CONTRIBUTOS PARA HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE SINTRA : O SITIO DO PAPEL
Sitio denominado do "papel", no Município de Sintra pertence na actualidade a freguesia de Agualva Cacém , no entanto até década 50 do século passado, durante centenas de anos fazia parte integrante da freguesia de Nossa Senhora de Belém , em Rio de Mouro.
O nome deriva do estabelecimento fabril,possivelmente construido no século XVIII, destinado ao fabrico de papel, utilizando, restos de tecidos.A partir dessa data curso de água banha o local passou a designar-se " Ribeira do Papel ".Curiosamente os primeiros operários da "fábrica",eram oriundos da Vila da Lousã, perto da cidade de Coimbra, onde existia desde o Século XVI, fábrica que fornecia papel a universidade de Coimbra.
Em 1818, fábrica pertencia a Joaquim Pedro Quintela do Farrobo, 2º Barão de Quintela , mais tarde Conde de Farrobo, grande capitalista e proprietário, dissipou em festas e luxos , fortuna descomunal.
Fabrica havia sido comprada pelo pai,Joaquim Pedro Quintela, primeiro barão de Quintela.A instalação fabril esteve na posse do Conde Farrobo, até seu falecimento. Em 1869, os bens foram vendidos em hasta pública, resultado da falência total do conde.
As instalações do "Papel", seriam adquiridas por Pierre Joseph Alfred Cambournac, que iria transformar a fábrica, numa estamparia mecânica e tinturaria a "Tinturaria Cambournac" a qual laborou até depois de vinte cinco de Abril de 1974. Isso é outra história.O numero de operários da Cambournac, chegou a ser tal a Companhia de Caminhos de Ferro Portugueses CP, instalou apeadeiro do Papel, situado na passagem de nível do mesmo nome, estrada Cacém,Massamá, destruído quando das obras de alargamento da via férrea , e destinado a servir a fábrica.