CASAMENTO DE POMPA E CIRCUNSTÂNCIA - CELEBRADO NA CAPELA DE JANAS EM SINTRA
A capela de São Mamede, orago da aldeia de Janas no caminho de Fontanelas antiga freguesia de São Martinho, Município de Sintra; templo de arquitectura de forma circular, raridade em Portugal, conhecido pela secular festa da bênção do gado, exemplo que sucede noutro rincão da terra saloia, no adro da Basílica de Santa Quitéria de Meca, concelho de Alenquer.
Não é para dissertar acerca dessa particularidade escrevo hoje. Desloquei-me a Janas para relembrar acontecimento de relevância social, na vida mundana de Lisboa, ocorreu na década 1940.
No dia 27 de Setembro de 1947 sábado, a meio de uma manhã alvorou chuvosa, mais tarde abriu, ficando luminosa e bela, como costumam ser no Outono Sintrense. A velhinha capela, ostentava portas e altares cobertos de colgaduras, paredes adornadas de cedros e flores campestres, compondo o espaço, tribulos e lampadários de prata, órgão tudo vindo propositadamente de Lisboa, preparado durante uma semana de modo a conseguir cenário romântico intimista para rematar uma história de amor, qual encenação teatral: o casamento da Dra. Mariana Rey Monteiro com o arquitecto de interiores, Emílio Ramos Lino.
A noiva, filha única do casal Amélia Rey Colaço, Robles Monteiro, empresários do Teatro Nacional D. Maria II, onde Marianinha, para os mais íntimos, exerceu profissão de actriz, o noivo irmão do ilustre arquitecto Raul Lino.
Celebrante Padre Albertino Robles Monteiro, primo da noiva, também pertencente a distinta família de São Vicente da Beira, perto de Castelo Branco.
Os noivos receberam bênção Papal, comungando durante a missa cerimonial. A multidão de gente do povo assistiu no exterior a toda encenação que rodeou o acto, qual peça teatral.
Entre os convidados, estavam Presidente da Câmara Municipal de Sintra, engenheiro Carlos Santos, a Marquesa de Cadaval, o Conde do Funchal entre outros ilustres amigos das famílias dos nubentes.
Como diz proverbio é bom chover na boda, aqui correspondeu a verdade porque Mariana Rey Monteiro e Emílio Lino,deve ter sido casamento feliz; apesar enviuvar com 35 anos, tiveram três filhos; faleceram ambos em Lisboa, ele em 1958, ela em 2010. Nunca mais, capelinha de Janas se alindaria de modo igual.