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Tudo de novo a Ocidente

MEDRONHEIROS ALTO FUSTE

Aqui , neste rincão encontramos medronheiros com tronco e altura, indiciam ser arbustos de avançada idade.

Contrariamente, ideia feita  que o medronheiro era mais abundante no Algarve, hoje já não será assim. Nas serranias da Cordilheira Central,concelhos de Pampilhosa da Serra, Oleiros e Sertã deparamos com extensos medronhais,  também conhecidos com designação de ervedeiros.

Na Freguesia de Rio  de Mouro, na extrema com a vizinha freguesia de Algueirão -  Mem  Martins,junto do caminho para quinta do Mosqueiro, deparei com dois exemplares de medronheiros, silvestres, dignos de menção.

Resistiram a incêndios e  avanço da urbanização, são belos esguios e vetustos.

medronho 1.JPG

 

A PROFESSORA DE SINTRA

O interessante livro de D.ELVIRA LOPES: "Vila Verde Cem Anos de História", editado pela Associação da Defesa do Património de Sintra na página 162 contém referencia, à professora D. Emília das Neves e Silva, esposa de outro docente António Joaquim das Neves, Mestre Neves, a quem dedicamos o nosso post de 20 Maio de 2011. D.Elvira Lopes, assinala que D.Emília, leccionou em Vila Verde, freguesia de Terrugem, pelo menos até 1915, e conclui que teria sido  substituída "não sei se por morte  ou aposentação".

Infelizmente D. Emília Neves e Silva, não chegou a gozar da reforma, faleceu no dia 19 de Fevereiro de 1917 aos 54 anos de idade, havia nascido na freguesia e vila de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra a 3 de Agosto de 1862. Desaparecia assim uma das "mais distintas professoras do ensino primário e que à sua nobre profissão se consagrava apaixonadamente" este e outros louvores foram publicados quando do falecimento ocorrido na sua casa no Cacém, na época situado na freguesia de Rio de Mouro. O prestígio que desfrutava levava as famílias que costumavam passar o verão em Sintra a não querem outra professora para os seus filhos. António Joaquim Neves e D.Emília Neves e Silva, ensinaram várias gerações de crianças sintrenses,sendo conhecidos no seu tempo "os professores de Cintra"

O seu marido morreu dez anos depois, conforme lápide "memória", existente na antiga escola, conde ferreira, onde está  o "posto de atendimento ao cidadão de Sintra" junto do edifício dos paços do concelho. Deveria igualmente ser colocada ao lado outra lembrando a competente e querida professora D.Emília Neves e Silva. Nunca é tarde para uma homenagem merecida e justa, a uma notável personalidade da nossa terra.

Foto de D.Emília com o marido e filhos (arquivo de família).

P7033379.JPG

 

Político e Floricultor

Fernando Formigal de Morais, simpatizante do Partido Republicano Português (P.R.P.) presidiu a Comissão Administrativa designada para dirigir a Câmara Municipal de Sintra, imediatamente à implantação do regime republicano em Portugal, consequência da revolução eclodida no dia 5 de Outubro de 1910. Seu pai Domingos José de Morais, mandou construir a escola "Morais", a qual chegou a dispor de uma banda filarmónica privativa. O estabelecimento de ensino foi depois oferecido a edilidade sintrense a qual ainda pertence. Para homenagear Formigal de Morais a Câmara Municipal de Sintra, na presidência do Dr. Fernando Seara, deliberou atribuir á escola básica de Varge Mondar Freguesia de Rio de Mouro, o seu nome. A cerimónia teve lugar em 5 de Outubro de 2010, integrada nas comemorações do centenário da implantação da República Portuguesa. Outros factos relativos á vida de Formigal de Morais, são do conhecimento mais ou menos generalizado.Curiosamente durante pesquisa no âmbito de trabalho académico, encontramos no jornal "A Comarca de Arganil" de 24 de Junho de 1909 a notícia seguinte:

 

