O culto e devoção de Nossa Senhora de Nazaré, originário no Santuário da Nazaré, edificado na localidade do Sitio, cume da colina que coroa a vila piscatória.
Santuário onde afluíam maior numero de peregrinos de todo Portugal, antes da construção do de Fátima, após as aparições da Virgem Nossa Senhora, na Cova da Iria em 1917.
Lugar da mais arreigada dedicação Mariana de todo Oeste Peninsular, concretizada na manifestação de religiosidade popular, fervorosa imponente e grandiosa, do círio da " Prata Grande", no qual se integram freguesias sintrenses de São João das Lampas, Terrugem e Montelavar.
No final de Maio, mês por excelência de culto Mariano. Imagem peregrina de Nossa Senhora da Nazaré, aqui fica, com votos conceda a todos, as graças pretendidas.
Um dia não muito distante, larguei o carro, e decidi calcorrear a pé o caminho de Almornos e Almargem do Bispo, localidades situadas no extremo norte do Município de Sintra, na área Metropolitana de Lisboa, em Portugal.
Era um final de tarde soalheiro e calmo com temperatura agradável propicia á marcha, a paisagem do sítio de cariz campestre, bordeando o caminho renques de sobreiros, vestígios da vegetação outrora dominante, que sucessivas arroteias necessárias a preparação de terras para cultivo ou pastagem, reduziram drasticamente.
A meio do percurso, deparamos na berma da estrada uma pedra trabalhada tendo na face virada para a faixa de rodagem, esculpida uma singela cruz. Curiosamente preservada, apesar de estar depositada sobre o chão não foi removida ou furtada do local. Será certamente uma pedra de "peso".
Humilde e centenário Cruzeiro perpetuando facto digno ser recordado, ocorrido naquela "solidão". A pedra ostenta gravada a efeméride 8/9/1905, e apela a um P. A. (pai nosso e avé maria) por intenção de alguém que neste ermo terá entregue a alma ao Criador. Os danos causados por accão das intempéries, o "cotão" que cobre o bloco não deixam ver claramente a inscrição.
Talvez as autoridades autárquicas, responsáveis pelo o conjunto das Freguesias de Almargem do Bispo, Montelavar e Pero Pinheiro, decidam mandar restaurar esta "memória". Essa operação, tornando-a mais visivel, facilmente despertaria a atenção de quem passa. A importância dos monumentos não se mede aos "palmos". Enquanto a situação nao se alterar a "companhia" quotidiana será o sobreiro plantado no outro lado da estrada, que "mitiga " o olvido.
Um antigo povoado nos limites dos concelhos de Cascais e Sintra distrito administrativo de Lisboa, escassamente habitado durante séculos, alberga agora centenas de moradores resultado da auto construção, esforço de muita gente para realizar o sonho da casa própria, localidade situada na freguesia de Nossa Senhora de Belém de Rio de Mouro tem nome invulgar: Cabra Figa. No dicionário geográfico, vem referida a existência de outra aldeia nome idêntico na freguesia de Montelavar, também município de Sintra. Desconhecemos onde fica ou ficaria localizada.Em documentos antigos constatamos a designação de Cabra Fria.
Cabra reporta-se a sítio de penedia, escarpado, barranco, fraga. No distrito da cidade portuguesa de Guarda existe a antiga vila de Cabra, segundo a obra citada, tomo II(pg.335). "passa junto desta terra o rio Mondego, cujas margens se não cultivam por serem fragas".
Próximo da povoação motivo deste apontamento desponta do solo uma correnteza de fraguedos nas margens do rio dos Veados, são rochas sem imponência, mas suficientes para originarem o topónimo. A sua pequenez, explica a conotação dada, esta cabra ou fraga pouco importante não "vale um figo" como se diz na gíria, quando referimos algo irrelevante daí Cabra Figa. A outra "versão"seria corruptela.
No munícipio de Sintra distrito de Lisboa Portugal,ao qual pertence o agrupamento de freguesias de Almargem do Bispo-Montelavar-Pero Pinheiro,circunscrição administrativa onde está implantada em terrenos outrora pertença da Casa Pombal,a denominada "granja do marquês"a base aérea nº1 da Força Aérea Portuguesa. Nas imediações encontramos o sítio da Cortegaça,localidade onde subsistem rústicas construcções testemunhos da sua ancestral fundação.
A origem do topónimo Cortegaça,deve ser estudada de acordo com a situação geográfica das povoações designadas por esta palavra, os "localismos " influenciam o significado.Corte tem inumeros significados ,para a nossa pesquisa escolhemos,"casal campo",evitamos aldeia porque estaremos perante povoado anterior ao domínio arabe.
