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Tudo de novo a Ocidente

A MAÇONARIA EM SINTRA ALGUNS APONTAMENTOS I

A maçonaria na Monarquia Constituicional como durante a República foi sempre uma organização com influência significativa na vida social e politica do concelho de Sintra. Esta provinha não só de mações naturais e residentes no Concelho, mas também de vários que escolheram o mesmo como local de estadias prolongadas e onde alguns acabaram por falecer.

Entre outros poderemos citar:

Arnaldo Redondo Adães Bermudes, distinto arquitecto que viveu em Paiões Rio de Mouro, onde faleceu em 1947. Foi membro da loja Fiat Lux  do Porto. António Rodrigues Sampaio faleceu em Sintra, onde vivia em 1882, grão mestre da confederação maçónica portuguesa, deputado Par do Reino e Presidente do conselho de Ministros no ano de 1881. General António Xavier Correia Barreto, senador, deputado, cientista e ministro, fundador do Instituto dos Pupilos do Exército, membro da loja Acácia faleceu em Sintra em Agosto de 1939. Tomé de Barros Queiróz, fundador da loja Candido dos Reis, deputado ministro, viveu em Sintra tendo falecido em Lisboa em 1925.

Eram igualmente membros da maçonaria sintrenses ilustres como Leal da Câmara, Formigal de Morais, José Alfredo da Costa Azevedo, José Bento Costa, Gregório de Almeida, muitos outros que a seu tempo falaremos.

Durante vários anos existiu em Sintra uma loja maçónica denominada LUZ DO SOL, de qual reproduzimos um  documento , datado de 1913. Segundo José Alfredo, Gregório de Almeida foi venerável ou seja presidente desta organização.

 

A CÂMARA DE SINTRA E O REGICÍDIO

Os acontecimentos de 1 de Fevereiro de 1908, que determinaram o assassínio de D. Carlos I e do Príncipe herdeiro Luís Filipe, provocaram  grande impacto em todo o País.

A Câmara Municipal de Sintra, a exemplo de outras,  reuniu extraordinariamente para marcar posição perante o sucedido.

Sendo Sintra uma Vila frequentada pela "Família Real", é interessante divulgar o que a Câmara Sintrense deliberou.

A acta da reunião extraordinária do Município realizada em 10 de Fevereiro de 1908 reza o seguinte:

"Nesta Vila de Sintra, Paços do Concelho e Sala das sessões da Câmara Municipal, reuniu em sessão extraordinária, a Comissão Administrativa do Município, sob a Presidência do Senhor Visconde de Tojal, achando-se presente os Vogais Senhores Francisco Gonçalves da Silva, Alfredo Cambournac , Henrique dos Santos e José Maximino C. Barros, estando também presente o Senhor Administrador do Concelho Visconde da Idanha. Aberta a sessão, era meio dia. O Senhor Presidente declarou que convocava esta sessão extraordinária, para hoje, por ser o primeiro dia útil depois dos tristíssimos acontecimentos do dia um do corrente em Lisboa, para dar conhecimento à Comissão de que, logo no dia dois ao ser conhecido aqui o nefasto atentado, que vitimou Sua Majestade El-Rei D. Carlos, Sua Alteza o Príncipe Real D. Luís Filipe, dirigira telegramas a toda a "Família Real" em nome do Município, manifestando o seu sentimento pela perda que enlutara o País, telegrama de que já recebeu os agradecimentos, que apresenta à Comissão, e de que esta tomou conhecimento.

Que não obstante estar cumprido esse dever, e de ter já ido pessoalmente ao Paço, acompanhado duma numerosa comissão de proprietários e comerciantes de Sintra, e, inscrevendo-se no registo das condolências, propunha que na acta desta sessão se consignasse...

O profundo sentimento do Município, pelo infausto acontecimento, e o seu protesto contra o infame atentado que roubou as vidas preciosas de D' El-Rei e do Príncipe Real, que fazendo esta proposta, estava convencido de interpretar o sentir geral de todos os Munícipes , tanto mais que o Concelho de Sintra, deve à Família Real", especial predilecção, demonstrada, pela honra da sua permanência aqui, todos os anos, por larga temporada, o que tanto têm concorrido para o desenvolvimento do seu comércio e da sua riqueza, predilecção e dedicação de que ainda há muito pouco tempo foi dada eloquente prova, por Sua Majestade a Rainha Senhora Dona Amélia, dignando-se aceitar a presidência da "Liga Promotora dos melhoramentos de Sintra", que tanto deve concorrer para o engrandecimento do Concelho. Que por todos estes factos, e, por outros que se abstêm de relatar, e são do conhecimento da Comissão, propunha que do voto de sentimento aqui consignado, se desse conhecimento à Família Real", e que na igreja paroquial de S. Martinho, se celebrasse no dia 21 do corrente, vigésimo dia depois do atentado uma missa de requium " sufragando as almas de Sua Majestade e Alteza Real, convidando-se oficialmente todo o funcionalismo público do Concelho a assistir a esse acto de cuja celebração se dará publicidade para que todos a ele possam assistir. O que tudo foi aprovado, por unanimidade, deliberando mais a Comissão que todas as despesas com essa cerimónia religiosa, fossem particular e individualmente pagas pelos respectivos vogais.

Tendo-se associado a todas estas manifestações o Senhor Administrador do Concelho. Foi seguidamente encerrada a sessão".

A acta:

 

 

 

Nem todos os presentes assinaram a acta. Ninguém usou da palavra, além do Visconde do Tojal.

O facto das despesas da missa terem sido assumidas pelos membros do executivo, demonstra o receio de reacções dos Munícipes . Esta acta revela, que em Sintra a influência do ideal Republicano era notório , e, que os monárquicos já não assumiam com convicção a defesa do Regime. Para além da morte lamentável de dois seres humanos o que morreu em 1 de Fevereiro de 1908, foi a monarquia, apesar de formalmente só o ter sido em 5 de Outubro de 1910. 

 

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