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Tudo de novo a Ocidente

TOPONÍMIA SINTRENSE - SAMUDES

Numa das estremas do Município de Sintra, proximidade da " fronteira " com vizinho concelho de Loures,no meio da ubérrima zona  horticola, de Albogas,deparei topónimo de significado desconhecido.

Encontrei em diversos registos paroquiais do século XVIII das freguesias do concelho sintrense, informações relatando  existência de escravos de proveniência africana, empregues nas tarefas agrícolas, principalmente, em  propriedades senhoriais. Todavia,  escravos habitaram desde tempo recuado na região saloia.

Este facto social, permitiu apurar ,  designação  antiga atribuída a individuo crioulo, era SAMU. 

Topónimo significaria, sitio outrora  habitado por vários , samu, porventura escravos; gíria popular, transformou  plural não  samues  mas  SAMUDES.Será ?

samu.jpg

 

ESCRAVOS EM SINTRA NO SÉCULO XVIII

A escravatura foi abolida em Portugal em 12 de Fevereiro de 1761, no reinado de D.José I, no "consulado" do Marquês de Pombal. Próximo dessa data ainda é possível descobrir referências a escravos. Relativamente à zona de Rio de Mouro,apuramos: 
Em 1758 na Quinta de Meleças, propriedade de Dona Maria Joaquina, trabalhavam dois escravos: Catarina Inácia e Manuel Gomes ambos pretos. Na Azenha do Papel, junto ao Sítio do mesmo nome, morava um escravo, branco de nome Valentim. Na quinta de António Silva em Albarraque servia uma escrava preta de nome Maria. Outra escrava de nome idêntico trabalhava para Caetano de Andrada Pinto, na Quinta do Pinheiro em Rio de Mouro.

No Casal da Serra, situado onde hoje estão os depósitos de água dos SMAS, no alto da Rinchoa, moravam Francisco Simões e sua mulher Domingas Maria Josefa que tinham dois escravos.

Na nossa região encontramos um número significativo de quintas, pertencentes naquela altura a nobres, altos funcionários e comerciantes residentes em Lisboa, que as frequentavam no Verão, e noutras alturas do ano. Para cuidar das propriedades empregavam  mão de obra escrava,quem sabe se o chão da foto não foi um dia tratado por um nosso semelhante escravizado.

O número de escravos na  cidade de Lisboa representava no século XVII cerca de 10% da população da urbe (100.000 hab.).  

Convém não esquecer que a abolição da escravatura, foi originada por interesses de ordem económica, e não por razões humanitárias. Pretendia-se que não fossem desviados escravos do Império do Brasil, onde eram muito necessários e trazidos para a Metrópole, como era hábito fazerem aqueles que regressavam. Assim parece ter sido, porque acerca de alguns dos escravos afirmava-se serem naturais de capitanias brasileiras. Aqui está um facto social vulgar na nossa terra há 250 anos. Não foi assim há tanto tempo...

 

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