Além muito além da caricatura, dos " pierrots " tristes figuras de carnavais melancólicos, Leal da Câmara, procurava elevar-se pela espiritualidade, ao escol dos escolhidos.
Na sua moradia da Rinchoa, porque a casa é templo do homem, deixou na parede, inscrita na singeleza de coração aberto, mensagem cifrada de conteúdo sublime
SURSUM CORDA !
Significa clamor de uma alma que aspira a imortalidade.É a divisa dos hierarcas que trabalham pela ascensão do espírito. É a palavra de um chamado, quer ser dos Eleitos.
Encimando a porta de serviço, para entrada no pátio quadrangular, dois corações, coroados.Não se trata nenhum adereço folclorico, nada relacionado com Rinchoa e Mercês. Sim ,significação oculta do ternário sagrado de Saint Martin, Liberdade, Igualdade, Fraternidade; anterior a Revolução Francesa; a liberdade e igualdade, constituem o direito , isto é a justiça, no entanto só terão valor se forem coroadas, pela fraternidade, ou seja pela bondade, o mesmo que amor ao semelhante.Leal da Câmara, um génio. Não passo daqui porque é necessário terminar .
No centro geográfico do território do Município de Sintra,na localidade da Tala, pertencente a antiga freguesia de Belas,mas perto da Agualva, Algueirão , Rinchoa e Mercês,encontramos aprazível local para degustar uma especialidade : cozido a portuguesa.
Há por esse Portugal muitos sítios " famosos" porque lá também é possível apreciar aquela prato tradicional da nossa culinária.Conheço alguns, posso afirmar sem receio de desmentido, os que associam a receita a um "canal " , esqueçam , na Tala , é mais do que isso é um ..." rio ".
Servido em doses " pantagruélicas " , carnes e enchidos numa travessa , vegetais arroz feijão, em outra, o pitéu atinge perfeição " estrelar ".
Agora mais acessível pela A16, ali afluem apreciadores de todo País, aos fins de semana as três centenas de lugares enchem mais de uma vez.
Quem duvidar deve provar. Na Tala , Município de Sintra é servido o melhor cozido a portuguesa de todo Portugal e sua diáspora.Pela minha " riquinha " saúde !
Ocasionalmente , hoje , reparei sobre superficie calcária num combro em pleno centro da Rinchoa, Sintra, circulos dissimulados com enchimento de terra, e que em resultados de obras de requalificação urbanística do local , ficaram acessíveis,
Retirada a terra das cavidades na rocha, elas parecem ser de um qualquer " felino " gigantesco. Obra humana não é concerteza. Será de um " saúrio " pré - histórico ?. Vou indagar e solicitar apoio de quem conheça o tema. Mesmo assim, porque se trata de algo interessante deixo aqui imagens do achado que encheu, igualmente , de contentamento meu neto, quando lhe mostrei ...
Sucede algumas ocasiões, a designação de uma artéria, pouco tem de relacionado , com a via " baptizada ". Na Rinchoa , Município de Sintra, deparei uma via cuja placa toponímica, refere ser " das laranjeiras ", no entanto , árvore que domina o sitio é um majestoso carvalho da espécie " negral " com copa e tronco de assinaláveis dimensões.
Calculando de modo empírico, a idade deste espécime, posso afirmar tratar-se de exemplar com cerca duzentos anos. Oxalá continue com magnifico aspecto vegetativo que aparenta, por muitos e muitos anos mais; seja cuidado, apesar de não terem " reparado " nele para dar nome a rua que ladeia.Deixo imagens sugestivas deste " amigo ".
Recordo a antiga cantilena que ouvia nos idos tempos da meninice: "fraca é uma terra que não tem sino nem capela nem Padre que diga Missa nem sacristão que ajude a ela". A propósito intrigava-me o facto da povoação onde moro, há dilatado tempo, não haver em época recuada orada para os crentes rezarem e escutarem a "palavra da Salvação". Conhecia um local de culto, entre 1970 e 1992, na cercania da estação ferroviária de Rio de Mouro-Rinchoa, edificado onde se colocou busto homenageando o Padre Alberto Neto.
Antes disso, a localidade não dispunha de um edifício destinado ao culto? Investiguei e finalmente obtive resposta, lendo a noticia publicada no Jornal de Sintra nº863 de 6 Agosto 1950:
Ficava por decifrar o sítio onde se localizava o templo, umas as artérias da urbe, ostenta o nome:
A designação teve origem no facto da capela se situar no termino da rua, no cruzamento com a do Vale, na Vivenda Filomena, propriedade dos beneméritos construtores da mesma, que faleceram sem deixar filhos, herdeiros directos. Venderam o terreno, casa, capela e anexos a um "promotor imobiliário", que mandou demolir tudo, com a complacência dos órgãos Autárquicos.
