Famoso albergue, conjunto hospedaria e restaurante, ficava sediado na Avenida Gago Coutinho, junto a Estrada Nacional 249, via ligação de Lisboa a Vila de Sintra.
Suponho terá funcionado , durante algumas décadas.Apesar de construção modesta ostentava aspecto distinto, colocação junto da entrada, placas de diversas instituições ligadas ao turismo, " recomendando " estadia; dava ao albergue certa aura de respeitabilidade.
O jardim, do espaço envolvente, apresentava aspecto cuidado. A fama acerca da frequência da hospedaria,talvez, por maledicência característica da " tuga gente " sugeria local de encontros furtivos, e românticas escapadelas,de amantes ocasionais.
Verdade está documentado, na Gruta do Rio, assim se denominava o albergue,costumavam albergar-se, autores literários editados por conhecida editora, funcionou largo tempo, não muito distante da estalagem.
Existe relato conheço de prestigiado autor, ali pernoitou , na noite das grandes cheias ocorreram , em Novembro de 1967, provocando grandes estragos, e centenas de mortos, na região de Lisboa. Apesar de correr próximo a Ribeira de Rio de Mouro, a hospedaria não sofreu dano algum.
O escritor em causa, na crónica escrita teceu elogios a comodidade do estabelecimento, simpatia dos empregados e do " estalajadeiro ".
No restaurante da " Gruta do Rio ", frequentado por viajantes e habitantes das redondezas que elogiavam a ementa e serviço , e sendo os preços praticados, não propriamente " populares ", nunca faltavam comensais.
Um dos pratos emblemáticos tinha nomeada, designava-se "bacalhau a gruta do rio" , não sei como seria a receita , infelizmente, nunca franqueei, a porta da albergaria, confesso, fiz tenção de experimentar o restaurante. Adiamento sucessivo, e as alterações, motivadas pela revolução de 25 Abril 1974, impediram cumpri-se o desejo.
A gruta do rio ainda funcionou alguns anos depois de 74, no entanto, problemas económicos e laborais, conduziram ao encerramento; resta hoje edificio algo decrépito, não deixando antever antiga prosperidade.
A gruta , entrou no esquecimento, fazendo parte da história e lenda da Vila de Rio de Mouro.
Albarraque, é localidade da freguesia de Rio de Mouro, no Município de Sintra, o segundo concelho com mais população em Portugal.
Acerca da importância económica social e histórica, escrevi alguma prosa neste blogue, hoje deixarei de lado facto de Albarraque ser dos maiores pólos da industria dos tabacos a nível global, vou referir particularidade de índole religiosa característica da aldeia.
Esta região é habitada desde tempo remotos, não admira como todas as povoações de vetusta idade , Albarraque, tenha capela onde antes da edificação da igreja da Sagrada Família, povo acorria, no cumprimento dos deveres religiosos.
Por volta de 1870, Pinho Leal no Portugal Antigo e Moderno, escreveu . " Nesta aldeia está a formosíssima capela de Nosso Senhor dos Aflitos, e cujo padroeiro se faz uma festa sumptuosissima.
A sagrada imagem do Crucificado é de primorosa escultura de um valor inexcedível, e os povos destes sítios lhe consagraram uma grande devoção "
Ficamos saber há 150 anos, a capela seria da evocação do Senhor dos Aflitos. Actualmente é celebrada anualmente festa em honra de Santa Margarida, cuja imagem secular se venera no templo.
Em 1911, era referida simplesmente por "capela de Albarraque", sem menção alguma a nome do padroeiro,
Desconheço quando canonicamente , deixou de ser da evocação de Nosso Senhor dos Aflitos, passando a protecção de Santa Margarida,
Dúvidas a parte, a imagem em marfim de Cristo Crucificado, é de grande beleza, sendo apresentada em exposições de arte sacra , como exemplo de grande valia,simbólica e muito bela.
A propósito da desgraçada pandemia, alastrando em boa medida pela incompetência de quem devia cuidar debelar o mal, sem conseguir.
Assistimos a plêiade de "entendidos " , sem qualquer fundamento lançam labeu,acerca periferia de Lisboa, concretamente, concelho de Sintra, traçando cenário onde segundo tais luminárias pulularia multidão de indigentes, espécie lumpemproletariado;esquecendo, por exemplo na Freguesia de Rio de Mouro, desses terrificos sitios, está sediado , colégio classificado em segundo lugar, do País a nível do ensino básico , frequentado por crianças , desta freguesia e restante concelho sintrense, netos dos aqui moramos há dezenas de anos, e aonde aprenderam os pais.
As escolas publicas no concelho e freguesia estão igualmente bem colocadas no ranking.
