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Tudo de novo a Ocidente

INSIGNE FILHO DE "SINTRA DO ALENTEJO"

Castelo de Vide assente em elevada colina rodeada de arvoredo frondoso, abundante em frescas águas, surpreendeu o Rei de Portugal D. Pedro V; deliciado com a paisagem na visita que fez a vila dia 7 de Outubro de 1867, segundo é voz corrente sua Majestade não encontrou melhor termo de comparação que Sintra daí  denominar o burgo "Sintra do Alentejo", assim ficou.

Aqui nasceu um dos mais brilhantes vultos da história de Portugal ,José Xavier Mouzinho da Silveira,  passou a eternidade, simplesmente conhecido por "MOUZINHO DA SILVEIRA". A acção política e cívica marcou para sempre a história da nossa Pátria, podemos afirmar as leis promulgadas pelo estadista, desmantelaram definitivamente o regime da monarquia absoluta. Não admira quando em 1832 por ordem dos Miguelistas, detido e encarcerado o mandado de prisão apelidar Mouzinho da Silveira: " o surdo e infame rebelde" alusão a surdez e facto de ter sido da maçonaria.

Faleceu em Lisboa no dia 4 de Abril de 1849,  determina no  testamento, vontade de ser sepultado na ilha do Corvo no arquipélago dos Açores, ou aldeia de Margem, concelho do Gavião distrito de Portalegre, no seu querido Alentejo. Considerava Mouzinho da Silveira, ambas terras se "mostraram agradecidas em vida " com a promulgação da lei da sua autoria que abolia os direitos senhoriais  sobre povo humilde daquelas localidades.  Seria sepultado na aldeia do concelho de Gavião, para onde o corpo foi levado conforme vontade expressa, "num caixão ordinário forrado de grossaria pregado e antes preparado de forma que possa sofrer a  viagem ou jornada sem incomodar os vivos, e o condutor o levará como se levam os caixões de mercadorias e pelo preço ordinário de fardos de volume igual" determinava quando chegar ao destino, "se terá o trabalho de avisar o pároco, para estar presente quando por dois homens de paga for conduzido ao cemitério numa padiola".

Respeitou-se a vontade do defunto. Finalmente a 15 de Junho de 1875, os restos mortais de Mouzinho da Silveira foram trasladados para jazigo construido por subscrição pública, no adro da igreja de Margem. Desde que conheci vida e obra deste grande Português, planeava visitar monumento onde está sepultado. Realizei esse objectivo, passado dia 1 do corrente.Permaneci em silencio alguns instantes contemplando a estátua, pensando, a fama é efémera, a glória eterna.

Mouzinho da Silveira escreveu: "Dou graças a Deus por ter nascido de pais que trataram de me radicar no amor da verdade e da justiça, no desprezo da vaidade do traje, e de qualquer ouro fausto ou afecção, e devo a isto o não ter tido nunca alguma ordem ou título". Seria  deste modo até ao fim, e depois da morte. Grande Homem, recordar o exemplo é dever de cidadania. O monumento funerário, quem puder deve visitá-lo.

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AS DIVERSAS " SINTRA " DO MUNDO

O encanto e a paisagem mágica de Sintra exercem tal fascínio que muitos locais dentro e fora de Portugal, aproveitam todos os ensejos, para por um motivo ou outro, se compararem à nossa terra singular.

São conhecidas as designações de "Sintra do Alentejo" atribuída a Castelo de Vide, "Sintra da Beira" cognome de Alpedrinha no  concelho do Fundão, "Sintra do Algarve" como alguns rotulam Monchique; Saborosa assume ser a "Sintra do Douro". Em Cabo Verde na Ilha Brava encontramos a vila de Nova Sintra. Todas estas localidades justificam tais denominações, por serem semelhantes à sede do concelho de Sintra, nos aspectos climáticos e de coberto vegetal, sendo deste modo, verdes e frescas  émulas de SINTRA.

No entanto há outras características de Sintra, que servem de exemplo a povoações, que pretendem ser "Sintras" nesse domínio. Estamos a reportar-nos á escolha como residência e repouso de nobres e poderosos, que durante séculos tiveram as suas quintas não só na vila de Sintra, mas também no seu termo, em Colares, Rio de Mouro, Terrugem e outros dispersos lugares.
Numa recente publicação do Exmo.Ayuntamiento de Badajoz, intitulada Badajoz Y Elvas en 1811, pode ler-se sobre a batalha da Ilha de Leão,que se travou nas proximidades de Cadiz na Andaluzia precisamente naquele ano de 1811, o seguinte: "os restos (do exército) se acolheram a CHICLANA, (...) queimando tudo, o que é pena porque Chiclana é a Sintra de Cádiz, aonde os grandes têm as suas quintas mais formosas"p.384.

Esta povoação é hoje uma ridente cidade espanhola e centro turístico.Em qualquer sitio, quando se quer elogiar a graça e a beleza dum espaço o modo mais adequado é compará-lo com Sintra. Diversas Sintras, que prestam "homenagem" á "Mãe" de todas elas, que é: janela do Ocidente ,ponto de passagem do fulgor do sol para a tranquila claridade lunar, onde a luz vagueia entre as árvores envolta na bruma do oceano, SINTRA da serra do monte da lua.

 

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