A mui antiga freguesia Nossa Senhora de Belém em Rio de Mouro, erecta por vontade dos frades da ordem de São Jerónimo do Convento da Penha Longa, donos e senhores da maior parte das terras da região, foram ao longo dos séculos aforando e vendendo propriedades depois transformadas em opulentas quintas pelos seus proprietários.
Até criação das freguesias de Algueirão Mem Martins e Agualva Cacém, década de 50 do século XX, Rio de Mouro foi a mais povoada e rica de todas as freguesias do termo da Vila de Sintra.
O território de Rio de Mouro fértil, coberto de valiosas florestas, além da beleza forneciam lenha indispensável ao dia a dia dos moradores.
Um prova ficou na toponímia em Rio de Mouro as quintas mais ricas ostentavam e algumas ainda ostentam nomes de árvores e vegetação: Quinta das Sobralas, Quinta do Olival, Quinta do Ulmeiro, Quinta do Pinheiro, Quinta do Zambujal,Quinta de Fetares (hoje Fitares), Quinta de Entre-Vinhas e outras que porventura existem e não lembro.
Rio de Mouro é um belo sítio para viver, mal grado opinião de ilustres "novos ricos", além do dinheiro nada podem revelar. "Deus os ajude e a nós que não nos desampare ", sentença sábia da nossa querida avó materna.
Descendo a rua da serra, via íngreme que pende do lado do Santuário de nossa Senhora da Piedade, em frente, no alto da frontaria de prédio devoluto decorado com pintura exterior cor roxa edificado na estrada nacional 117, em plena aldeia do Sabugo, antiga freguesia de Almargem do Bispo, concelho de Sintra/Portugal, deparámos um pinheiro bravo com fuste capaz de servir para árvore de Natal, na quadra festiva que se aproxima.
A árvore tem porte notável atendendo a situação onde vegeta, as raízes fincaram-se na parede da habitação. A semente deve ali ter chegado levada pelo vento, vinda dos pinhais abundantes nas redondezas.Tradicionalmente os pinheiros não crescem nos telhados, pelo visto, também no sector da silvicultura, tal como na política, a tradição em Portugal neste tempo outonal do ano de 2015 , já não é o que era, onde menos se espera a surpresa acontece.
No centro do Parque da Liberdade e bem visível a partir da volta do “Duche”, para quem vai a caminho da Vila Velha está um pinheiro bravo, único exemplar desta espécie existente em todo o parque.
Deve ter nascido de forma espontânea, pois a sua raiz e a parte inferior do caule estão ubicadas num conjunto de blocos de granito tão comuns em Sintra. O solo que o alimenta é fértil e por isso este pinheiro bravo apresenta um aspecto vegetativo pujante.
É uma arvore com um porte altivo; tronco longo e copa verdejante de caruma e pinhas. Não tem qualquer elemento identificativo para que reparem nele… Em Portugal não há muitos pinheiros bravos como este.
O fogo, tem dizimado milhares durante anos a fio, seria interessante, a partir das sementes deste pinheiro promover a germinação em viveiro e depois oferecer “rebentos” deste exemplar, que tem mais de trinta metros de altura e uma idade aproximada de oitenta anos. Com muitos “descendentes” este pinheiro tornar-se-ia quase perene, na próxima vez que admirarem o parque reparem nele, porque este imponente “pinheiro bravo” merece.
Como seria conveniente a sua classificação, como arvore de interesse publico.