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Tudo de novo a Ocidente

NOSSA SENHORA DE NAZARÉ

O culto e devoção de Nossa Senhora de Nazaré, originário no Santuário da Nazaré, edificado na localidade do Sitio, cume da colina que coroa a vila piscatória.

 Santuário  onde afluíam  maior numero de peregrinos de todo Portugal, antes da construção do de Fátima, após as aparições da Virgem Nossa Senhora, na Cova da Iria em 1917.

 Lugar da mais arreigada dedicação Mariana de todo Oeste Peninsular, concretizada na manifestação de religiosidade popular, fervorosa imponente  e grandiosa, do  círio da " Prata Grande", no qual se integram  freguesias sintrenses de São João das Lampas, Terrugem e Montelavar.

No final de Maio, mês por excelência de culto Mariano.  Imagem peregrina de Nossa Senhora da Nazaré, aqui fica, com votos conceda  a todos, as graças pretendidas.

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A Ilha da Berlenga - "filha de Cintra"

A 5,7 milhas do cabo carvoeiro,na costa marítima portuguesa, frente à cidade de Peniche vislumbra-se um local onde infelizmente nunca estive: o arquipélago das Berlengas, formado além daquela ilha pelos ilhéus rochosos "estelas" e "farilhões". Na ilha existem um farol,e forte de São João Baptista, no começo do século XIX, a fortaleza,além da função defensiva funcionava como presídio destinado a cidadadãos estrangeiros. Nessa época o governador residente no baluarte era o comandante de Marinha Joaquim Rodrigues Galhardo, durante a sua estadia escreveu um poema pouco conhecido sobre a ilha:

 

Sobre a Berlenga que de "Cintra", é filha

Banhada em torno da espumosa vaga

Que bramindo de longe, engole a fraga

A pouco e pouco as margens desta ilha.

 

Em toda ela,pouco mais de milha

Não há fruto, de que tire a paga

De seu trabalho aquele que naufraga

Pois ratos e lacraus são quem a trilha.

 

A ilha tal como hoje, apesar da sua beleza deslumbrante, não tinha na centúria de 1800, condições necessárias, para ser habitada, todo o mantimento vinha de terra, através de barcos que faziam a ligação a Peniche. O governador nos relatórios que enviou para Lisboa, informava: "foi feita a sementeira de várias hortaliças, e veremos quanto delas escapará ao ar do mar  que tudo queima e aos dentes do coelho erato. Os ratos são em tanta abundância e tão atrevidos que de noite sem medo dos curiosos que nas faldas da ilha se entretêm na pescaria lhes comem a isca e o engodo, e mesmo o peixe que eles apanham, furtando-lhe da alcofa ou cesto se eles se descuidam, de maneira que eu tenho visto os mesmos curiosos recolherem-se à fortaleza sem proveito do seu trabalho. Os ratos habitam em covas como os coelhos, o mês passado metendo-se um saca rabo em uma toca e visionando-se ao caçador ter para furado um coelho, trouxe um formidável rato."

Quanto a afirmação inserta no poema  Berlenga "filha de Cintra" é verdadeira porque a ilha, sendo uma elevação da plataforma continental portuguesa emersa, faz parte do planalto subaquático com profundidade até 200 metros que se estende do cabo da Roca, ou seja da serra de Sintra ao vale submarino da Nazaré neste trecho a largura da plantaforma, atinge 70 quilómetros mar adentro, precisamente á latitude das Berlengas. O comandante Galhardo possuia profundos conhecimentos de hidrografia, e foi durante anos piloto de navios, conhecia esta particularidade da costa de Portugal. A Berlenga, vísivel a partir da serra de Sintra no miradouro da Urca, é igualmente observável desde todo litoral do oeste português até ao Sítio da Nazaré, passando por locais que designamos: "costa da Baleia" compreendida entre a Ericeira, Lourinhã e o Baleal e "costa do chocolate" em Óbidos. E aqui está uma particularidade inédita que graças a um acaso feliz podemos partilhar. A Berlenga, com o seu encanto, bem pode no futuro passar a ser conhecida pela  "filha de Sintra e do mar".

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Encontro

Circulávamos pela antiga estrada real de Lisboa a Mafra, denominada pelo regime republicano estrada nacional 117, no trecho entre o Sabugo e Pêro Pinheiro, passado o lugar de Palmeiros, conotação peregrina dos círios Marianos do Cabo Espichel e da Nazaré um pouco adiante saímos da via, tomamos a direcção de Falimas,Casal do Gosmo. Meio quilómetro percorrido, paisagem e  silêncio contribuem para esquecer estarmos a quatro léguas do centro de Lisboa e  uma da vila de Sintra.

As courelas de pasto bordejadas por renques de arvoredo viçoso,lembram um pedaço do "bocage" gaulês. A calma e vastidão da paisagem com a serra sintrense ao fundo contribuem para a sensação de "lonjura " que nos invade. Prosseguimos um quilómetro adiante termina o asfalto, no sítio do Casal do Gosmo. Retrocedemos por entre sobrais e zambujos. De repente numa curva a altura do Casal das Vivas, deparamos na berma com um sublime freixo que tinha escapado a nossa atenção. Paramos, um habitante do sítio com aspecto de  respeitável longevidade aproximou-se, metemos conversa ficamos a saber ter uma idade avançada, perguntamos sobre a árvore que motivara a nossa paragem. Respondeu dizendo ser freixo já grande no tempo do  seu avô.

O ancião afastou-se, observamos a árvore sem preocupação de rigor medimos o tronco a altura do peito,  verificamos ter mais de três metros de perímetro. O fuste altivo grandioso está de acordo com tão robusto suporte. Estamos em presença duma árvore certamente centenária. Desconhecemos se no Município de Sintra existirá outro idêntico. Descoberta feita por acaso que deixamos para desfrute de quem nos visita.

Um monumento vivo,digno de veneração porque é um hino à glória  de Deus e "presente" para admirarmos no seio da natureza donde viemos e para onde voltaremos um dia.

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