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Tudo de novo a Ocidente

AS LINHAS DE TORRES INCLUIAM O CONCELHO DE SINTRA.

Para impedir a um exercito invasor por via terrestre chegar facilmente a cidade de Lisboa foi idealizado um projecto defensivo, denominado Linhas de Torres Vedras, que consistia no aproveitamento das serranias a norte da capital portuguesa compreendidas entre margem esquerda do rio Tejo em Alhandra até ao oceano atlântico e construir nos seus cumes e colinas  fortes redutos trincheiras, caminhos "desenfiados" e sistema de comunicações adequado centralizado na Serra do Socorro, extrema dos concelhos de Torres e Mafra. O nome linhas de Torres Vedras foi atribuído porque aquela povoação era a mais importante da área abrangida, e possibilitava fácil acesso a frota fundeada ao largo.Nela se construiu uma importante edificação  do complexo militar, o Forte de São Vicente, também conhecido por "obra grande de Torres Vedras".

Quem inicialmente percorreu as região e reparou na aptidão militar do terreno, onde viriam a ser construídas as linhas foi o engenheiro francês Vicent, que acompanhava Junot na primeira invasão francesa. O reconhecimento aprofundado e levantamento topográfico de todos os locais onde viriam a ser erguidos os obstáculos a progressão bélica, realizou-o o Major engenheiro do exército português  José Maria das Neves Costa. A escolha das posições destinadas a fortificação coube ao Duque de Wellington, mais tarde também,conde do Vimeiro marques de Torres Vedras, duque da Vitória. Finalmente o director responsável, pela execução das obras nos locais escolhidos pelo Duque foi o engenheiro inglês Fletcher. Como se refere no magnifico livro do coronel Professor J. Custódio Madaleno Geraldo, dedicado as linhas de Torres (1807-1811).

Segundo Neves Costa os engenheiros britânicos , por falta de tempo, extinção dos meios de execução que podiam dispor , foram obrigados a terminar em Mafra os trabalhos das fortificações.Se assim não tivesse sucedido estavam previstos trabalhos no concelho de Sintra:

Neves Costa indicava diversas posições susceptíveis  serem fortificadas, especificando: "a  6ª posição é a do Sabugo,  esta e aquelas que se seguem até Lisboa, não oferecem grandes obstáculos naturais, e devem antes ser consideradas, como favorecendo uma retirada, ou uma batalha que fossemos obrigados a não poder evitar, do que posições capazes de assegurar a resistência de tropas muito inferiores que nos atacarem. A esquerda esta posição, pode ser postada nas pequenas alturas do Casal da Granja, as quais não oferecem grandes dificuldades no seu ataque. O apoio pode ser encontrado no cerro de Almornos onde se podem defender com vantagem os caminhos difíceis que sobem da parte de Almargem do Bispo.Deste lado a posição pode ser rodeada pelo caminho que de Santa Eulália e Albogas Velhas , vai ao Aruil e D.Maria onde o acesso ao cerro de Almornos e muito praticável, e  pelo qual o inimigo ameaçaria  penetrar até  Loures ou Caneças. A esquerda  a posição pode ser rodeada pelo caminho que da quinta da granja vai a Meleças onde o inimigo se dirigiria ao revês da posição pela  quinta do Molhapão ou pela Venda Seca a Belas.".Neves costa escreve depois acerca da posição de Belas, e alturas do Suimo, hoje Quartel da Carregueira, e cita o alto dos casais do Machado e quinta dos marqueses.

Por esta pequena resenha,faz sentido que o Município de Sintra passe a integrar o conjunto das Municipalidades, que constituíram a rota histórica das linhas de Torres, seja colocada sinalização e se preparem os locais e caminhos, no projecto da obra militar incluídos no território sintrense, para permitir a visita e motivar interesse das caminhadas , "hobby" frequente dos moradores desta zona densamente habitada.As colinas da foto , são os cumes do Sabugo. 

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A "BATALHA " DE SABUGO EM 1887

No Outono de 1887, no lugar do Sabugo na Freguesia de S.Pedro de Almargem do Bispo, Município de Sintra decorreu um evento bélico que teve grande impacto na opinião pública da época, e porque se reveste de interesse, passamos a contar:

Para adestrar os efectivos militares, e preparar os soldados para um situação de guerra, foram realizados exercícios militares, que não decorreram da melhor forma, segundo relato da época: "O que se verificou no exercício do Sabugo, foi verdadeiramente extraordinário a começar pela maneira incompetentíssima como se manifestou a Administração Militar, que não soube cumprir os mais elementares preceitos das funções que tinha de desempenhar. E a prova disso são factos seguintes:

No Sabugo, as forças que representaram o inimigo não tiveram abastecimento de qualidade alguma durante cerca de quinze horas que ali permaneceram. Imagine-se que esta famosa Administração era encarregada de desempenhar as suas funções em tempo de guerra?!

O Sabugo foi um SEDAN (batalha onde a Prússia derrotou a França e ficou prisioneiro  Napoleão III), para o exercito Português, onde só faltou e felizmente, não haver mortes a lastimar.

No Sabugo tudo aconteceu por incúria. Todos sabem que as tropas francesas sofreram revezes, entre outras coisas, por causa da sua administração militar, que forneceu BOTAS COM SOLAS DE PAPELÃO. No Sabugo o fornecedor de Infantaria 23 com quartel em Coimbra, e do qual algumas praças participaram no exercício, forneceu BOTAS COM SOLAS DE CASCAS DE ÁRVORES".

Parece que a corrupção que nos aflige já vem de longe. Para cumulo o tempo também não ajudou porque durante todo o exercício e depois dele choveu sempre. Este episódio ilustrou a falta de organização e fragilidade das forças armadas de então.

A foto é da Estação do Sabugo que, está edificada, nos terrenos onde os factos ocorreram.

 

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