O meu querido amigo e ilustre sintrense José Alfredo da Costa Azevedo, escreveu no seu livro a Vila Velha (ronda pelo passado) e relativo a Sintra: "a volta do Duche". Já aparece referida num documento de 19 de Junho de 1888, com a designação de "Estrada Nacional nº88 que desta vila segue para Mafra".
No entanto segundo outro de 1868, para a construção do lanço da estrada de "Cintra àVila Estephania" foi expropriada, pelo Ministério das Obras Públicas do Reino, uma parte da quinta denominada do "DOUCHE"pertencente a José Carlos O`Neil, sita na freguesia de S. Pedro, Concelho de Sintra.
Parece deduzir-se destes elementos que primitivamente a volta do duche foi aberta para ligar a Vila, ao seu "subúrbio" da Estefânia, como se dizia na altura, só mais tarde integrada na estrada 88, que durante o consulado salazarista, passou a designar-se EN.249.
Assim os plátanos que crescem na da volta do duche, no espaço que vai da actual fonte mourisca, e o local de paragem dos autocarros de turismo, devem ter sido plantados por essa época, são pois centenários. A grossura dos troncos impressiona. Temos escutado comentários do tipo"que idade terão?"
Atendendo ao numero de visitantes que passam junto às árvores, seria útil com uma informação sucinta em diversos idiomas, chamar a atenção para a provecta idade dos plátanos, e assim adicionar um motivo para admirar mais uma singularidade de Sintra.
Curiosamente o marco quilométrico da citada EN249, colocado na berma, um pouco antes da entrada para o jardim "PARQUE DA LIBERDADE", tem numa face a indicação Sintra (Estefânia) 1Km. A volta do duche surgiu para permitir acesso fácil entre Sintra e o seu novo "bairro" extra-muros, só mais tarde foi integrada numa estrada nacional, todavia agora pertence ao património Camarário.
A Igreja matriz do Machico na Ilha da Madeira tem um gracioso adro rodeado de PlátanosCentenários. E curiosamente no centro está colocada uma estátua de Tristão Vaz Teixeira, um dos descobridores da Ilha da autoria do escultor Anjos Teixeira executada em 1971.Como se sabe na Vila de Sintra existe um Museu, que guarda trabalhos daquele escultor.
O Machico foi o local onde primeiro aportaram os navegantes do Infante D. Henrique quando pisaram solo madeirense.Em pleno Atlântico deparamos com semelhanças reportáveis a Sintra. O mais curioso é também como na nossa romântica Vila, encontramos robustos e gigantescos PLÁTANOS,como a lembrar que para além doutras coisas que nos unem os povoadores quiseram plantar árvores que recordassem a Terra onde tinham partido.
À sombra dos plátanos do Machico, nos dias que a névoa cobre o vale, sentimos o sortilégio das terras onde tudo começa e o sonho segundo o Poeta, de facto, "comanda a vida".
No Parque da Liberdade em Sintra ou em MACHICO as árvores, como diria VIEIRA, "são o sal da terra", por isso "temperam" a nossa vida de Beleza e Força.
A urbanização da Rinchoa, idealizada por Leal da Câmara e concretizada através da empresa por ele constituída "A Realizadora" tem particularidades de traçado que devem ser realçadas.
Em 1944, quando do congresso de "Mem-Martins e Rinchoa-Mercês" foi aprovada uma recomendação para que fossem dados às "ruas, nomes de árvores e flores".
Esta resolução do congresso tem sido respeitada até hoje e a Rinchoa é talvez o único sitio de Portugal onde não se atribuem nomes de pessoas nem de datas à toponímia das ruas.
Quem sabe, fruto das conversas aos serões, no Casal Saloioi, entre Leal da Câmara e os seus amigos, pessoas estudiosos do esoterismo, na Rinchoa há ruas, com aspectos e nomes com um toque de mistério.
A Avenida dos Plátanos tem plantados nas suas bermas trinta e três árvores daquela espécie e não foi por acaso porque há espaço suficiente para mais....
Num dos topos da Avenida dos Plátanos fica a Avenida dos Carvalhos, no outro a das Acácias e no meio formando a mais longa Avenida da urbe a dos Choupos.
Estes pormenores fazem da Rinchoa uma povoação singular: o seu nome, as ruas, e agora até a localização que possibilita aos seus moradores a utilizarem duas estações de caminho de ferro modernas e funcionais: