Cumpri de novo desejo iniciado há cinco anos quando reparei neste centenário "roble", mantém-se firme e viçoso, nos terrenos da antiga quinta grande, junto a estação de Meleças.
Tem cada vez mais "lenha" seca na copa, no entanto, aspecto geral é saudável, vai durar ainda muitos anos se não for "derrubado".Seria conveniente,alguém com poder e meios, mandasse cortar os ramos "mortos" , ficava mais vistoso.
Sem dúvida carvalho, de mais idade existente na área urbana do Município Sintrense.Longa vida "velhinho amigo".Como referi em anterior apontamento, idade da árvore rondará 400 anos.
O concelho de Sintra, abriga no seu alfoz um património variado e rico, desde o construído, ao natural até o hodiernamente designado de "imaterial", muito é desconhecido, por isso, não apreciado nem defendido. Se olharmos com atenção descobrimos, ás vezes, de forma inesperada, motivos de interesse em locais onde não seria suposto ocorrerem.
A zona das Mercês nos limites das Freguesias de Algueirão Mem-Martins e Rio de Mouro, é vulgarmente citada como exemplo de urbanismo onde os espaços verdes são muito a baixo do mínimo exigido, caso da Tapada das Mercês. Curiosamente, na orla do aglomerado a mata senhorial dos antigos proprietários conserva vestígios florestais que devidamente aproveitados como um parque de lazer urbano seria uma requalificação, que sem grande investimento permitiria aos moradores desfrutarem da natureza.
Junto à ermida setecentista de Nossa Senhora das Mercês, situada dentro dos muros da antiga Quinta do Marquês de Pombal, que apresenta sinais de progressiva ruína, existe um carvalhal formado por variedade de carvalho negral; durante séculos dominante na região, sendo o terreno fértil e regado pelas águas da fonte da ermida, o aspecto vegetativo das árvores é bom. No conjunto do roboredo, há um digno de destaque, pelo seu bojudo tronco, de perímetro quatro metros medido a altura do peito (P.A.P.), o fuste atinge quinze metros. Com estas dimensões terá cerca de duzentos anos, se atendermos que a criação da Feira das Mercês foi antes de 1771, à sombra destas árvores devem ter descansado romeiros e feirantes. Poucas cidades de Portugal, além de Sintra, possuem no seu tecido urbano exemplares silvestres deste porte.
Como na zona circulam automóveis, nomeadamente ao domingo quando se celebra missa na capela, este "Quercus robur" devia estar protegido, a coberto de eventuais colisões, seria ígualmente conveniente cortar as ramagens rasteiras, para possibilitar melhor visualização do caule grandioso do ROBLE da ERMIDA, que ficando tão perto, passa despercebido, chamarmos a atenção para tal "monumento", cumprimos um dever de cidadania.
Num recôndito lugar do Portugal profundo, esquecido e cada vez mais desabitado um velho carvalho ROBLE agoniza. Conheço a árvore há algumas décadas. Por exames efectuados supõe-se ser exemplar do século XII. Algum tempo, um grande incêndio destruiu outros carvalhos adjacentes.
Este meu "AMIGO" sofreu danos de monta, sempre admirei o seu fuste grandioso em diversas ocasiões desfrutei da sua fresca e dilatada sombra.
Acompanho o definhar do seu majestoso tronco, e tenho procurado passar de vez enquanto para ver o seu estado. A última vez constatei o seu aspecto debilitado, o caule está mais apodrecido, como todas as velhas árvores também esta vai morrendo de pé. Quero partilhar com quem lê estes meus textos a mágoa de nada poder fazer para alterar o curso do inevitável. Deixo a imagem duma árvore, sinónimo de FORÇA, adorada em todas as antigas religiões como "divindade suprema do céu", já com os sinais duma evidente decadência.
A idade secular deste "ROBUR" é mais um motivo para que vá agonizando, o fim já se vislumbra . Na NATUREZA tudo acaba. Não se deve "rezar" pelos vegetais, mas nada impede que os que admiram e respeitam as árvores se comovam com o definhar dum GIGANTE COMO ESTE. Deixo o adeus sentido a uma ÁRVORE MORIBUNDA que no término da sua existência continua sublime, como se fora um TEMPLO, grandioso e impressionante.