Os preconceituosos esquecem deliberadamente, facto do casco urbano da capital cada vez mais " oco " de moradores indígenas, conter zonas problemáticas social e economicamente, em grau superior as apontadas por tais "excelências".
Nestas bandas está crescendo nova realidade; surgindo tempo , pós-pandémico.
Antes muito antes do vinho do Porto aspirar ser sol engarrafado , já vinho de Colares, afirmava esse designio em 1936 No caminho do Ocidente sempre fomos precursores
Continuai a vossa lenga-lenga; vozes de burro não chegam ao Céu.
Escrevi algum tempo nesta " tribuna " os melhores pregos e bitoques eram os do " arco - íris " restaurante sediado na Av. Infante D. Henrique , perto da estação ferroviária na freguesia sintrense de Rio de Mouro.
Confesso ultimamente comecei duvidar da justeza da minha apreciação. Felizmente posso hoje reafirmar, continua a ser o melhor sitio de toda área metropolitana de Lisboa para degustar os pitéus.Ontem pude verificar com satisfação a excelência da carne esmero da apresentação, simpatia do pessoal, quem tiver dúvidas vá lá e constate a veracidade .
Neste cartão, sem exagero, deviam substituir termo " especialidades " por "sumidades " , mais não digo, esta genuína e ilustre casa elevou confecção da iguaria que sintrense Manuel Prego " inventou ", ao mais alto gabarito.
Há cerca de dois séculos , Novembro de 1820, " Gazeta de Lisboa ", informa ." pelo juízo da Executoria do Concelho da Real Fazenda e casa do mesmo tribunal se hão- de (...) arrematar umas casas , com arribanas palheiros, quintal . tudo murado em volta. sita em Varge Mondar ".
Refere-se ao sitio do mesmo nome situado na freguesia de Rio de Mouro, concelho de Sintra.Ficamos a saber da exploração agro pastoril da zona , no inicio do século XIX. o termo " arribanas " designava , choupana onde se recolhia o gado, normalmente coberta de colmo ".
Reminiscências do tempo de rebanhos e pastores , com conotação rústica e ancestral que não deixa de ser interessante. Os vocábulos e toponómios são fonte de ensinamentos.
Abriu no primeiro dia deste mês, em Rio de Mouro Sintra, estabelecimento com todas as condições para se transformar numa referencia na gastronomia da terra,
O proprietário é mesmo do celebrado restaurante Arco Íris, a " catedral " dos pregos e bitoques de todo o Pais.Ambos ficam situados na Avenida Infante D. Henrique próximo da estação ferroviária da Vila de Rio de Mouro. esta caracteristica torna fácil acesso , sem necessitar viatura, e nesse caso o estacionamento não é difícil.
O novo restaurante foi projectado e decorado com muito bom gosto ; espaçoso higiénico e confortável.Uma particularidade os empregados simpáticos e atenciosos, coordenados pela filha do proprietário, não precisam manusear dinheiro, os clientes podem utilizar moderníssima máquina de pagamento, raros concorrentes possuem identica e higiénica opção
Sinal inequívoco de progresso e mudança do nosso " bairro". Bom augúrio , desejo de ver " PETISQUEIRA DO RIO " , guindar-se ao nível do " arco íris ".Fiquei cliente, muitos serão por certo a "ementa" apresentada, e os donos pela arrojada iniciativa; merecem.Longa vida para " Petisqueira"
A freguesia de Rio de Mouro, berço ao longo dos séculos de individualidades, durante a vida alcançaram que posições de relevo mas que infelizmente, hoje estão quase esquecidas. Honrar a memória e resgatar do esquecimento esses conterrâneos é dever de cidadania que exerço com empenho.Tive ensejo de evocar este Sintrense, na sessão solene comemorativa da elevação Rio de Mouro a vila, realizada ontem.
No lugar do Papel, hoje integrado na freguesia de Agualva Cacém, Mira Sintra e São Marcos, nasceu a 26 Dezembro de 1903: Francisco José Carrasqueiro Cambournac filho de D. Maria Carlota Canas Carrasqueiro, senhora de família importante da Vila de Belas e de Pedro Roque Cambournac, proprietário administrador da Tinturaria Cambournac, natural da quinta do Papel, freguesia de Nossa senhora de Belém em Rio de Mouro. Pode dizer-se que Francisco Cambournac era um "saloio de gema".
Licenciado em Medicina pela faculdade de Medicina de Lisboa, pós-graduado em medicina tropical, em instituições universitárias de Hamburgo, Londres e Roma.
Regressando a Portugal,seria nomeado professor do Instituto de Medicina Tropical de Lisboa, mais tarde no período 1964 a 1973, director daquele mesmo instituto.
