em tempo de ruína e abandono, 1999 no mandato da Presidente Drª Edite Estrela a edilidade sintrense, deliberou recuperar a capela, nessa época quase completamente destruída. Parecia terem passado as provações.
Infelizmente, não.
A ermida de Santa Marta, fica situada em Casal de Cambra aglomerado de génese ilegal, outrora considerado a mais extensa urbanização "clandestina" da Europa. A localidade objecto de processo de recuperação, parceria do Município com os moradores reunidos em associação, melhorou na actualidade é uma prospera freguesia do concelho de Sintra. A zona envolvente da ermida, requalificada ganhou dignidade.
Nas imediações da capela surgiu populoso bairro destinado a alojar pessoas sem habitação condigna, no âmbito do denominado "PER" programa especial de realojamento.Chegaram muitas e variadas gentes a maioria pessoas de trabalho e ordeiras , no entanto há sempre quem cause problemas.
O edifico da ermida já serviu para "actividades" de "rapel", que motivaram intervenção policial. Resultaram partidas inúmeras telhas da cobertura. Há cerca de cinco anos o sino desapareceu do seu "poiso" campanário.
O templo continua aberto ao culto graças a zelo e carinho de congregação de freiras que habitam e trabalham no bairro para resolver graves problemas sociais que proliferam. O interior impecável convida a meditação e reza.
Faço votos que a junta de Freguesia e Município ajudem a reparar estragos e evitem de novo a decadência do templo. Oxalá alguém leia este apelo; quem tiver possibilidade visite a ermida, merece ser conhecida e acarinhada. Ámen.