Referi neste espaço a importância da propriedade tema deste apontamento,e já dissertei acerca da azenha, a propósito da rua com mesmo nome.
Pude observar agora o edifício da moenda,construido no século XVIII,que o actual proprietário está a recuperar.
Estamos perante edificação sem duvida construida por pessoas dispondo poder económico para realização da obra; destinada a albergar diversas pedras moendo grandes quantidades de cereal.
Podemos observar,contrariamente as pobres e humildes azenhas aldeãs, normalmente com um piso térreo, esta possuía primeiro piso alto, destinado morada do moleiro.
A roda motriz, colocada no tardoz num amplo espaço cavado no solo em profundidade possibilitava instalação de peça de grande diâmetro permitindo movimentar quatro mós.
Estou contente porque investigação de simples" historiador", permitiu este encontro com vestígio testemunhando, indubitavelmente, a importância social e económica de Rio de Mouro , não só no Município de Sintra, mas também no conjunto do País.
Azenhas como esta não existiram muitas por ai fora.
Quando no apontamento que escrevemos acerca do Rio dos Veados, referimos a azenha da Louceira a propósito dum acidente ocorrido na zona durante o século XVIII, do qual resultou o afogamento do moleiro da "moenda";desta restam umas ruínas na margem esquerda do curso de água, no entanto, das obras hidráulicas realizadas para permitir conduzir o caudal necessário a movimentação das mós ainda é possível observar um açude implantado no leito do rio.
Curiosamente esta construção está situada num local onde confluem os limites dos concelhos de Sintra, Oeiras, e Cascais e também os das freguesias de Rio de Mouro, Porto Salvo e S. Domingos de Rana. A partir daqui o ribeiro passa a denominar-se Ribeira da Lage, tomando o nome do povoado um pouco abaixo na direcção da foz.
Relembremos que se dá o nome de açude "a uma construção de terra, pedra, cimento, etc. destinada a represar águas a fim de que sejam usadas na geração de força, na agricultura ou no abastecimento, pode também, designar-se por represa". O da Louceira é de pedra e está bem preservado, como se observa na foto.
Pela envolvente e localização seria um sítio ideal, para construindo uma ponte pedonal, integrada nos caminhos adjacentes, possibilitar a abertura de um percurso para caminhadas,não só estreitando as relações de vizinhança dos moradores das redondezas, mas também observar o açude. Daqui lançamos um apelo aos Presidentes das Juntas de Freguesia citadas, para que em conjunto estudem a melhor solução para que o AÇUDE DA LOUCEIRA, possa ser visitado, trata-se duma queda de agua que parece impossível,mas existe bem no centro dos três concelhos mais urbanizados de Portugal. Oxalá, um dia seja uma realidade este desejo.