NO PRINCIPIO ERA CAMINHO DOS SILOS
Uma satisfação proporcionada pela pesquisa,é verificarmos a veracidade de algumas hipóteses aparentemente podiam parecer lendárias e fantasiosas.
Na freguesia de Rio de Mouro , Município de Sintra, antiquíssima aldeia das Covas, é exemplo disso.Existe antigo caminho, ligando esta localidade a aldeia de Paiões, cuja utilidade principal , para os moradores foi permitir , com maior comodidade aceder a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Belém, dai apelidarem tal via " caminho da Missa ".
No entanto, no começo, o motivo porque se abriu tal via, teve outra motivação. No tempo, muito anterior a fundação da nacionalidade Portuguesa.Os povos para guardarem cereal resultante de boas colheitas, para tempo de penúria, usavam armazenar o grão em covas abertas no solo:
Abertas as covas, eram depois, " barradas" com argila, para impedir o cereal fosse contaminado pela terra.
Finalmente, depositavam no interior o grão, capacidade destes, " armazéns " variava de 10 a 20 alqueires, (600 a 1200 litros).Sendo a abertura tapada com pesada pedra.
Os terrenos de maior produção cerealífera desta área, situavam-se em Paiões, o caminho permitindo transito de carretas e mais tarde carros puxados por animais, saia de Paiões por onde hoje é rua de Santo António, seguindo depois na direcção das Covas.
Esta pratica, originou na toponímia, nomes, com " URRA , URROS, COVAS , HORREOS e CAMPO DE SILOS "
O sitio seria escolhido pelas características do solo de arenito, abundância de argila, boa exposição solar.
Quando foi instituido concelho de Cascais, no reinado de D. Pedro I, aldeia permaneceu no concelho de Sintra; sendo administrativamente, freguesia de Rio de Mouro, e termo da Vila de Cascais, talvez porque os silos existentes, continuaram a ser utilizados por habitantes do novo Município?.
O caminho agora conhecido com sendo da Missa, foi de facto, no começo durante séculos , " Caminho de Pão ", aqui apresentado a saída da povoação das COVAS