Em redor de Cortegaça algumas oliveiras velhas porventura denunciam restos de robustos olivais, e também zambujos ou oliveiras bravas certificando abundância de azeitona . Uma doença que atacava as oliveiras era conhecida por "gafa", tal moléstia provocava queda do fruto antes da maturação,e consequente quebra na producção de azeite. A povoação seria conhecida por Corte Gafa; casal,campo ou terra das oliveiras doentes (portadoras de gafa).Por corruptela,tão vulgar na topononímia,Cortegafa passou a Cortegaça.
A oliveira é associda á luz, da azeitona se diz "para dar a luz ao mundo mil tormentos padeci".O azeite alimentava as lampadas,fontes de claridade,triunfo sobre a escuridão, igualmente permitia melhorar a dieta alimentar das populações em tempos de penúria.
Talvez para evocarem a protecção divina para as suas oliveiras,os moradores da Cortegaça tenham desejado como padroeira do "burgo"Nossa Senhora da Luz,em honra da qual erigiram uma capela singela e humilde,construída na entrada da povoação ladeando a antiga estrada vinda de Sintra.A escolha de alguém ou algo associados a luz ,baseava-se na antiga crença.de na luz existir um Deus misericordioso e bom;de acordo com o pensamento de J.Boehme.
A capela actual do século XVIII,substituiu a anterior destruída pelo terramoto de 1755;provavelmente,situada perto do cruzeiro,hoje no meio da estrada,antes quem sabe, adorno do adro da ermida.
No dia 2 de fevereiro,celebra-se uma das significativas festas do calendário litúrgico,a festa da Purificação da Virgem Maria conhecida como festa da Candelária ou das Candeias.A efeméride recorda a apresentação no templo do Menino Jesus,levado pela Virgem Maria e São José,cerimónia realizada quarenta dias após o nascimento do Menino;simbólicamente quarenta é o numero da espera e da preparação.Na Bíblia essa particularidade em diversos capítulos é citada:quarenta anos reinou David,o dílúvio durou quarenta dias, Moisés quando fez quarenta anos foi chamado por Deus.Jesus pregou ao longo de quarenta meses, apareceu aos seus díscipulos quarenta dias antes de ascender ao céu.Quarentena o tempo que aguardava quem fosse suspeito de doença infecciosa,antes de poder entrar num determinado local.
Rosseau considerava conveniente para assumir o governo dum estado,ter quarenta anos;curiosamente a idade do Professor Oliveira Salazar ao ser empossado presidente do conselho ,em conformidade com a constituição política de 1933.
Candeia é sinónimo de vela círio tocha,pequeno aparelho de iluminação.Em tempos os participantes na festa de Nossa Senhora das Candeias,transportavam círios ou candeias.
Sem dúvida ocasião para glorificar a apresentação de Jesus no templo, figura sagrada,portador duma auréola de Luz luminosa, brilhante e pura.
Na região ocidental de Portugal a devoção mariana é muito praticada, a tradição dos círios,manifesta-se no culto a Nossa Senhora da Nazaré,Nossa Senhora do Cabo Espichel,e Nossa Senhora da Peninha.Existem no concelho de Sintra oragos como Nossa Senhora da Luz,em Cortegaça,união das freguesias de Almargem do Bispo Montelavar e Pero Pinheiro,ou Nossa Senhora da Purificação,de Montelavar, relacionados com as "candeias".
Este ano coincide com um domingo a festa será, porventura, celebrada com mais pompa.Dia da padroeira da vila de Mourão na provincia portuguesa do Alto Alentejo ,junto á barragem do Alqueva
Quem percorrer a estrada de MONTELAVAR para a Cabrela, encontra antes da declivosa descida para o vale da ribeira da cabrela, uma pequena povoação chamada Casal Sequeiroimplantada num planalto batido pelo vento, mas com uma fantástica vista, sobre a Serra de Sintra.
A localidade tem um aspecto limpo bem cuidado, como aliás, toda a Freguesia de MONTELAVAR. No apressado quotidiano, poucos reparam numa árvore notável, plantada na berma da estrada circundada por um pequeno pedaço de relva...
Trata-se dum FREIXO...
...cujo robusto tronco deixa antever uma provecta idade. Está inclinado como resultado dos ventos que o têm açoitado, e que neste seco plaino, sopram durante todos os dias.
O FREIXO DO CASAL SEQUEIRO é uma árvore secular e robusta, resistiu ao ciclone de 1941 e tem um bom aspecto vegetativo, merecia ter uma placa informativa chamando a atenção para este MONUMENTO VIVO. A Junta de Freguesia devia pedir a classificação de interesse público.
E já agora, como as velhas árvores são dignas do nosso respeito, retirem do venerando tronco do FREIXO a placa indicativa do centro do Casal Sequeiro, não custa muito. Desfigura quem já passou por tantos anos proporcionando aos caminhantes a dádiva duma sombra, ainda mais apreciada, depois da longa subida desde a fundura do vale.