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Tudo de novo a Ocidente

A muito nobre e realenga Vila de Belas

A recente "degola" de Freguesias, atingiu uma das mais distintas e senhoriais das terras Portuguesas, a Vila de Belas no termo de Sintra. Estamos ligados a esta localidade não só por apreciarmos o seu valioso património natural e construído, mas também porque durante algum tempo, no período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, foi "assento" duma tertúlia de amigos na qual debatíamos aquilo que pensávamos ser o melhor para a Freguesia o Município de Sintra e Portugal. Bons tempos.Além disso no cemitério de Belas repousam os restos mortais do grande Português e Sintrense Leal da Câmara, cujo tumulo por vezes visitamos.

Para se aquilatar o desconhecimento da importância social e histórica de Belas, da parte de quem legislou, e acabou com sua autonomia autárquica secular, recordamos: foi sede de Concelho até 1855, no entanto durante séculos.pela amenidade do clima, ponto de passagem obrigatório da corte no caminho para Sintra, habitada por famílias nobres, serviu de pousada e estancia á mais alta nobreza do Reino. (Lavanha, 1622) relata: "Aos dezassete de Setembro (1619), foi sua Majestade e Altezas a Sintra, e de caminho el-rei passou pela fonte da agua livre, a qual se pretende meter na cidade (Lisboa), examinando-se diante de sua Majestade a quantidade de água,presente o Presidente da Câmara (de Lisboa) e outros oficiais dela. De ali foi a Belas vila de António Correa da Silva onde tem uma boa casa e jardins, nela comeu sua Majestade e Altezas, e passaram a dormir a Sintra. "Estes factos ocorreram no decurso da viagem de D. Filipe II,de Espanha, ao Reino de Portugal.

Mais tarde em 23 de Setembro de 1728, a Gazeta de Lisboa, noticiava:" A Rainha nossa senhora, foi ontem a Belas com a senhora infanta D. Francisca ver o senhor infante D. Carlos". Tratava-se da Rainha D. Maria Ana de Áustria esposa de D. João V. O infante D. Carlos,seu filho, encontrava-se doente e procurava alivio, no ambiente saudável de Belas. Faleceu em 1730, com 14 anos.O infante D.Manuel de Portugal, irmão de D. João V, nascido em 1696 viveu alguns anos em Belas onde faleceu em 1766, reinando D. José I, que o visitava com regularidade. Foi cabeça de Marquesado e Condado, adstritos aos senhores de Pombeiro e Castelo Branco D. Manuel I Duque de Beja, antes de ser rei, doou os rendimentos da igreja de Belas, as freiras do convento daquela cidade.

Artistas e autores de relevo, influentes na cultura,do nosso País,viveram ao longo do tempo na Vila. A igreja matriz,o Paço do Senhor da Serra, um dos pioneiros clubes de golf fundados em Portugal, quintas maravilhosas, uma doçaria única (fofos de Belas), são alguns dos atributos da povoação. Ironia do destino por incultura de quem pensou a "lei autárquica" reduziu esta nobre terra à condição de ostentar nome de estação ferroviária "agrupamento de freguesias Queluz-Belas". Mais prosa para quê? Doí constatar o atrevimento dos ignorantes. Belas não merecia ser tratada assim.A freguesia de Belas tem de ser reposta,por imperativo da justiça e da História.(Foto,portal manuelino da igreja matriz)

O CENTENÁRIO DA REPÚBLICA E LEAL DA CÂMARA

Neste 5 de Outubro de 2011, terminam as comemorações do centenário da implantação da República Portuguesa e da promulgação da Constituição de 1911. Como é tradição, a Junta de Freguesia de Rio de Mouro, assinalou a efeméride com a colocação duma coroa de flores no "memorial" erigido em honra de Leal da Câmara, na RINCHOA.

Este gesto tem justificação, porque foi aqui que o republicano Leal da Câmara viveu os últimos 25 anos,e doou a sua casa ao municipio de Sintra. Estivemos presentes, e não deixamos de recordar o que o seu amigo Acursio Pereira escreveu:

"Esta aldeia da Rinchoa, com o seu donaire saloio e as suas graças silvestres, foi o derradeiro abrigo do sonhador. Havia, afirmo-o com segurança uma atracção para o espirito de LEAL DA CÂMARA, neste aglomerado palreiro de casario. Leal que trilhara mundos barulhentos e hipercivilizados (...) na sua primeira noite na aldeia recolhida, embiucada na treva, olhando o Céu salpicadinho de estrelas a piscarem luz, talvez tivesse perguntado, que estrela é esta, aqui,tão viva sobre o beiral do telhado?"

Estas linhas foram escritas já depois da morte de Leal da Câmara, porque se ele tivesse ocasião de responder, concerteza,teria dito:Já sei, só pode ser  a REPÚBLICA.

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