Covas antiga aldeia, localidade pitoresca da freguesia de Rio de Mouro, Município de Sintra,recebeu essa designação porque nela se situavam em tempos idos, silos onde se guardavam os grãos cerealíferos colhidos, principalmente, na área de PAIÕES.
Verificamos há pouco, até a década 1970, a cumeada das colinas onde edificaram a povoação, albergava numero significativo de moinhos de vento.
Tudo vem confirmar aquilo que já referimos neste blogue.O cereal produzido em Paiões, transportado depois para as "tulhas" das Covas, seria finalmente reduzido a farinha, nas moendas, construidas " a boca dos silos ", tudo perfeito e coerente. A toponímia é manancial de informação a ter em conta.
O jornal de Sintra nº 1289, de 1958, na primeira página, publica noticia com grande titulo,relativa a possível, construção de um novo campo de aviação, destinado aviação de turismo e desportiva.
Ficamos a saber em 30 de Maio de 1910, ainda na vigência da Monarquia,seria criada comissão encarregada de procurar nas proximidades de Lisboa local para aeródromo do Aero Clube de Portugal.
Vinte anos mais tarde o Ministro da Guerra, autorizou funcionamento da escola de pilotagem do aero clube, no aeródromo da Quinta da Granja do Marquês, ai se manteria até aquela data.
Era urgente a mudança para outro sitio,e dessa escolha, ficou logo excluído o Aeroporto de Lisboa, já com grandes problemas com tráfego naquela época.
Aero clube optou em 1956, por terrenos situados entre Rio de Mouro e Ranholas, imediatamente a sul, da estrada Lisboa-Sintra, onde actualmente existem instalações comerciais e grandes superfícies do mesmo ramo.
Área de aterragem do futuro aeródromo teria duas pistas, com extensão de 800 metros,e possibilidade de ampliação até 1200 metros.
Infelizmente, o projecto não vingou em Sintra, acabando por ser construido num concelho vizinho sendo inaugurado em 1964.
A interrogação que a noticia dava ênfase,teve resposta: Não.
O concelho de Sintra, neste caso não ficou a ver navios,mas a ver passar aviões de turismo. Enfim é a vida como diria outro...
O culto do Divino Espírito Santo, teria sido trazido para Portugal, pela Rainha Santa Isabel, esposa do Rei D. Dinis. Como património para usufruto da Rainha, o marido concedeu diversas Vilas do Reino, entre elas Sintra e Alenquer, onde se fundaram vários "Impérios", encarregues de difundir culto do Santo Espírito,impulsionados pelos frades Franciscanos.
Em Sintra,uma das Vilas doadas a Rainha Santa Isabel,a devoção enraizou-se, permanecendo,ainda hoje,muito adulterada na aldeia do Penedo, freguesia de Colares. com grande fervor nas ilhas dos Açores, e diáspora Açoriana, por todo Mundo.
Além do império, subsiste no Penedo, existiu no concelho de Sintra,pelo menos outro, na antiga freguesia de Nossa Senhora de Belém, de Rio de Mouro; cujas cerimónias se realizavam na ermida de Nossa Senhora das Mercês.
Curiosamente, na capela do Penedo, embora ,vulgarmente, apelidada de Santo António, como sabemos monje franciscano, é templo da evocação de Nossa Senhora das Mercês
Luís Cristiano Cinatti Keil,filho do compositor, pintor e poeta Alfredo Keil, autor da musica do Hino Nacional; e muito ligado ao desenvolvimento da Praia das Maçãs.
Luís Keil, Director do Museu Nacional de Arte Antiga, investigador e historiador, publicou, na Revista "A ÁGUIA", numero Dezembro 1917, estudo sobre o império do Penedo. Em nota de roda pé informa " nas Mercês próximo de Rio de Mouro, coroava-se também uma imperatriz ".
Ficamos cientes da existência de um império do Espírito Santo, Rio de Mouro, freguesia a qual até década 1950, pertenceram lugar e capela de Nossa Senhora das Mercês.
Outra particularidade, demonstra uma vez mais ligação,existiu ao longo dos séculos entre Rio de Mouro e sede do concelho, fazendo deste território, um dos que mais proximidade social e religiosa teve com a Vila de Sintra, a cujo, termo sempre pertenceu.
Desenho da mesa do bodo do Penedo , autoria Luis Keil, que ilustra estudo citado.
