GUARDIÃO DA ALDEIA
Alcandroada no cimo de uma lomba onde avistamos panorama deslumbrante,concelho de Mafra, freguesia de Cheleiros distrito de Lisboa, o resto da aldeia das Broas vai paulatinamente avançando rumo a ruína total. Quando chegamos ocorre questionar, às portas da capital, aldeias ficaram desertas sem moradores, porque estranham no interior do País se verifiquem idênticas situações?
Silencioso lugar, batido pelo vento, suscita-nos melancólica ternura, paredes de edifícios outrora utilizados vão derruindo. Se actos de vandalismo houve, não notamos.
Parece permanecer invisível segurança, zelando para tudo terminar no tempo adequado, sem pressa nem afã. Não há viva alma, largo principal do povoado, gigantesco freixo, por ventura centenário, rodeado de vestígios antigo banco de pedra, construção circular onde moradores conviviam.
Freixo, segunda antigas crenças de povos germânicos, símbolo de perenidade da vida, indestrutível afugenta as serpentes e todos maleficios, é o guardião da aldeia. Enquanto durar nada de mau vai suceder naquele lugar.
Pensava tudo isto na curva do caminho de regresso, quando olhei a "freixial silhueta", quem sabe ? pela última vez.