A capela da Rinchoa estava aberta ao culto da população, recolhi memória de uma senhora, cujo casamento se realizou na desaparecida capelinha, a qual tendo honras de inauguração e bênção cardinalicías acabou, inopinadamente derrubada pelo camartelo da ambição e ignorância de responsáveis do poder local.
No dia 21 do último mês passou mais um ano sobre o falecimento de Leal da Câmara, ocorrido em 1948. Costuma afirmar-se que alguém só morre de facto, quando está completamente esquecido. Apesar do reduzido número de pessoas ter assinalado a efeméride, "o mestre" continua na lembrança da gente do sítio onde viveu e deixou "marca": a RINCHOA no concelho de Sintra.
Leal da Câmara foi inumado no cemitério paroquial de Belas na sepultura de sua mãe, falecida em 1930. Como preito ao ilustre finado, colocou-se sobre a pedra que cobre campa rasa, coroa de flores, em ambiente de respeitoso silêncio.
O acto contou com presença dos presidentes do agrupamento de freguesia de Queluz-Belas: Paula Alves e da freguesia de Rio de Mouro: Bruno Parreira e algumas outras pessoas entre as quais o autor desta nota. Cerimónia simples, por isso de grande significado.
Em entrevista concedida a um periódico dois anos antes da morte, LEAL, afirmava: "ainda acabo saloio". Não sabemos se terá sido assim, terminou os dias na região saloia que tanto estimava, é verdade... merece a nossa recordação e reconhecimento pelo legado.
Em Setembro de 2013, encontrei pela primeira vez um gigantesco carvalho, que cresce na antiga quinta grande de Meleças situada na Rinchoa,limites das freguesias de Rio de Mouro e de Belas no Município de Sintra , área metropolitana de Lisboa, Portugal.
Desde dessa altura quando desponta, finalmente, o tempo primaveril, como sucedeu hoje, um sol luminoso e quente adorna o dia, depois de persistentes temporais de chuva vento e frio,fui qual romeiro visitar a árvore.Talvez seja das minhas remotas origens asturianas,o carvalho impressiona-me pela majestade do tronco e espessura da folhagem.Árvore poderosa símbolo de força, aliás a palavra latina "robur" que significa carvalho, quer dizer força, a grandiosidade da sua copa assemelha-se á cobertura de um templo.
No meu anterior apontamento escrevi: a casca que falta no tronco, devia ter sido utilizada no curtimento de peles. Poderá ser; hoje observando com mais atenção , posso afirmar a árvore deve ter sido atingida por um raio, que danificou o tronco e secou muita ramaria.
O exemplar é robusto, resistiu, apresenta aspecto de grande vigor vegetativo. Medi o perímetro do tronco á altura do peito (PAP), verifiquei a dimensão de 2,95 metros. O tronco de um carvalho em condições favoráveis de solo e água , como é o caso, cresce cerca de 6 cm por década a idade deste será de cerca 450 anos.Oxalá continue motivo de inspiração sabedoria e força que os nossos antepassados celtas atribuíam ao carvalho. A mais antiga árvore do rincão sintrense aonde está.
A Área Metropolitana de Lisboa,em muitos dos seus aglomerados urbanos, possui património que não é conhecido, e por isso mesmo, deve ser divulgado.
No Concelho de Sintra, a Rinchoa, que é "bombo" da festa de muitos "analistas" que por falta de humildade, falam do que não sabem. Não fazem ideia de que muito do que apontam como sendo sítios descaracterizados sem alma nem história; têm afinal um património interessante e valioso.como é ocaso da NOSSA TERRA.
Na Rinchoa ao fundo da Avenida dos Carvalhos, limite da freguesia de Rio de Mouro com a de Belas, na confluência da "regueira" da Tala com a Ribeira da Jarda, existe uma secular, e interessante ponte de pedra que servia de passagem entre os concelhos de Sintra e Belas.
A Rinchoa foi durante séculos um cruzamento de caminhos, característica que se mantém ainda hoje.
Esta ponte que é sem dúvida, medieval, está ao abandono, felizmente encontra-se em bom estado de conservação, merece que seja limpa das ervas e silvas que a rodeiam e assinalada como património de interesse público.
Aqui, no coração do concelho de Sintra, é possível observar uma vestuta ponte, com pormenores construtivos, já difíceis de encontrar em monumentos do mesmo tipo noutros locais de Portugal.