No tempo em que não dispunham de abastecimento de agua domiciliaria, e talvez ainda nem se ouvia falar em maquinas de lavar. As populações rurais, aproveitavam agua de riachos ribeiras e rios para lavarem as parcas roupas do seu " bragal".
A tarefa da lavagem era trabalho destinado exclusivamente as mulheres.Situado pouco abaixo do pontão sobre a Ribeira das Enguias, e por onde antigamente passava o caminho entre Rio de Mouro e Mercês ;neste lavadouro, ainda são visíveis as pedras onde ensaboavam e batiam a roupa,deve ter sido local de longas conversas, enquanto aquela ia ficando pronta para corar ao sol sobre a vegetação da margens.
Durava muito este trabalho, dando azo a longas conversa, daí vem o termo " lavar roupa suja " quando uma conversa entre vizinhas se prolonga.
Rústico local, tem encanto próprio das coisas simples , genuínas. Gostei de ter encontrado na manhã deste dia, durante o passeio, nunca antes havia reparado neste encantador recanto.
Famoso albergue, conjunto hospedaria e restaurante, ficava sediado na Avenida Gago Coutinho, junto a Estrada Nacional 249, via ligação de Lisboa a Vila de Sintra.
Suponho terá funcionado , durante algumas décadas.Apesar de construção modesta ostentava aspecto distinto, colocação junto da entrada, placas de diversas instituições ligadas ao turismo, " recomendando " estadia; dava ao albergue certa aura de respeitabilidade.
O jardim, do espaço envolvente, apresentava aspecto cuidado. A fama acerca da frequência da hospedaria,talvez, por maledicência característica da " tuga gente " sugeria local de encontros furtivos, e românticas escapadelas,de amantes ocasionais.
Verdade está documentado, na Gruta do Rio, assim se denominava o albergue,costumavam albergar-se, autores literários editados por conhecida editora, funcionou largo tempo, não muito distante da estalagem.
Existe relato conheço de prestigiado autor, ali pernoitou , na noite das grandes cheias ocorreram , em Novembro de 1967, provocando grandes estragos, e centenas de mortos, na região de Lisboa. Apesar de correr próximo a Ribeira de Rio de Mouro, a hospedaria não sofreu dano algum.
O escritor em causa, na crónica escrita teceu elogios a comodidade do estabelecimento, simpatia dos empregados e do " estalajadeiro ".
No restaurante da " Gruta do Rio ", frequentado por viajantes e habitantes das redondezas que elogiavam a ementa e serviço , e sendo os preços praticados, não propriamente " populares ", nunca faltavam comensais.
Um dos pratos emblemáticos tinha nomeada, designava-se "bacalhau a gruta do rio" , não sei como seria a receita , infelizmente, nunca franqueei, a porta da albergaria, confesso, fiz tenção de experimentar o restaurante. Adiamento sucessivo, e as alterações, motivadas pela revolução de 25 Abril 1974, impediram cumpri-se o desejo.
A gruta do rio ainda funcionou alguns anos depois de 74, no entanto, problemas económicos e laborais, conduziram ao encerramento; resta hoje edificio algo decrépito, não deixando antever antiga prosperidade.
A gruta , entrou no esquecimento, fazendo parte da história e lenda da Vila de Rio de Mouro.
Albarraque, é localidade da freguesia de Rio de Mouro, no Município de Sintra, o segundo concelho com mais população em Portugal.
Acerca da importância económica social e histórica, escrevi alguma prosa neste blogue, hoje deixarei de lado facto de Albarraque ser dos maiores pólos da industria dos tabacos a nível global, vou referir particularidade de índole religiosa característica da aldeia.
Esta região é habitada desde tempo remotos, não admira como todas as povoações de vetusta idade , Albarraque, tenha capela onde antes da edificação da igreja da Sagrada Família, povo acorria, no cumprimento dos deveres religiosos.
Por volta de 1870, Pinho Leal no Portugal Antigo e Moderno, escreveu . " Nesta aldeia está a formosíssima capela de Nosso Senhor dos Aflitos, e cujo padroeiro se faz uma festa sumptuosissima.
A sagrada imagem do Crucificado é de primorosa escultura de um valor inexcedível, e os povos destes sítios lhe consagraram uma grande devoção "
Ficamos saber há 150 anos, a capela seria da evocação do Senhor dos Aflitos. Actualmente é celebrada anualmente festa em honra de Santa Margarida, cuja imagem secular se venera no templo.
