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Tudo de novo a Ocidente

Terra das oliveiras doentes

 No munícipio de Sintra distrito de Lisboa Portugal,ao qual pertence o agrupamento de freguesias de Almargem do Bispo-Montelavar-Pero Pinheiro,circunscrição administrativa onde está implantada em terrenos outrora pertença da Casa Pombal,a denominada "granja do marquês"a base aérea nº1 da Força Aérea Portuguesa. Nas imediações encontramos o sítio da Cortegaça,localidade onde subsistem rústicas construcções testemunhos da sua ancestral fundação.

A origem do topónimo Cortegaça,deve ser estudada de acordo com a situação geográfica das povoações designadas por esta palavra, os "localismos " influenciam o significado.Corte tem inumeros significados ,para a nossa pesquisa escolhemos,"casal campo",evitamos aldeia porque estaremos perante povoado anterior ao domínio arabe.

Em redor de Cortegaça algumas  oliveiras velhas porventura denunciam restos de robustos olivais, e também zambujos ou oliveiras bravas certificando abundância de azeitona . Uma doença que atacava as oliveiras era conhecida por "gafa", tal moléstia provocava  queda do fruto antes da maturação,e consequente quebra na producção de azeite.
A povoação seria conhecida por Corte Gafa; casal,campo ou terra das oliveiras doentes (portadoras de gafa).Por corruptela,tão vulgar na topononímia,Cortegafa passou a Cortegaça.

A oliveira é associda á luz, da azeitona se diz "para dar a luz ao mundo mil tormentos padeci".O azeite alimentava as lampadas,fontes de claridade,triunfo sobre a escuridão, igualmente permitia melhorar a dieta alimentar das populações em tempos de penúria.

Talvez para evocarem a protecção divina para as suas oliveiras,os moradores da Cortegaça tenham desejado como padroeira do "burgo"Nossa Senhora da Luz,em honra da qual erigiram uma capela singela e humilde,construída na entrada da povoação ladeando a antiga estrada vinda de Sintra.A escolha de alguém ou algo associados a luz ,baseava-se na antiga crença.de na luz existir um Deus misericordioso e bom;de acordo com o pensamento de J.Boehme.

A capela actual do século XVIII,substituiu a anterior destruída pelo terramoto de 1755;provavelmente,situada perto do cruzeiro,hoje no meio da estrada,antes quem sabe, adorno do adro da ermida. 

 

Rusticidade Sintrense - Vestígios duma Cegonha.

A geologia do território do município sintrense é formada por diversos afloramentos rochosos, desde o granito da serra ao calcário e argilas, predominantes em muitos sítios da geografia do concelho. Os solos calcários dos planaltos das freguesias de S. João das Lampas - Terrugem, e Almargem do Bispo, Montelavar Pêro Pinheiro, caracterizam-se por índices elevados de secura dos terrenos, razão pela qual a obtenção de água para rega e consumo, foi difícil até ao surgimento da tecnologia de perfuração e captação de água por intermédio de bombagem eléctrica.

Antigamente um dos métodos mais utilizados eram as noras e as cegonhas, estes últimos engenhos de elevar água dos poços,utilizados em situações de escassez de água. Quase sempre obtida em nascentes pouco profundas, as vezes simples "poças" para irrigar pequenos hortejos, pertença de gente de fracos recursos sem meios para construir noras nem animais de tiro para as fazer girar.

A designação de cegonha provinha do engenho possuir uma vara comprida, semelhante ao pescoço da ave. Na extremidade colocava-se o recipiente "balde", para tirar água do poço. A vara pendia de um longo tronco rodando num eixo de ferro, suportado por grossa forquilha de madeira cravada no solo.Na retaguarda do tronco existia um contrapeso normalmente, pedra toscamente atada naquele, para facilitar a operação de içar o balde cheio.

Deparámos com indícios duma cegonha na proximidade de  Cortegaça, aldeia do concelho de Sintra. Estamos na presença de vestígios que atestam o carácter primitivo da "bimbarra" outro dos nomes do engenho: a água era vertida num tosco recipiente escavado no calcário, depois lançada na levada de rega. Um exemplo da capacidade de adaptação dos nossos antepassados as dificuldades do meio envolvente. O poste de cimento, substituto da forquilha, testemunho, que a cegonha ou "burra" funcionaria ainda não há muito tempo.

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