Durante o passeio matinal utilizando a " pédovia ", construida na Serra das Minas , Rio de Mouro Sintra, bordejando a Ribeira das Enguias , que a incultura de alguns continua a designar indevidamente da Lage. Nessa ocasião deparei com robusto e provavelmente centenário freixo,cujo tronco iluminado pela luz solar, evidencia admirável fuste da árvore.
Como está limpa de vegetação circundante, que impossibilitava visibilidade, surge agora a quem se dispõe admirar, a beleza singular de um monumento vivo.
Na Rinchoa,localidade do Município de Sintra, freguesia de Rio de Mouro,encontramos duas árvores centenárias de grande porte, crescem junto a, Calçada da Rinchoa, principal artéria da "urbe",referimos sobreira da Rinchoa e freixo, acerca dos quais aqui escrevi apontamento.São árvores embelezam a Rinchoa e merecem ser preservadas.
Ontem nas caminhadas que realizo ,no "bairro", deparei num outeiro por detrás do muro que ladeia a Rua da Fonte,vetusto e copado carvalho negral,cujo tronco coberto de erva, trepadora,passa despercebido a quem passa e observa a distancia.
Com certeza árvore centenária tal qual as suas "vizinhas" anteriormente referi.São exemplares poupados ao derrube da mata primitiva .Foi sorte terem resistido até aos nossos dias,devem ser devidamente assinalados para a população conhecer este valioso património que valoriza a terra em que vivemos cada dia mais requalificada e propiciadora de melhor quotidiano onde é agradável viver
A nove de Abril de 2008, escrevemos nesta "tribuna":
"O freixo da Tala encontra-se junto da placa indicativa da localidade à esquerda da estrada vindo de Mira - Sintra". Encontrava-se porque a vetusta árvore do concelho de Sintra, definhou e teve de ser abatida.Resta a memória, e um vazio difícil de preencher no local onde há sete anos parecia ser "eterno".A placa toponímica também desapareceu.A memória do freixo da Tala,faz parte do acervo do "tudo de novo a ocidente", e só por isso a nossa labuta vale a pena.
É comum associar as árvores à produção de madeira frutos e a retemperadora sombra. Se outros atributos não tivessem, estes seriam suficientes para cuidarmos da sua conservação e respeitarmos quem contribui para nos alegrar a vista e purificar o ar que respiramos.
De vez em quando, deparamos com exemplares plantados em locais e situações que suscitam, imaginários pensamentos, sobre o porquê de tais ocorrências. Isto leva-nos para outro dos aspectos ligados as árvores: o mágico e o simbólico. Vem tudo a propósito de dois magníficos FREIXOS que ladeiam a entrada duma formosa quinta, situada próximo de Paiões na Freguesia de Rio de Mouro no Concelho de Sintra.Esta freguesia é a par da vila sede aquela onde encontramos mais quintas.
Observando os freixos, podemos constatar serem de idade avançada visto os seus troncos se apresentarem com o interior oco, como se pode notar no sopé.
A quinta é do século XVIII, devendo remontar aquela época, o plantio das árvores, cujos os fustes, quase iguais, permitem concluir terem idade semelhante. A quinta já teve vários proprietários na actualidade pertence a um estrangeiro.
Quando o seu primitivo dono plantou os freixos, parece ter tido a preocupação de os colocar em posição de "guardiães " da entrada, e escolheu uma espécie de folhas sempre verdes, desse modo ideal para embelezar o acesso da sua propriedade.
Por ouro lado o freixo, simbolicamente representa, a perenidade da vida que nada pode destruir. A preocupação humana de deixar uma marca para além da passagem por esta vida. Como os freixos segundo antigas crenças servem para afugentar as serpentes, talvez se pretendesse resguardar a quinta dos perigos e invejas. Quem sabe?
Uma coisa é certa estas duas árvores formam um conjunto distinto e ornamental que passa despercebido, para evitar isso, fica a imagem.
As árvores além da sombra e da madeira, proporcionam as populações outros motivos justificando o seu plantio em determinados locais. Algumas espécies como o TEIXO serviam para assinalar os locais de enterramento dos fiéis junto de igrejas e Ermidas. Ainda hoje nas ASTÚRIAS, no Norte de Espanha, existem teixos milenares em adros e cercanias de templos.
Os Celtas consideravam o teixo uma árvore funerária. Outras crenças difundiram a ideia de que a sombra da figueira não é saudável porque segundo a tradição Judas que traiu CRISTO, enforcou-se numa.
Poderíamos evocar muitos outros exemplos, ficaremos pelas "mágicas" propriedades associadas aos FREIXOS. Referimos em anterior apontamento uma possível razão para se encontrarem estas árvores nas imediações dos locais de culto cristão. Deparámos com um robusto provavelmente secular, junto da IGREJA MATRIZ de Rio de Mouro no concelho de Sintra, cujo orago é NOSSA SENHORA DE BELÉM. Este templo foi mandado construir no século XVI pelos Frades Jerónimos do Mosteiro da Penha Longa fervorosos devotos da VIRGEM DE BELÉM.
O freixo que no presente se encontra na via pública deveria em tempos recuados estar no terreiro do adro. Segundo (Chevalier e Gheerbrant 1982) ao freixo atribuía-se a propriedade de afugentar as serpentes dos locais onde estivessem plantados.
Na Bíblia simbolicamente a serpente representa o pecado. Poderia ser esta outra das razões porque se plantariam freixos na envolvente dos Templos. Pretendia-se que tais sítios estivessem resguardados dos "Pecados do Mundo", para isso, um meio adequado seria recorrer ao "poder mágico" da árvore que as serpentes temem? O FREIXO é uma planta "virtuosa".
As árvores são elementos indispensáveis para compreender a cultura dos Povos.
Cada árvore notável destruída é algo que não se pode remediar porque com ela se esfuma um pouco da nossa memória colectiva. Proteger as árvores é um dever da CIDADANIA.