Em 1911, era referida simplesmente por "capela de Albarraque", sem menção alguma a nome do padroeiro,
Desconheço quando canonicamente , deixou de ser da evocação de Nosso Senhor dos Aflitos, passando a protecção de Santa Margarida,
Dúvidas a parte, a imagem em marfim de Cristo Crucificado, é de grande beleza, sendo apresentada em exposições de arte sacra , como exemplo de grande valia,simbólica e muito bela.
A propósito da desgraçada pandemia, alastrando em boa medida pela incompetência de quem devia cuidar debelar o mal, sem conseguir.
Assistimos a plêiade de "entendidos " , sem qualquer fundamento lançam labeu,acerca periferia de Lisboa, concretamente, concelho de Sintra, traçando cenário onde segundo tais luminárias pulularia multidão de indigentes, espécie lumpemproletariado;esquecendo, por exemplo na Freguesia de Rio de Mouro, desses terrificos sitios, está sediado , colégio classificado em segundo lugar, do País a nível do ensino básico , frequentado por crianças , desta freguesia e restante concelho sintrense, netos dos aqui moramos há dezenas de anos, e aonde aprenderam os pais.
As escolas publicas no concelho e freguesia estão igualmente bem colocadas no ranking.
Os preconceituosos esquecem deliberadamente, facto do casco urbano da capital cada vez mais " oco " de moradores indígenas, conter zonas problemáticas social e economicamente, em grau superior as apontadas por tais "excelências".
Nestas bandas está crescendo nova realidade; surgindo tempo , pós-pandémico.
Antes muito antes do vinho do Porto aspirar ser sol engarrafado , já vinho de Colares, afirmava esse designio em 1936 No caminho do Ocidente sempre fomos precursores
Continuai a vossa lenga-lenga; vozes de burro não chegam ao Céu.
Escrevi algum tempo nesta " tribuna " os melhores pregos e bitoques eram os do " arco - íris " restaurante sediado na Av. Infante D. Henrique , perto da estação ferroviária na freguesia sintrense de Rio de Mouro.
Confesso ultimamente comecei duvidar da justeza da minha apreciação. Felizmente posso hoje reafirmar, continua a ser o melhor sitio de toda área metropolitana de Lisboa para degustar os pitéus.Ontem pude verificar com satisfação a excelência da carne esmero da apresentação, simpatia do pessoal, quem tiver dúvidas vá lá e constate a veracidade .
Neste cartão, sem exagero, deviam substituir termo " especialidades " por "sumidades " , mais não digo, esta genuína e ilustre casa elevou confecção da iguaria que sintrense Manuel Prego " inventou ", ao mais alto gabarito.
Há cerca de dois séculos , Novembro de 1820, " Gazeta de Lisboa ", informa ." pelo juízo da Executoria do Concelho da Real Fazenda e casa do mesmo tribunal se hão- de (...) arrematar umas casas , com arribanas palheiros, quintal . tudo murado em volta. sita em Varge Mondar ".
Refere-se ao sitio do mesmo nome situado na freguesia de Rio de Mouro, concelho de Sintra.Ficamos a saber da exploração agro pastoril da zona , no inicio do século XIX. o termo " arribanas " designava , choupana onde se recolhia o gado, normalmente coberta de colmo ".
Reminiscências do tempo de rebanhos e pastores , com conotação rústica e ancestral que não deixa de ser interessante. Os vocábulos e toponómios são fonte de ensinamentos.
Abriu no primeiro dia deste mês, em Rio de Mouro Sintra, estabelecimento com todas as condições para se transformar numa referencia na gastronomia da terra,
O proprietário é mesmo do celebrado restaurante Arco Íris, a " catedral " dos pregos e bitoques de todo o Pais.Ambos ficam situados na Avenida Infante D. Henrique próximo da estação ferroviária da Vila de Rio de Mouro. esta caracteristica torna fácil acesso , sem necessitar viatura, e nesse caso o estacionamento não é difícil.
O novo restaurante foi projectado e decorado com muito bom gosto ; espaçoso higiénico e confortável.Uma particularidade os empregados simpáticos e atenciosos, coordenados pela filha do proprietário, não precisam manusear dinheiro, os clientes podem utilizar moderníssima máquina de pagamento, raros concorrentes possuem identica e higiénica opção
Sinal inequívoco de progresso e mudança do nosso " bairro". Bom augúrio , desejo de ver " PETISQUEIRA DO RIO " , guindar-se ao nível do " arco íris ".Fiquei cliente, muitos serão por certo a "ementa" apresentada, e os donos pela arrojada iniciativa; merecem.Longa vida para " Petisqueira"