Escrevemos algumas notas relativas a vida e obra do poeta da " Arcádia Lusitana",tal qual era senso comum, consta de todos os "sítios" de pesquisa,no cibermundo, também fui levado afirmar,o poeta havia nascido, na freguesia de Nossa Senhora de Belém, Rio de Mouro, Concelho de Sintra.Confesso havia procurado nos registos paroquiais, e do assento de baptismo nem rasto...
Ocasionalmente um dia destes,numa das muitas pesquisas,encontrei documentação esclarecedora da questão
"
Para não ser fastidioso,e transcrever na integra o documento,vou referir, a partir de onde podemos ler : " Domingos Maximiano Torres casado com Dona Joana Rosa, e filho de Julião Francisco Torres e de Joaquina Agueda Maria, natural de Lisboa, de idade sessenta anos, faleceu, no presidio da Trafaria, em vinte e cinco de Maio de 1809".
Não restam duvidas que se trata do " nosso " Domingos Maximiano; o facto relatado da morte no presidio, é conhecido.
Está escrito, que era natural de Lisboa,o que contradiz,a convicção seria natural de Rio de Mouro.
No mesmo processo,encontramos,outro documento,do teor seguinte :
" No ano de mil setecentos e quarenta e seis foi baptizado nesta freguesia de S. Julião de Lisboa, DOMINGOS MAXIMIANO TORRES,filho de Julião Francisco Torres e de Joaquina Agueda Maria como tudo consta da dita provisão que fica em o cartório desta igreja, e que fiz este assento que assinei (:::). São Julião de Lisboa ? Julho de 1811.
Também é verídico Domingos Torres, viveu em Rio de Mouro,deixo essa temática para outra ocasião.
Em anterior apontamento escrevi acerca da aldeia de Sacotes,no município de Sintra,chamei atenção para importância daquela localidade no comercio e manufactura do ouro.
No prosseguimento de investigações sobre aquela temática, estou de posse de elementos fidedignos para afirmar que pela proximidade e continuo territorial na freguesia de Rio de Mouro, também existiu no século XVIII,núcleo de artesãos que trabalhavam ouro e a prata; naquele tempo considerava-se ourives todo aquele trabalhava ouro e prata.Assim , denominado do ouro ou da prata conforme, matéria prima utilizada.
Natural do lugar de Francos encontrei individuo, chamado José da Silva, mestre renomado , ourives do ouro na cidade de Évora onde possuía estatuto de homem de fortuna, rendimento profissional deveria ser significativo.
Em Meleças possuíam quintas vários ourives estabelecidos na Rua dos Ourives do Ouro. situada na freguesia de São Julião em Lisboa.A profissão de ourives era respeitada e sigilosa.
No assento de óbito que publico,é interessante constatar estatuto social de pessoas ligadas a "arte".A viúva de um ourives ausente no Brasil, morreu na casa de uma sobrinha naquela localidade, sepultada na igreja de Rio de Mouro, sendo o corpo conduzido " de caixão a cova " revelador de meios de fortuna, no entanto , não fez testamento , porque , como é escrito não possuía bens para deixar, as despesas do funeral, suportadas pela sobrinha.
Não teria bens ao luar, e sim dinheiro; já nesta data, havia preocupação de "fugir" ao fisco, dinheiro tal qual hoje , quase não é taxado, contrariamente a heranças de propriedades.
Outra particularidade a juntar a história do termo de Sintra, Rio de Mouro, terra de ourives do ouro.