O sopro devastador da ventania que derruba árvores, arrancando-as do solo ou partindo-as, com a facilidade de quem dobra um junco, parece em certos casos com carinhoso desvelo, poupar as mais humildes plantas, ao contrário do que faz "com carvalhos austeros e cedros religiosos". (Eça de Queiroz).
Os prejuízos causados pelo último grande temporal, derrubando milhares de árvores, em parques e jardins de todo o concelho de Sintra, orçam em milhões de euros.
No entanto, por desígnio misterioso, o sopro iracundo do vento, deixou incólume um pequeno pinheiro nascido no telhado duma casa desabitada, situada em pleno bairro de S. Pedro da Vila de Sintra, fronteiro a um conhecido restaurante à primeira vista, poucos se atreveriam admitir que resistisse, sem tombar a exemplo do que sucedeu com inúmeras árvores nas redondezas.
O vento nem sempre tudo leva, o pinheiro lá continua. Neste caso dos fracos reza a história!
Em S. Pedro de Sintra, realiza-se o mercado de S. Pedro no segundo e quarto domingo de cada mês, e, anualmente no dia 29 de Junho, feira com o mesmo nome.
O mercado, é um dos mais concorridos dos que se realizam, na Area Metropolitana de Lisboa, é sem dúvida o mais típico e conhecido do Concelho de Sintra.
É um mercado cheio de bulício, onde se vende uma grande variedade de objectos e artigos, com destaque para as antiguidades e produtos agrícolas. A feira foi autorizada por D. Maria I em 1781 e o mercado, inicialmente mensal, foi criado pouco depois. Segundo José Alfredo C. Azevedo, em “Velharias de Sintra V”, passou a ser bimensal em 1924.
O mercado de S. Pedro, ocupa o Largo D. Fernando II, e os feirantes abrigam-se sob as copas de plátanos centenários que formam uma formosa alameda; que passa despercebida a quem frequenta a feira. O terreiro com as quintas que o ladeiam e as arvores que lhe dão sombra, merecem uma visita sem ser nos dias do mercado, para fruir da calma do lugar e da beleza dos seus plátanos, sentados, numa das esplanadas dos cafés situados no largo.