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Tudo de novo a Ocidente

ÁGUA DO VERÃO QUENTE

O denominado PREC (processo revolucionário em curso) popularmente apelidado de: "verão quente" decorreu no ano de 1975, período onde se cometeram alguns excessos, que fizeram perigar a essência do movimento dos capitães de 25 de Abril 1974.

No concelho de Sintra, a exemplo do que ocorreu por todo País, grupos de cidadãos, organizados primeiro de forma espontânea e genuína depois, "tutelados" pelos partidos políticos emergentes, dizia, tais "comissões ", meteram ombros a sem número de projectos, porque a ditadura salazarista, deixou um rol de carências, e se não tivesse  eclodido a Revolução de 1974, ainda hoje estariam por colmatar.

Abastecimento de água e saneamento, no Município de Sintra eram rudimentares, quase exíguos na área rural, a situação neste como outros aspectos apresentava problemas de toda a índole.

Moradores das aldeias e lugares, meteram ombros à "luta",  assim no lugar de Casais da Cabrela, na altura pertencente a freguesia de Terrugem, alguém teve ambição de erguer fontanário onde os moradores, pudessem obter água em condições. O abastecimento ao domicilio não havia, e algumas fontes onde encher o "cântaro" eram de chafurdo, perigosas para a saúde. O fontanário construido em mármore por experimentados canteiros, surgiu no largo dos Casais, sendo inaugurado em 1975, conforme  reza  inscrição na base da "bica".

O fontanário cumpriu a função de mitigar a sede durante muitos anos, actualmente porque todos dispõem de água no domicilio, está seco, para não quedarem dúvidas, os autarcas da actual união de freguesias São João das Lampas e Terrugem, lavaram daí as mãos, declinando qualquer responsabilidade no facto do fontanário estar remetido ao "papel " de airoso de monumento.

Caso para dizer: água que o verão quente fez brotar, a espuma dos dias fez secar... é a vida como diria o outro. 

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Um Fontário triste.

O Jornal o Século, publicado durante mais cem anos encerrou já depois de 25 de Abril 1974, nas sequelas do "PREC" (processo revolucionário em curso). Na edição de 30 de Maio de 1956 (quarta-feira) deparamos com a seguinte notícia:

"Com a presença do Dr. César Moreira Baptista presidente da Câmara Municipal de Sintra foi inaugurado na Rinchoa um marco fontanário, em cujo frontespício se encontra representado um aspecto do Palácio Nacional de Sintra. Ao acto inaugural assistiram muitas crianças das escolas acompanhadas dos professores e as principais entidades da Freguesia (Rio de Mouro)". Um dia festivo para os moradores, o marco fontanário, ficava fronteiro ao casino da Rinchoa, (na actualidade um conhecido colégio) na confluência da Avenida dos Plátanos com a Calçada da Rinchoa. Quando foi executada a rotunda existente, pretendeu-se, simplesmente destrui-lo, ainda conseguimos que apesar de "decapitado" da parte superior, onde estava o tal frontespício, fosse  recolocado, onde se encontra, no topo dum pequeno espaço arrelvado, junto a Estrada Marquês de Pombal. Está seco, a sua estrutura de pedra lavrada foi caiada, descaracretizando-o completamente. Por incuria caiu na condição dum "fontanário triste", completa 57 anos, parabéns! Que será feito das crianças presentes e, concerteza bateram palmas com as infantis maõzinhas,  quando a água jorrou pela primeira vez na bica de pedra, iniciando um tempo em que milhares de residentes e passantes, nela mitigaram a sede!? A fonte passou a pertencer ao quotidiano dos moradores, daí o povo ter "baptizado "o espaço circundante : "Largo do Chafariz". Mais uma "memória " da nossa urbe. 

 

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