"Na acreditada  casa de novidades Baeta Dias,da Rua Augusta 23 a 25 -Lisboa, foi na quinta feira (17),inaugurada uma exposição de cravos. É uma exposição realmente interessante, que muito honra o cultivador Sr. Fernando Formigal de Morais, de Cintra. Tem apresentado ali exemplares lindíssimos que têm sido muito apreciados pelos numerosos clientes"

 

O conteúdo não deixa dúvidas quanto à identidade do "cultivador" e local da floricultura. O dono da loja era natural de um dos concelhos da então comarca de Arganil, formada além daquele, mais Góis e Pampilhosa da Serra. A actividade de floricultor deste destacado membro da elite sintrense do século XX, seria desconhecida ao divulgarmos esta ignorada  faceta honramos a sua memória e cumprimos um dever...

A revolução Republicana iria ocorrer daí a um ano o fervoroso adepto da República, plantava cravos, sem cogitar a proximidade do dia que ambicionava chegasse. Lembremos a flor de 25 de Abril de 1974. Será que os cravos pressagiam mudanças políticas? Quem sabe? pelo sim pelo não, vamos todos cultivá-los.

 

 

 

IN MEMORIA DUM HOMEM DISTINTO DA PAMPILHOSA DA SERRA

A notícia correu célere, o nosso amigo e grande Pampilhosense José Augusto Veiga Nunes de Almeida   presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra durante, vários mandatos faleceu. Apesar das nossas diferenças de opinião,tive com ele as mais cordiais relações. Sem qualquer tipo de dúvida a sua actividade como Autarca e dirigente do corpo de bombeiros, foi de tal modo notável, que iniciou o processo de modernização que o concelho da Pampilhosa da Serra, hoje apresenta. Teve dedicados continuadores, no entanto quem lançou as sementes e desbravou o caminho isso foi ELE.

Não posso deixar de referir o apoio e interesse com que acompanhava as minhas pesquisas sobre a História da Pampilhosa, jamais esquecerei a palestra que proferi em 1989, no salão nobre da Câmara Municipal que disponibilizou para o efeito com todo o entusiasmo e  guardo como grata  recordação a sua presença como um dos assistentes.

Partiu ainda novo, infelizmente para os que são mais queridos, e para mim que jamais ouvirei a sua pergunta cada vez que nos encontravamos na Pampilhosa: "Então Júlio como anda a tua mãe?", a qual dedicava especial carinho.

Não poderei acompanhar, o teu percurso final até a última morada no cemitério da Terra que tanto amavas, por isso resolvi escrever estas linhas. Zé Augusto Adeus. Na galeria dos mais ilustres naturais da Pampilhosa da Serra é teu por direito e merecimento um lugar de relevo.    

A SINTRA TERRA HOSPITALEIRA

Sintra sempre foi local de acolhimento de gente oriunda de muitas terras e que aqui encontraram trabalho e outras condições para uma vida melhor. Esta pluralidade de origens é uma das vantagens que a urbe sintrense tem relativamente a outros municípios que com ela disputam a primazia autárquica de Portugal.

Este pequeno preambulo, serve para partilhar com os leitores uma pequena mas interessante história. O cronista de Sintra, que foi o saudoso José Alfredo C.Azevedo, nas suas Velharias de Sintra II p.13 refere-se ao seu professor da escola primária, António Joaquim das Neves (Mestre Neves), cuja memória se recorda na lápide colocada no antigo edifício escolar, onde hoje é o gabinete de apoio ao munícipe junto à Câmara Municipal na vila de Sintra, José Alfredo informa que o Mestre era casado com uma professora primária D. Emília das Neves. Esta senhora leccionou muitos anos em Vila verde freguesia da Terrugem. No entanto não nos é dito a naturalidade destes docentes.

O professor António Joaquim das Neves, nasceu no lugar e freguesia de Colmeal, concelho de Góis e D.Emília das Neves e Silva, era natural da freguesia e concelho de Pampilhosa da Serra onde nasceu em 3 de Agosto de 1862. Ambos durante muitos anos foram transmissores de conhecimentos a centenas de crianças do Concelho de Sintra. O Mestre Neves foi um grande Republicano e a sua esposa "era conhecidíssima nos meios culturais do País", o casal viveu em Sintra até ao falecimento. Como muitos de nós, escolheram Sintra como terra de adopção.

O autor destas linhas é também natural de Pampilhosa da Serra, reside em Sintra desde 1973, sendo por isso Sintrense. Como resultado da sua Dissertação de Mestrado em Ciência Política: Cidadania e Governação, defendida em Junho de 2010, foi editado o livro cuja capa ilustra este "post", a sua leitura permitirá conhecer um Concelho, donde vieram algumas pessoas que a Sintra devotam o amor devido a uma terra que se ama. Quem ler o livro pode, deixar a sua opinião, que desde já  se agradece. 

 

ASPECTOS DUM PORTUGAL QUE VAI DESAPARECENDO...

Muito se diz e escreve sobre o quotidiano do interior de Portugal, onde apesar do que tem sido feito para melhorar a vida das populações, não foi ainda possível suster a saída das pessoas, em busca de trabalho e mais promissoras condições, que permitam a realização das suas legitimas aspirações. Esta realidade proporciona imagens como a que deixamos.

Trata-se duma casa de habitação construída no século XIX, e desabitada há muitos anos. Curiosamente as janelas a varanda e tudo o que se pode ver na fachada é  em madeira. Nada de ferros ou mesmo vidraças. Esta construção encontra-se na parte mais antiga da Vila da Pampilhosa da Serra, denominada de: "Aldeia Velha" é um exemplar de arquitectura popular digno de atenção. As madeiras que suportam o telhado são de castanho, assim como as da varanda: as telhas de "canudo" devem ter sido produzidas num "telhal" próximo. A fachada é de Tabique.

As particularidades construtivas da CASA DA TIA CONSTANÇA, com é conhecida, revelam o uso generalizado da madeira, para  erguer habitações, no tempo da sua "feitura" devido à riqueza florestal da região nessa altura.

A envolvente tem aspecto ruinoso e compõe um quadro de decadência comum a muitas aldeias de Portugal. O destino das árvores, como diz o poema do antigo livro de leituras do ensino primário, hoje dito "básico" pode ser:

 

Talvez soalho de casa

Talvez caixão ...Talvez berço

Para um menino embalar.

Será talvez isso tudo...

E depois?Em que há-de dar?

 

Num terno e sentido sentimento de que "há um fim para todas as coisas amanhã" diríamos nós...  

 

  

MAGNÓLIAS: AS ÁRVORES DO PODER

A Magnólia é uma árvore do grupo das plantas ornamentais.

Como tem um porte majestoso e flores geralmente brancas  de grandes pétalas  tem sido aproveitada para compor parques e jardins de palácios e casas senhoriais.

Alguns espaços de ministérios e outras sedes do Poder  têm nas áreas  envolventes MAGNÓLIAS como é o caso do Ministério das Finanças no Terreiro do Paço em Lisboa. Em Sintra e por todo o concelho existem magnólias em muitas quintas e vivendas, entre  outros locais também na Rinchoa.

Na sede do concelho crescem duas centenárias magnólias  na entrada principal do Parque da Liberdade uma de cada lado do portão, quais guardiãs do espaço dos primitivos senhores. Por todo o País as magnólias marcam simbolicamente um dos aspectos visíveis da realidade complexa de que a "distinção" se reveste.

As mais antigas magnólias de Portugal com cerca de 300 anos encontram-se junto ao Convento de Nossa senhora do Desterro em Monchique no Algarve e na Aldeia do Carregal  na Freguesia de Dornelas, Pampilhosa da Serra. Ambas consideradas de interesse público.

Em espaço público as magnólias só começaram a ser plantadas após a implantação da REPÚBLICA.

Em Sintra há um conjunto de sete MAGNÓLIAS na Rua um pouco antes da Sede da Sociedade União Sintrense. Finalmente no espaço do POVO surgiram AS ÁRVORES DAS GRANDES FLORES a magnólia grandiflora uma consequência do desvio da esfera do poder para outros espaços e classes.

As árvores são necessárias para explicar os factos sociais. Mais uma utilidade.

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