Ao longo da vida profissional, teve papel relevante na erradicação do paludismo em Portugal, dirigiu o Posto de Malariologia de Águas de Moura, concelho de Palmela, e idêntico estabelecimento em Benavente. Pela sua competência e saber ficámos a dever a extinção do flagelo da sezões, na zona dos arrozais do Vales do Sado e Sorraia. Publicou cerca de duas centenas de trabalhos científicos, versando a temática da epidemiologia.
A profícua acção do Doutor Francisco Cambournac, permitiu acabar o paludismo em Cabo Verde, antes da independência, tendo desempenhado papel destacado semelhantes trabalhos em Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau. Neste ultimo país, depois de 1974 a pedido do Governo, dirigiu programa de combate a malária tendo idade 80 anos..
Nomeado em 1964 director Regional para África da Organização Mundial de Saúde (OMS) com os votos favoráveis de representantes na ONU dos movimentos de libertação das antigas colónias, portuguesas, que teria desagrado ao Professor Salazar. Só não existiu retaliação devido ao elevado prestigio Professor Cambournac gozava mundialmente. No entanto acerca da sua actividade edificaram uma "muralha de silencio", perduraria até a morte em Lisboa no dia 8 de Junho de 1994.
Nome de uma rua algumas vezes, pode conduzir a equívocos, parecer desadequado.No entanto procurando conhecer a história do sítio onde deparamos a placa toponímica de orientação tudo fica claro.
No bairro de Fitares, Rinchoa, freguesia de Rio de Mouro Sintra, existe próximo do posto de correios, Rua da Pousada.Como sabemos pousada é casa onde se recebem hospedes, pensão ,hospedaria, local para pousar, ou seja descansar, procurarmos nas vizinhança não encontramos nada semelhante. Porque terá sido denominada com tal nome?
Recuando ao tempo da quinta do Casal da Serra,adiante da rua da pousada,ano 1950 ainda resistiam ao camartelo especulativo, curioso e antigo conjunto de edificações. Os primeiros interessados em urbanizar a zona ,pretendiam aproveitá-lo para "pousada com fins turísticos e repouso salutar".
Mudaram promotores, intenção esmoreceu,todavia ideia tinha conquistado aderentes, quem concretizou a operação urbanística,não realizou a "fantasia" ironicamente foi proposto e Câmara Municipal de Sintra aceitou designar a artéria "Rua da Pousada".Se tivesse vingado propósito inicial, da janelas seria possível admirar o bonito vale da Ribeira de Fitares.Infelizmente, aqui não "poisou " bom gosto dos pioneiros... Fica texto esclerecedor do "mistério"...
No longínquo dia 22 de Outubro de 1878, veio ao mundo no lugar de Paiões , freguesia de Rio de Mouro , concelho de Sintra , um menino a quem foi dado o nome de baptismo Francisco.Após vida de intenso trabalho, guindou-se a galeria dos grandes da Pátria, orgulho da terra onde nasceu.
Comemorando efeméride a Junta de Freguesia de Rio de Mouro, representada pelo seu Presidente e pelo Presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia, acompanhados de alguns dos membros do executivo, e outras pessoas nas quais me inclui,depositamos no mausoléu do artista,erigido no cemitério de Benfica, em Lisboa, singela coroa de flores.
Recordar a memória dos filhos honra de uma terra, sejam de nascimento ou adopção é dever de cidadania, a autarquia cumpriu. Francisco dos Santos sintrense ilustre, no 138º aniversário do nascimento, ainda não está esquecido.
O assento de baptismo que deixamos é parte da justíssima homenagem hoje tributada.
Na celebração festiva quando foi colocada na Praça do Comércio em Lisboa estátua equestre de D.José I. Domingos Maximiniano Torres, poeta talentoso e consagrado, natural de Rio de Mouro termo da vila de Sintra, escreveu a propósito, um SONETO:
O Soberbo Padrão esclarecido
Que a vós , sublime Rei, gratos erguemos
É sombra escassa do que n`alma temos
aos vossos benefícios erigido.
Não de mármore ou bronze construído
Mas das Reais virtudes, que em vós vemos
Coração justo, e amante sem extremos,
Por ódio, ou por afecto não torcido.
Cresce assim mais vossa memória
semeada por nós no Mundo inteiro
servindo-nos de honrosa e eterna História.
E ainda no futuro derradeiro
lembrará com inveja , e nossa glória
o Pai da Pátria O GRÃO JOSÉ PRIMEIRO.
Belíssimo poema, autoria do Bacharel Domingos Maximiniano Torres: "Á inauguração da Estatua Equestre do Fidelíssimo Monarca D. José I - o Magnânimo Nosso Senhor, no dia 6 de Junho de 1775 "certamente agradou a sua Majestade, pouco depois o "vate" seria nomeado funcionário da Alfandega de Lisboa.
Rio de Mouro, sítio de Tradição Pombalina, Maio, ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2016.