Uma rara "associação" entre dois tipos de árvores de tipo muito diferente, pode constatar-se na alameda dos cedros que ladeiavam a antiga entrada da quinta de Fitares, na Rinchoa que tinhamos tratado em anterior "post":
O facto conta-se, de modo simples. Há muito tempo, num dos grossos troncos de um dos cedros, germinou uma palmeira, que já apresenta um aspecto vegetativo razoável. Com os temporais que ultimamente assolaram Portugal, causando grandes estragos no concelho de Sintra, onde a ventania derrubou centenas de árvores, muitas delas de grande porte e provecta idade. No local de que estamos a reportar-nos, as ramadas dum cedro, foram partidas e tiveram de ser cortadas. Destes trabalhos resultou que sem a copa um cedro ostenta agora sobre o seu imponente tronco a palmeira, o conjunto é uma raridade, prova que na natureza tudo parece possível. A foto dá disso uma ideia. Quem passa não repara quem sabe, depois desta notícia, talvez se torne curiosidade.
Vem a propósito o poema Toada de Portalegre, de José Régio. "A cada raminho novo que a tenra palmeira deitar, será uma alegria".
Há gente com jóias da natureza e não as sabe cuidar. Num mundo globalizado a singularidade tem valor acrescentado, por isso, deve ser valorizada e divulgada para fomentar nas pessoas sentimentos de partilha e pertença dando a essa particularidade o devido destaque.
No território sintrense, há um local,cuja envolvente encantadora não tem sido devidamente cuidada. O Cabo da Roca: sendo sem dúvida, o ponto mais a oeste do continente europeu, devia ter o adjectivo de FINIS TERRA, pois está a uma longitude superior há do Cabo Galego com aquele nome. O "Cabo do Monte da Lua" como antigamente se chamava era muito extenso, dizia-se ser o seu comprimento de 10 quilómetros, mar adentro. Como consequência dum mega sismo a terra foi submersa e resultou a "testa do cabo". A profundidade média em frente do Cabo ao longo de várias milhas é por isso de só 10 mts.
O Cabo da Roca devia ser considerado como um Santuário Natural. Batido pelos ventos oceânicos, sem vegetação de grande porte, quem visita o Cabo ao aproximar-se do cruzeiro no topo da falésia sente estar perante um FIM DO MUNDO.
É um lugar de longura e fascínio. Infelizmente os fios eléctricos e os postes de iluminação inadequados conspurcam uma atmosfera que deveria ser unicamente céu e mar.
Urge acabar com esta situação, que degrada o ambiente. E porque não promover um concurso de ideias, de modo a tornar o Cabo da Roca na grande PORTA do OCIDENTE e fomentar ainda mais a visita de turistas? Estamos perante uma atracção de grandepotencial.
O nome do cabo deriva do halo de nuvens visível do mar e que quase sempre cobre o seu dorso e Roca é aquilo que o povo chama o "barrão".
Aqui finda a Terra da Europa, entendida como um espaço "do Atlântico aos Urais " frase celébre dum grande Europeu, o General De Gaulle. Devemos contribuir para seja um sítio de comunhão plena entre o Homem e a Natureza. Há poucos lugares no Mundocom tanto mistério e magia como este.