Deparo de vez enquanto no trabalho de investigar a história do dos sitios que adoro.Encontrei algumas ocasiões referencia "azenha de fitares"; sei mais ou menos onde ficava.Hoje na habitual caminhada no Parque Urbano da Rinchoa, Município de Sintra, notei alguém mandara podar uma velha figueira existente , do alijamento dos ramos , apareceu a vista uma construção que antes parecia simples muro .
Trata-se do troço final da levada conduzia água até a roda da azenha, para com o peso do elemento liquido a accionar.
Posso finalmente afirmar havia na Ribeira de fitares , um dique,precisamente onde está antiga ponte pedonal de pedra,daí saía levada percorrendo terreno junto ao caminho de ferro e estação de Meleças, até a azenha no fundo da propriedade, a agua depois de fazer rodar a moenda, era aproveitada para rega da horta a partir do açude que ainda podemos observar no curso de água a seguir ao local da "azenha de fitares ". Prova superada, como diria o outro.Motivo de interesse acrescido para valorizar este maravilhoso parque em boa hora, colocado a fruição dos habitantes da Rinchoa, e todo concelho de Sintra.
O conceito de cultura popular em abordagem simples, é a forma como uma comunidade se adapta ao meio envolvente. Seguindo esta perspectiva, deparamos no Município de Sintra, entre as povoações de Bolelas e Amoreira um caso relacionado com a necessidade de resolver problemática relativa ao aproveitamento de água e método seguido pelos habitantes a solucionar. A questão relacionava-se com utilização da água para fins diversos. O manancial brota numa encosta declivosa. A obra revela engenho e capacidade de aproveitar as condições naturais e edificar conjunto integrado multifuncional.
A fonte empreendimento da Câmara Municipal de "CINTRA" ostenta a data de 1922, inicio da função da "bica" "dar de beber a quem tem sede ". Água escorre para amplo receptáculo feito de cantaria ladeado duas lajes que servem de bancos seguidamente por efeito gravítico vertida num tanque destinado a bebedouro do gado. A cota do terreno permitiu encaminhar, por idêntica "facilidade" da natureza, o elemento líquido a lavadouro coberto utilizado pelas aldeãs das redondezas não só para lavagem da roupa mas também para colocarem a conversa em dia,sentadas em rude banco de pedra aguardando quem sabe a vez se iniciar a "faina"?! As sobras da água deste sistema encaminhadas através de "levada" talhada em pedra regavam e ainda regam os campos junto ao vale. Três funções para melhor render a água escassa. A arquitectura atesta a harmonia entre o que se desejava obter de benefício preservando a rusticidade do sítio à beira do caminho em íngreme lomba. Um bom exemplo de cultura popular.