Do que terá sido muito antiga quinta da Presa,actualmente resta pequeno núcleo, na rua liga Rio de Mouro Estação as Mercês, ainda no território da freguesia de Rio de Mouro , Município de Sintra; é assim denominada por causa da represa existiu na propriedade.
Procuro há muito saber ao certo, onde ficaria tal construção,no meio da papelada tenho vindo, paulatina e preguiçosamente limpar do meu arquivo,aproveitando ensejo proporcionado pelo estado de residência fixa e vigiada, resguardado da pandemia, e dos cada vez mais numerosos néscios apareceram, não sei donde transvertidos sábios , conselheiros e comentadores.Num desses papeis, encontrei informação para resolver dúvida.
Caminho particular,desde Avenida Almirante Gago Coutinho, ao parque urbano da Ribeira das Enguias, transpõe o curso de agua por meio de um pontão,durante dilatado tempo as pessoas passavam pelo cume do dique. No leito da ribeira, podemos observar interessantes vestígios.
Tratam-se de ruínas do açude, e começo da levada que fazia mover azenha, existiu mais abaixo,onde fica a Rua do Jornal de Sintra, artéria , onde passava a via Romana em direcção de Albarraque.
A quinta da Represa ou da Presa, extensa propriedade, englobava os terrenos onde está o pavilhão desportivo e escola básica da Serra das Minas, e também os da outra margem da Ribeira, desde as " hortas urbanas " , até para além do IC 19.
Finalmente o açude foi construido no local das ruínas , para permitir, além da rega de culturas agrícolas, igualmente armazenar as aguas provenientes das nascentes ou minas, das colinas ( serra ), do mesmo nome. Mapa do sitio
"Semanário regionalista - Independente ",slogan que ostentava no cabeçalho o prestigiado periódico,JORNAL DE SINTRA; paladino defensor dos interesses do Concelho,decurso da ditadura Estado Novista, sempre lembrou os ideais republicamos, instituídos em Portugal, pela revolução de 1910, mesmo nas circunstancias mais dificeis.
Em 1957, época de confronto entre partidários das liberdades democráticas, e Salazaristas da linha dura, situação essa no ano seguinte motivou a candidatura do Marechal Humberto Delgado.
A propósito da comemoração do 5 de Outubro, Jornal de Sintra, publicava na primeira página :
Basta ler texto,para ficarmos convictos do republicanismo do Jornal de Sintra, e ao mesmo tempo, admirarmos a inteligência e sagacidade do seu director, contra ventos e mares, desafiando a censura pévia , escrevia : " VIVA A REPÚBLICA ", brado então de indole "subversiva "; e lembrando regime vigente, apesar de tudo, era republicano.
Uma rua tranquila em romantico e apascivel recanto da freguesia de Rio de Mouro , Sintra, ostenta placa com nome :
Afixada por vontade dos moradores de Rio de Mouro a qual a Câmara Municipal de Sintra, acedeu com prontidão. Tratou-se de justa homenagem ao semanário regionalista que muito pugnou e continua a pugnar pelo progresso do Município.
Até aqui tudo bem , todavia , simples acto de descerrar a placa revestiu-se de solenidade e festa. No dia primeiro Dezembro de 1968, pelas 14 horas, na presença do presidente da edilidade sintrense, Coronel Duarte Pedro, demais autoridades da municipais e paroquiais , depois de salva morteiros e toque apropriado de clarins, foi descerrada a placa toponímica ; rua não apresentaria o pacato ar desta tarde.
Resta , para terminar, referir após este acto os convidados dirigiram-se a pé para sede da Sociedade União Primeiro de Dezembro pouco afastada deste local , onde se efectuaram cerimónias comemorativas do 81º aniversário da Sociedade.O dia terminou com baile, " dedicado a família da colectividade em festa ". Aqui fica história da colocação de " placa toponimica ", que se revestiu como poucas de muita pompa e circunstância.
O santuário em honra de Cristo- Rei, edificado em Almada , Área Metropolitana de Lisboa, foi inaugurado , em 17 de Maio de 1959, com a presença do Senhor Presidente da Republica , Almirante Américo Rodrigues Tomás.
O acto revestiu-se de grande solenidade e fé, centenas de milhares de pessoas assistiam e participaram nas cerimónias.Além de outos momentos solenes , houve um que marcou indelevelmente . quem teve oportunidade de participar, segundo repórter do Jornal de Sintra , acompanhou o evento; Hino Nacional , entoado pela multidão , o maior coro jamais " formado " para cantar a Portuguesa, transformou-se no mais sentido e emocionante episódio da solenidade.
Não esqueçamos, naquele tempo toda a gente era obrigada a saber o " hino " de cor e salteado. assim não seria surpresa amplitude e fervor do canto da multidão.
Sem mais delongas, deixo excerto da crónica publicada no numero 1316 , 26 Maio 1959 do JORNAL DE SINTRA.