Moro num sitio, onde cada estação do ano, proporciona, cenários de beleza, incomparável. Indivíduos de maus fígados,mimoseiam estes locais , com labéu de suburbano, não por razões de situação geográfica, sim por verborreia insultuosa.
Devolvo esse tratamento, desejando se estatelem nas escadinhas do bairro América, ou percam na quinta do Cabrinha, ou na vila Ferro, porque aí , impera a urbanidade que se ufanam, estes náufragos da cidade sem alma, infelizmente a amada Lisboa se transformou...
Adiante ;Avenida dos Plátanos, na Rinchoa, Freguesia de Rio de Mouro, no Município de Sintra, tem plantados, ao longo dos passeios 33, plátanos, quando havia e há espaço para mais.
Sempre Outono aparece, a Avenida, bordejada, das quase centenárias árvores, apresenta panorama encantador, pouco frequente , em zonas densamente povoadas do nosso País.
A nossa terra, é muito bonita; deixemos; ladrar os " cães por a caravana, vai passar " nós chegaremos, aonde almejamos. Sem dúvida! por agora deleitem-se com foto obtive num passado tempo outonal.
Por volta de 21 de Setembro, o Sol oculta-se mais a Oeste. Como oposto ao Oriente o Ocidente, relaciona-se com o corpo enquanto aquele se identifica com a alma. A estação do ano émula do ocidente, é o Outono, a que presidia o deus Dionísio ou Baco.
Segundo Plutarco, filósofo grego, Dionísio era o "SENHOR DA ÁRVORE". Chevalier e Gheerbrant (1982) consideravam-no:"o deus da vegetação da vinha e do vinho dos frutos e da renovação das estações", daí ser-lhe consagrado o Outono, porque é o recomeço da frescura e da abundância depois da secura e escassez do Verão.
Lemos algures, que "na nossa existência temos diante um sol poente e atrás as árvores da nossa vida". Caminhamos para o Ocaso, lugar do poente final, isso não significa acabar nas trevas, a beleza do crepúsculo e da sua Luz talvez signifiquem o aproximar duma outra "claridade".
Em Sintra, no Outono o pôr do sol tem uma tonalidade e beleza impares. Aqui deixamos o poente na Serra de Sintra, observado da Rinchoa. Só para contemplar esta paisagem vale a pena morar aqui. O cenário da renovação está próximo para este território, no sentido do lugarque deve ocupar, o Município mais populoso do País.
Se o mais importante são as pessoas a importância está aqui. Celebremos o EQUINÓCIO, momento de IGUALDADE porque esse é o seu significado.
Aqui o homem conseguiu como em poucos lugares do mundo um compromisso ideal entre a natureza e a acção humana.
Em todas as estações do ano Sintra oferece-nos cenários de beleza impar:
Na Primavera com as brumas os ventos e o verde da folhagem e as flores, fresca e fria no Verão com o murmurio das águas das suas fontes balsamo para os poderosos do reino que fugiam à canicula de Lisboa.
Mas é no Outono e no Inverno que Sintra nos recebe doce e amena, sendo esta época do ano aquela em que é a mais apetecivél desfrutar da sua traquilidade. Para muitos a rainha das estações do ano em Sintra é o Outono, quando pelas encostas da serra o amarelo dourado das folhas das arvores matiza a paisagem.
A luz do sol transparente e o ar quieto e fresco, transmitem-nos uma sensação de paz que convida à meditação; perante um quadro que só vendo se pode sentir. O Outono em Sintra é uma dadiva da natureza que se nos oferece, generosa e bela, como em nenhum outro sitio de Portugal.