TERRA DE MESTRES OURIVES DO " OURO "
Em anterior apontamento escrevi acerca da aldeia de Sacotes,no município de Sintra,chamei atenção para importância daquela localidade no comercio e manufactura do ouro.
No prosseguimento de investigações sobre aquela temática, estou de posse de elementos fidedignos para afirmar que pela proximidade e continuo territorial na freguesia de Rio de Mouro, também existiu no século XVIII,núcleo de artesãos que trabalhavam ouro e a prata; naquele tempo considerava-se ourives todo aquele trabalhava ouro e prata.Assim , denominado do ouro ou da prata conforme, matéria prima utilizada.
Natural do lugar de Francos encontrei individuo, chamado José da Silva, mestre renomado , ourives do ouro na cidade de Évora onde possuía estatuto de homem de fortuna, rendimento profissional deveria ser significativo.
Em Meleças possuíam quintas vários ourives estabelecidos na Rua dos Ourives do Ouro. situada na freguesia de São Julião em Lisboa.A profissão de ourives era respeitada e sigilosa.
No assento de óbito que publico,é interessante constatar estatuto social de pessoas ligadas a "arte".A viúva de um ourives ausente no Brasil, morreu na casa de uma sobrinha naquela localidade, sepultada na igreja de Rio de Mouro, sendo o corpo conduzido " de caixão a cova " revelador de meios de fortuna, no entanto , não fez testamento , porque , como é escrito não possuía bens para deixar, as despesas do funeral, suportadas pela sobrinha.
Não teria bens ao luar, e sim dinheiro; já nesta data, havia preocupação de "fugir" ao fisco, dinheiro tal qual hoje , quase não é taxado, contrariamente a heranças de propriedades.
Outra particularidade a juntar a história do termo de Sintra, Rio de Mouro, terra de ourives do ouro.