Esta ponte,por incúria serve de suporte a uns inestéticos canos ,e cabos de plástico que devem ser retirados, para que possa ser admirada na pureza das suas linhas originais.Agora (2015), os tubos já foram retirados.Afinal alguém lê os nossos textos
A ponte da Rinchoa para a Tala, deve ser classificada como imóvel de interesse público, para que todos a conheçam e admirem. É uma estrutura que durante muitos anos, permitiu aos moradores, almocreves e viajantes, atravessar a Ribeira da Jarda, para se dirigirem ao Recoveiro e Meleças. Mas isso será tema para próximo encontro.
Por hoje fiquemos com esta bela e antiga obra de cantaria, património da Rinchoa.
No nosso "bairro" na Rinchoa, bem no coração do termo da antiga "vila" de Sintra, além do ar puro horizontes dilatados que abrangem a vista do oceano atlântico, dispomos de todas os benefícios da vida moderna: transportes públicos, duas estações ferroviárias em linhas electrificadas (Rio de Mouro e Meleças), autocarros vias de comunicação modernas A16, acesso a praias, quinze minutos do guincho, bancos, complexo desportivo com piscinas, super e minimercados, farmácias lavandarias, cabeleiros e barbeiros, restaurantes, pastelarias agências bancárias, notário, PSP, escolas básicas e secundárias, públicas e privadas e muito mais que seria fastidioso mencionar. Convém referir, de acordo com ranking das escolas a melhor escola privada de Portugal, o Colégio dos Plátanos está aqui. A súmula ilustra a importância da urbe, a população cerca trinta mil habitantes, tem mais expressão que 90% dos municípios portugueses. Não é um ermo ou dormitório, sim uma parcela relevante do município Sintrense. A introdução destina-se a avivar a "memória" de uns contadores de histórias sem graça, tendo falta de assunto para diatribes ousaram querer ridicularizar a nossa terra.
Além dos aspectos referidos, temos a possibilidade de adquirir diariamente, pão confeccionado na Rinchoa em forno de lenha. A padaria fica situada na rua dos cravos ,transferida para o local onde labora em 1982.O seu proprietário,sexagenário, representa uma verdadeira dinastia de mestres padeiros, já os seus antepassados faziam da panificação modo de vida. O pão fabricado tem sabor distinto e textura, aproximada da que segundo testemunhos antigos teria o denominado "pão de Meleças", de que o 1º marques de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo era apreciador, o Marquês possuía aqui perto grandes propriedades, uma das quais a tapada das mercês, fica contigua à Rinchoa. Estaremos portanto perante o último reduto onde se fabrica genuíno pão daquele tipo. A padaria da rua dos cravos na Rinchoa, merece o titulo de único "fabricante do verdadeiro pão da Rinchoa e Meleças".
O calor finalmente aperta, praia sol mar montanha, natureza os grandes espaços voltam a ser refugio da canícula, estância para devaneio e fruição da vida. O verão época de saborear comidas e petiscos que associamos a estação: sardinhas assadas vinho, cerveja gelada e ...caracóis, isso mesmo, caracóis, caracoletas assadas, moelas na grelha, pipis, pica-paus pretexto para dedo de conversa com familiares e vizinhos. Por estas bandas de Sintra na Rinchoa voltou a apelativa informação: "HÁ CARACÓIS". Podemos degustá-los em diversos locais da urbe no entanto para nós os de "O VICTOR" a grafia do nome mantem a antiga forma, são os preferidos, sabem sempre bem, acompanhados com cerveja ou vinho verde, tudo fresco e à "pressão". O estabelecimento dispondo de confortável e luminosa sala, cozinha à vista do cliente, fica defronte do antigo posto da Guarda Nacional Republicana, Rua do Casal da Serra, abriu portas à trinta anos em 1984, mantendo competência do serviço e distinção no acolhimento desde a primeira hora. Tem óptimo peixe e marisco, douradas e robalos do mar, escalados assados com mestria são deliciosos. No tempo apropriado servem arroz de lampreia dos melhores de Portugal, sem exagero conhecemos o "tema", este "estatuto" é alcançado graças a arte e engenho da chefe da cozinha, sábia senhora com talento culinário. A iguaria chega directamente de Penacova terra dos proprietários, os vinhos do Dão incluídos numa carta bem sortida são únicos e provem igualmente da região natal dos senhores da casa. Os preços das refeições tem relação adequada com a qualidade dos alimentos.
Aconselhamos em dias determinados, cozido à portuguesa servido com abundância, o bife à casa sempre disponível é de se tirar o "chapéu". Estão ai outra vez caracóis, motivo acrescido para "pousarmos" no restaurante "O VICTOR". Sem perder o fulgor da juventude entrou na idade adulta para deleite dos comensais e prestígio da cozinha Sintrense onde ocupa lugar cimeiro. Gastronomicamente aqui é sempre tempo estival, o calor da simpatia para quem chega está garantido.
Ninguém fica encalorado, o local tem ar condicionado.