A construção de edifícios , normalmente destinados a habitação, que durante as décadas de 1960 e 1990, desenfreadamente ocupou muito do solo do Município de Sintra , provocou desaparecimento do arvoredo , que cobria encostas e vales , onde foram surgindo , a praga do loteamento " lote a lote " .
Felizmente. aqui e acolá, resistiram exemplares da flora nativa, alguns dos quais apresentam agora , porte e robustez merecendo por isso, ser conhecidos. Na encosta da Rinchoa, sobranceira a estação ferroviária de Rio de Mouro, encontramos um roble da espécie, " negral " avaliar pelo diâmetro do tronco, amplitude da copa será , porventura quase centenário.Cresce junto a caminho, concorrido, merecia fosse colocada informação chamando atenção; quem passa , talvez não repare, e... não se admira o que não se conhece.
Nem todos gostam das árvores e algumas vezes não perdem um ensejo de demonstrar essa sua faceta. Sendo um património de especial relevância, as plantas requerem cuidados redobrados para poderem crescer e tornar-se frondosas e elementos marcantes da paisagem. Quando atingem grande porte e provectas idades ainda mais atenção exigem.
No nosso apontamento de 9 de Março de 2008, escrevemos sobre o fim triste de dois pinheiros mansos, seculares, que por serem árvores notáveis tinham sido cuidadosamente preservados pela CÂMARA MUNICIPAL DE SINTRA em 1972, quando foi emitido o alvará de loteamento da Urbanização da Rinchoa onde cresceram.
Posteriormente sem qualquer cuidado foram colocadas grossas lajetas que impermeabilizando o solo impediram a irrigação, como consequência secaram. Mas os autores de tal desmando não satisfeitos cortaram pela base um PLÁTANO com mais de trinta anos, só porque as suas fortes raízes fizeram levantar o "lajedo" asfxiante. O resultado de tudo isto é deprimente! Tivemos conhecimento que uma Autarquia no Norte de PORTUGAL tinha estabelecido um regime de coimas a pagar pelos responsáveis do abate injustificado de árvores na via pública ou por cortes exagerados nas podas.
Talvez não fosse descabido aplicar o mesmo aos responsáveis deste "arboricídio". Estas árvores, nomeadamente os pinheiros saíram vencedores da fúria de ventos e tempestades como o ciclone que varreu o Nosso País em Fevereiro de 1941, infelizmente pereceram pela incúria de quem não respeita as velhas árvores. Parafraseando um grande Português, o Sr. Engenheiro Ferreira Dias - o problema Português não é uma questão somente SILVÍCOLA é sobretudo, PEDRÍCOLA, porque o que abunda mais são os CALHAUS aos quais se não pode exigir sejam mais do que isso mesmo.
A pedra bruta nada sabe do significado das árvores de qualquer espécie. Mesmo assim nada desculpa este lamentável episódio.